Na primeira grande crise com os profissionais de segurança pública na sua gestão, o governador Sérgio Cabral adotou inicialmente um tom de negociação e atendeu de forma cortês representantes dos Coronéis Barbonos e dos 40 da Evaristo, isso na mobilização dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares nos anos de 2007 e 2008. Ouviu as ponderações, prometeu resolver algumas de imediato (o que acabou não concretizando), empurrou com a barriga o quanto pode os problemas e fez uma série de retaliações após a realização da 1ª Marcha Democrática dos Bombeiros e Policiais Militares do Rio de Janeiro, isso no dia 27 de janeiro de 2008.
A mobilização iniciada naquela época nunca parou, seguimos realizando atos nas ruas na luta por salários dignos e por adequadas condições de trabalho, apesar de todas as represálias governamentais.
No dia 17 ABR 2011, a mobilização ganhou novo ânimo com a entrada de centenas de Bombeiros Militares, que vieram para as ruas cobrar a devida valorização, afinal a luta já ultrapassa os quatro anos e Sérgio Cabral ainda nos mantém como os mais mal pagos do Brasil, na área da segurança pública. Entretanto, dessa vez, o governo Sérgio Cabral adotou de pronto várias medidas repressivas: instaurando IPM, transferindo dezenas de Bombeiros Militares, expedindo memorandos, ameaçando no curso de palestras de comandantes, proibindo permutas e instaurando uma sindicância na Corregedoria Geral Unificada. Além disso, cancelou duas reuniões com representantes dos mobilizados, uma com o comandante geral e outra com o secretário de governo, Wilson Carlos.
O recado é claro: o governo não quer conversar com os Bombeiros Militares.
O que fez o governo mudar a tática de 2007/2008 para 2011?
Como escrevi em artigo postado nessa quarta-feira, a grande traição que vitimou a Polícia Militar em 2008, pode ter deixado o governo mal acostumado, esperando que a qualquer momento fato semelhante ocorra no Corpo de Bombeiros, o que considero improvável, faço questão de destacar.
Uma possibilidade para a mudança pode ser também o fato da mobilização dos Bombeiros ter nascido no âmbito dos Praças, diferentemente da anterior que nasceu no seio da Oficialidade da PMERJ e do CBMERJ. O governo Sérgio Cabral pode ter achado que se conseguiu abafar uma mobilização de Oficiais, reunindo dezenas de Coronéis de Polícia, mais facilmente conseguiria acabar com um movimento de Praças.
Se o governo pensou nessa direção, errou por completo, não será nada fácil dobrar a tropa do Corpo de Bombeiros, que começa a receber o apoio de Policiais Militares e de alguns Oficiais de reconhecido valor, além de algumas associações de classe.
Nesse cenário de governo contra Bombeiros, a Instituição sofreu um grande racha, o Comando e os Oficiais do lado do governo, a tropa do outro lado lutando por salários dignos e por adequadas condições de trabalho para todos, inclusive para os Oficiais.
Obviamente, embora não seja aceitável, não é difícil entender o motivo dos Coronéis e dos Tenentes Coronéis ombrearem com o governo Sérgio Cabral, afinal recebem ótimas gratificações, que não querem perder. Todavia, fica difícil entender a postura dos Tenentes, Capitães e Majores do CBMERJ, que deveriam estar ao lado da tropa.
Não tenho qualquer dúvida de que se os Bombeiros Militares mantiverem a mobilização, o que parece evidente, a cada dia o desgaste da Oficialidade será maior junto à tropa, sobretudo dos Tenentes, Capitães e Majores. Será cada vez mais difícil olhar nos olhos dos subordinados e dar uma ordem. Logo todos estarão sendo apontados como aqueles que não se juntaram aos subordinados e optaram por ficar ao lado de um governante que só tem tratado com descaso a Corporação.
É hora das turmas de Oficiais se mobilizarem, conversarem e avaliarem tudo o que tem ocorrido e o que poderá ocorrer a partir do dia 10 MAI 2011, data na qual a tropa do Corpo de Bombeiros dará uma resposta ao governador.
É tempo de aproveitar o final de semana que se aproxima para pensar institucionalmente, o dia 10 MAI 2011 se aproxima rapidamente.
Caros Oficiais do CBMERJ, não esqueçam que nas instituições organizadas militarmente é indispensável a existência de lideranças positivas para a condução da tropa pelos caminhos do idealismo, do destemor e da dignidade, só assim essas Instituições se fortalecem, não permitam que aconteça com o heróico Corpo de Bombeiros o mesmo que aconteceu com a Polícia Militar, uma Instituição traída, hoje sem qualquer liderança, completamente ajoelhada perante o poder político.
Um bom final de semana para todos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
A mobilização iniciada naquela época nunca parou, seguimos realizando atos nas ruas na luta por salários dignos e por adequadas condições de trabalho, apesar de todas as represálias governamentais.
No dia 17 ABR 2011, a mobilização ganhou novo ânimo com a entrada de centenas de Bombeiros Militares, que vieram para as ruas cobrar a devida valorização, afinal a luta já ultrapassa os quatro anos e Sérgio Cabral ainda nos mantém como os mais mal pagos do Brasil, na área da segurança pública. Entretanto, dessa vez, o governo Sérgio Cabral adotou de pronto várias medidas repressivas: instaurando IPM, transferindo dezenas de Bombeiros Militares, expedindo memorandos, ameaçando no curso de palestras de comandantes, proibindo permutas e instaurando uma sindicância na Corregedoria Geral Unificada. Além disso, cancelou duas reuniões com representantes dos mobilizados, uma com o comandante geral e outra com o secretário de governo, Wilson Carlos.
O recado é claro: o governo não quer conversar com os Bombeiros Militares.
O que fez o governo mudar a tática de 2007/2008 para 2011?
Como escrevi em artigo postado nessa quarta-feira, a grande traição que vitimou a Polícia Militar em 2008, pode ter deixado o governo mal acostumado, esperando que a qualquer momento fato semelhante ocorra no Corpo de Bombeiros, o que considero improvável, faço questão de destacar.
Uma possibilidade para a mudança pode ser também o fato da mobilização dos Bombeiros ter nascido no âmbito dos Praças, diferentemente da anterior que nasceu no seio da Oficialidade da PMERJ e do CBMERJ. O governo Sérgio Cabral pode ter achado que se conseguiu abafar uma mobilização de Oficiais, reunindo dezenas de Coronéis de Polícia, mais facilmente conseguiria acabar com um movimento de Praças.
Se o governo pensou nessa direção, errou por completo, não será nada fácil dobrar a tropa do Corpo de Bombeiros, que começa a receber o apoio de Policiais Militares e de alguns Oficiais de reconhecido valor, além de algumas associações de classe.
Nesse cenário de governo contra Bombeiros, a Instituição sofreu um grande racha, o Comando e os Oficiais do lado do governo, a tropa do outro lado lutando por salários dignos e por adequadas condições de trabalho para todos, inclusive para os Oficiais.
Obviamente, embora não seja aceitável, não é difícil entender o motivo dos Coronéis e dos Tenentes Coronéis ombrearem com o governo Sérgio Cabral, afinal recebem ótimas gratificações, que não querem perder. Todavia, fica difícil entender a postura dos Tenentes, Capitães e Majores do CBMERJ, que deveriam estar ao lado da tropa.
Não tenho qualquer dúvida de que se os Bombeiros Militares mantiverem a mobilização, o que parece evidente, a cada dia o desgaste da Oficialidade será maior junto à tropa, sobretudo dos Tenentes, Capitães e Majores. Será cada vez mais difícil olhar nos olhos dos subordinados e dar uma ordem. Logo todos estarão sendo apontados como aqueles que não se juntaram aos subordinados e optaram por ficar ao lado de um governante que só tem tratado com descaso a Corporação.
É hora das turmas de Oficiais se mobilizarem, conversarem e avaliarem tudo o que tem ocorrido e o que poderá ocorrer a partir do dia 10 MAI 2011, data na qual a tropa do Corpo de Bombeiros dará uma resposta ao governador.
É tempo de aproveitar o final de semana que se aproxima para pensar institucionalmente, o dia 10 MAI 2011 se aproxima rapidamente.
Caros Oficiais do CBMERJ, não esqueçam que nas instituições organizadas militarmente é indispensável a existência de lideranças positivas para a condução da tropa pelos caminhos do idealismo, do destemor e da dignidade, só assim essas Instituições se fortalecem, não permitam que aconteça com o heróico Corpo de Bombeiros o mesmo que aconteceu com a Polícia Militar, uma Instituição traída, hoje sem qualquer liderança, completamente ajoelhada perante o poder político.
Um bom final de semana para todos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
4 comentários:
coronel, o senhor tá esquecendo do cap lauro botto q é nosso gde e verdadeiro inspirador e motivo de orgulho pra todos nós bombeiros?
eles demonstram que são frouxos,diferente do lauro,os oficiais superiores aceitam ganhar menos do que oficiais médicos recrutas do corpo de bombeiros onde suas gratificações chegam a mais de 4.000 reias por plantão extras,e 24 horas semanais de serviço,e niguém toca no assunto,oficiais combatentes fazem mais de 60 horas semanais.
lauro boto é uma agulha no palheiro,um exemplo que deveria ser seguido por oficiais das duas corporaçoes,que apesar de ter que cumprir a sua funçao de oficial,não passando a mão na cabeça do errado,mas que luta pela dignidade dos justos ,isso é oficial,isso é supervisor,isso é exemplo de cmt de cia,o que luta por adquadas condição para a familia ,pois quando se sai de casa e a familia ta bem,tem tudo para dar certo no serviço,no dia no mes no ano na vida ,lauro boto,a pmerj e o cbmerj,precisam muito de oficias com seu exemplo ,imagina uma tropa ,de cmt com essa pespectiva na pmerj e nocbmerj que serão futuros cmt,o governo passa e a tropa fica,que esse gov passe logo ,um hurra a lauro boto.
aos oficiais do cbmerj e pmerj saiao coreno urgente debaicho da saia do cabral e do pedrao e do marinho a casa vai desabar cuidado perigo eminente soldado avizado nao perde a guerra.cuidado com o falado batomuche vai passar aguardem******************juntece a nos.na melhoria salarial odimdim e para todos.unidos.************************juntos somos fortes.oficias da pm e cbmerj policias civil rj.********
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