quinta-feira, 10 de julho de 2008

CORONÉIS BARBONOS e 40 DA EVARISTO - O FOCO DE RESISTÊNCIA, O GRITO NÃO OUVIDO...

Os documentos encaminhados pelos Coronéis Barbonos e as mobilizações cívicas, ordeiras e pacíficas, realizadas inicialmente pelos "40 da Evaristo" e depois, por milhares de Policiais Militares e Bombeiros Militares representaram o grito de alerta dos militares estaduais que amam as suas corporções e que escolheram servir e proteger o cidadão.
Um grito abafado politicamente.
Exoneração do Comandante Geral, Coronel Ubiratan de Oliveira Angelo e do Chefe do Estado Maior Geral, Coronel Samuel Dias Dionísio.
Exonerações de Comandantes.
Transferências de Oficiais.
E o quadro de insegurança pública se agrava dia após dia.
Tais fatos são de domínio público, porém nem todas as perdas institucionais se tornaram de conhecimento público, como o encerramento de carreiras na Polícia Militar.
O Coronel de Polícia Dario Cony dos Santos - Coronel Barbono - na época Comandante das Unidades Operacionais Especiais, foi o primeiro a solicitar a sua transferência para a inatividade, logo após a exoneração do Comandante Geral.
E as perdas continuam.
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro está perdendo o melhor dos seus quadros, os seus melhores Coronéis.
O Coronel Rodolpho Oscar LYRIO Filho - Coronel Barbono - que exercia na época a função de Comandante da Academia de Polícia Militar D. João VI, recentemente, solicitou a sua transferência para a inatividade.
O Coronel Francisco Carlos VIVAS - Coronel Barbono - que exercia na época a função de Diretor Geral de Pessoal, solicitou na terça-feira a sua transferência para a inatividade.


Eu conheço o Coronel LYRIO e o Coronel VIVAS há mais de 32 anos e posso afirmar:
Perde a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Perde a Sociedade Fluminense.
Perdemos todos nós, perdemos líderes, perdemos Oficiais que sempre foram exemplos para todos os que amam a Polícia Militar.
Eles continuarão na luta pela cidadania do Policial Militar através da concessão de salários dignos e de adequadas condições de trabalho, não tenham dúvidas!
A seguir transcrevo dois parágrafos da Carta dos Coronéis Barbonos, o grito de socorro que não foi ouvido...

"Aos três dias do mês de julho do ano de dois mil e sete, os Coronéis signatários, encaminham ao Exmo Sr Coronel PM Ubiratan de Oliveira Ângelo, mui digno Comandante Geral da Bicentenária Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro; ao Exmo Sr Delegado de Polícia Federal José Mariano Benincá Beltrame, Secretário de Estado de Segurança Publica; ao Exmo Sr Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho e a todos os Cidadãos Brasileiros, através dos órgãos da mídia, o presente documento contendo as principais e urgentes necessidades dos Oficiais e Praças da Corporação, objetivando resgatar a cidadania, a dignidade pessoal e profissional de todos nós, permitindo que possamos cumprir as nossas missões constitucionais, servindo e protegendo cada cidadão desse estado, mesmo com o sacrificio de nossas vidas.

[...]

Os Coronéis signatários são contemporâneos de agruras, aspirações e decepções ao longo de mais de 30 (trinta) anos de serviço ativo e tendo por objetivo o desejo de que, ao menos agora, à chegada ao topo da escalada, como legítimos representantes, propor e desenvolver atividades concretas para a promoção de mudanças objetivas no quadro de falência múltipla da Polícia Militar que hoje se apresenta, certos de que devem agir assim, senão por imposição legal, por obrigação moral de fazer algo para reverter tal quadro.

[...]"
Quem ouvirá o grito de socorro?
E quando?