Cidadãos fluminenses, as tragédias ocorridas no Rio de Janeiro, nos últimos dias, envolvendo integrantes da Polícia Militar, têm enlutado a todos nós, inclusive aos que amam a instituição e escolheram ser Policiais Militares para servir e proteger o cidadão. Uma missão heróica e que exige do Policial Militar uma exposição constante ao risco de morte para defender a sociedade fluminense.
O heróico policial tem gritado por socorro e não tem sido ouvido, quem sabe temos a capacidade de ouvir outras vozes e assim iniciarmos as mudanças que precisam ser feitas, caso contrário, as tragédias continuarão a ocorrer.
A Revista Época desta semana trás uma excelente matéria da jornalista Solange Azevedo (páginas 64 e 66), uma entrevista com Willian Andrews, “um dos cérebros por trás” da reforma da polícia de Nova York e “braço direito do então chefe do Departamento de Polícia, Willian Bratton”.
O título da reportagem, por si só, representa o melhor conselho para que possamos começar a mudar a realidade que vivemos:
“É PRECISO INVESTIR NOS POLICIAIS”.
A proposta lógica nunca foi desenvolvida no Rio de Janeiro, como já escrevemos diversas vezes neste espaço, sendo que os Policiais Militares do Rio de Janeiro continuam recebendo os piores salários do Brasil, o que os obriga a sacrificar os horários de descanso desempenhando uma segunda atividade nos horários de folga – o “bico”.
O resultado desta perversa realidade é um Policial Militar desgastado física e emocionalmente, policiando as ruas do Rio de Janeiro, utilizando armas de guerra – os fuzis - que só poderiam ser utilizados por profissionais com um treinamento qualificado e o indispensável equilíbrio emocional, diante do seu poder de letalidade e do alcance útil da munição.
Um recente levantamento feito na instituição demonstrou que os problemas emocionais são uma das principais causas de afastamento dos Policiais Militares do serviço, confirmando o desgaste emocional da tropa.
O entrevistado declarou que:
O heróico policial tem gritado por socorro e não tem sido ouvido, quem sabe temos a capacidade de ouvir outras vozes e assim iniciarmos as mudanças que precisam ser feitas, caso contrário, as tragédias continuarão a ocorrer.
A Revista Época desta semana trás uma excelente matéria da jornalista Solange Azevedo (páginas 64 e 66), uma entrevista com Willian Andrews, “um dos cérebros por trás” da reforma da polícia de Nova York e “braço direito do então chefe do Departamento de Polícia, Willian Bratton”.
O título da reportagem, por si só, representa o melhor conselho para que possamos começar a mudar a realidade que vivemos:
“É PRECISO INVESTIR NOS POLICIAIS”.
A proposta lógica nunca foi desenvolvida no Rio de Janeiro, como já escrevemos diversas vezes neste espaço, sendo que os Policiais Militares do Rio de Janeiro continuam recebendo os piores salários do Brasil, o que os obriga a sacrificar os horários de descanso desempenhando uma segunda atividade nos horários de folga – o “bico”.
O resultado desta perversa realidade é um Policial Militar desgastado física e emocionalmente, policiando as ruas do Rio de Janeiro, utilizando armas de guerra – os fuzis - que só poderiam ser utilizados por profissionais com um treinamento qualificado e o indispensável equilíbrio emocional, diante do seu poder de letalidade e do alcance útil da munição.
Um recente levantamento feito na instituição demonstrou que os problemas emocionais são uma das principais causas de afastamento dos Policiais Militares do serviço, confirmando o desgaste emocional da tropa.
O entrevistado declarou que:
" O principal motivo para o recuo da criminalidade em Nova York foi a mudança na forma de gerenciar a segurança. O Departamento de Polícia foi descentralizado. Não adianta concentrar todo o planejamento da segurança nas mãos de alguém distante da realidade local [...]".
Willian Andrews tratou ainda da qualificação profissional quando afirmou que:
“É preciso investir nos Policiais. Oferecer melhores salários e educação melhora o desempenho do policial e pode reduzir a corrupção. Em Nova York, pagamos curso universitário para muitos agentes. Os policiais que estão nas ruas têm de tomar decisões o tempo todo. Precisam estar preparados para fazer julgamentos corretos”.
Acrescento que o julgamento mais importante é quanto a usar ou não o armamento – atirar ou não atirar. A decisão adotada pode significar a morte do próprio Policial Militar, do criminoso ou de pessoas inocentes.
Uma decisão com efeitos definitivos, como nas tragédias recentes.
Todo Policial Militar aprende que antes de executar um disparo de fogo precisa respeitar três parâmetros:
“É preciso investir nos Policiais. Oferecer melhores salários e educação melhora o desempenho do policial e pode reduzir a corrupção. Em Nova York, pagamos curso universitário para muitos agentes. Os policiais que estão nas ruas têm de tomar decisões o tempo todo. Precisam estar preparados para fazer julgamentos corretos”.
Acrescento que o julgamento mais importante é quanto a usar ou não o armamento – atirar ou não atirar. A decisão adotada pode significar a morte do próprio Policial Militar, do criminoso ou de pessoas inocentes.
Uma decisão com efeitos definitivos, como nas tragédias recentes.
Todo Policial Militar aprende que antes de executar um disparo de fogo precisa respeitar três parâmetros:
- A legalidade (legítima defesa).
- A oportunidade de efetuar o disparo (análise de risco).
- O seu adestramento para o uso do armamento, ou seja, nos treinamentos conseguiu efetuar disparos eficazes com o armamento que pretende utilizar.
Será que o nosso Policial Militar nas condições de estresse vivenciadas, possui o equilíbrio emocional para sempre tomar a decisão mais acertada, em frações de segundo e obedecendo aos três parâmetros básicos?
E faço mais um questionamento:
Os Policiais Militares que portam e usam tais armas de guerra foram devidamente qualificados (treinados) para utilizar este armamento ao longo da sua formação e tem participado de instruções de manutenção de armamento e tiro nas suas Unidades Operacionais?
As respostas aos dois questionamentos deveriam ser SIM, ninguém tem dúvida, porém quem se atreve a afirmar que todos os Policiais Militares têm esse equilíbrio emocional e esse adestramento diante do quadro atual.
Os Coronéis Barbonos e os 40 da Evaristo – Oficiais e Praças da Polícia Militar – expuseram publicamente as necessidades mais urgentes da Polícia Militar: a concessão de salários dignos que permitam a dedicação exclusiva ao serviço e a disponibilização de adequadas condições de trabalho, o que inclui a qualificação adequada.
Será que o nosso Policial Militar nas condições de estresse vivenciadas, possui o equilíbrio emocional para sempre tomar a decisão mais acertada, em frações de segundo e obedecendo aos três parâmetros básicos?
E faço mais um questionamento:
Os Policiais Militares que portam e usam tais armas de guerra foram devidamente qualificados (treinados) para utilizar este armamento ao longo da sua formação e tem participado de instruções de manutenção de armamento e tiro nas suas Unidades Operacionais?
As respostas aos dois questionamentos deveriam ser SIM, ninguém tem dúvida, porém quem se atreve a afirmar que todos os Policiais Militares têm esse equilíbrio emocional e esse adestramento diante do quadro atual.
Os Coronéis Barbonos e os 40 da Evaristo – Oficiais e Praças da Polícia Militar – expuseram publicamente as necessidades mais urgentes da Polícia Militar: a concessão de salários dignos que permitam a dedicação exclusiva ao serviço e a disponibilização de adequadas condições de trabalho, o que inclui a qualificação adequada.
Os Coronéis que estavam no exercício das principais funções da instituição não se omitiram diante da realidade enfrentada pelos Policiais Militares e apontaram os primeiros caminhos, não foram ouvidos e ainda foram exonerados, embora sejam os profissionais que melhor conheçam os problemas da Polícia Militar.
O que estamos esperando para mudar a gestão da segurança pública?
O que estamos esperando para mudar a gestão da segurança pública?
Novas tragédias, certamente não.
A hora de mudar esta gestão já passou há muito tempo e continuamos empregando as táticas do passado, que nenhuma eficácia demonstraram.
Por exemplo, qual a realidade atual do Complexo do Alemão, onde desenvolvemos uma “guerra” por mais de um mês, com dezenas de mortos?
Policiais Militares não são guerrilheiros urbanos, eles têm a missão de servir e de proteger o cidadão através da realização do policiamento ostensivo e da preservação da ordem pública e se o Rio de Janeiro vive uma “guerra”, sem dúvida, os Policiais Militares não são a tropa que tem a missão de “guerrear”.
Não somos um exército estadual, somos uma polícia organizada militarmente e que deve ter o foco na proteção ao cidadão fluminense.
Quantos ainda terão que morrer, quantas famílias serão destruídas e quantos atos cívicos teremos que realizar para que a sociedade fluminense e o poder político sejam sensibilizados e ouçam o nosso pedido de socorro?
Iremos continuar apenas lamentando cada fato ocorrido, dia após dia, com grandes manchetes na mídia e incontáveis discursos, eivados de acusações à instituição, enquanto continuamos sem ouvir os que devem ser ouvidos?
Isto nada resolverá, nunca resolveu!
Cidadão Fluminense, enquanto o grito de socorro dos Policiais Militares e de alguns cidadãos fluminenses que estão mobilizados para a reversão do quadro de insegurança continuar ecoando no vazio, as tragédias continuarão acontecendo e nunca teremos a segurança pública que precisamos e que merecemos.
Reverter o quadro é tarefa para muitos anos de árduo trabalho, ultrapassa o tempo político de um governo estadual, não podemos nos iludir, porém precisamos começar a caminhar na direção correta.
O CIDADÃO FLUMINENSE (alguns) E OS POLICIAIS MILITARES PEDEM SOCORRO, POR FAVOR, NOS OUÇAM!
A hora de mudar esta gestão já passou há muito tempo e continuamos empregando as táticas do passado, que nenhuma eficácia demonstraram.
Por exemplo, qual a realidade atual do Complexo do Alemão, onde desenvolvemos uma “guerra” por mais de um mês, com dezenas de mortos?
Policiais Militares não são guerrilheiros urbanos, eles têm a missão de servir e de proteger o cidadão através da realização do policiamento ostensivo e da preservação da ordem pública e se o Rio de Janeiro vive uma “guerra”, sem dúvida, os Policiais Militares não são a tropa que tem a missão de “guerrear”.
Não somos um exército estadual, somos uma polícia organizada militarmente e que deve ter o foco na proteção ao cidadão fluminense.
Quantos ainda terão que morrer, quantas famílias serão destruídas e quantos atos cívicos teremos que realizar para que a sociedade fluminense e o poder político sejam sensibilizados e ouçam o nosso pedido de socorro?
Iremos continuar apenas lamentando cada fato ocorrido, dia após dia, com grandes manchetes na mídia e incontáveis discursos, eivados de acusações à instituição, enquanto continuamos sem ouvir os que devem ser ouvidos?
Isto nada resolverá, nunca resolveu!
Cidadão Fluminense, enquanto o grito de socorro dos Policiais Militares e de alguns cidadãos fluminenses que estão mobilizados para a reversão do quadro de insegurança continuar ecoando no vazio, as tragédias continuarão acontecendo e nunca teremos a segurança pública que precisamos e que merecemos.
Reverter o quadro é tarefa para muitos anos de árduo trabalho, ultrapassa o tempo político de um governo estadual, não podemos nos iludir, porém precisamos começar a caminhar na direção correta.
O CIDADÃO FLUMINENSE (alguns) E OS POLICIAIS MILITARES PEDEM SOCORRO, POR FAVOR, NOS OUÇAM!