quarta-feira, 9 de março de 2011

POLÍCIA MILITAR - O BATALHÃO DA LIESA - POR QUE NINGUÉM FOI PUNIDO?

"A determinação do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, é de que os oficiais identificados no esquema sejam afastados de cargos de comando e de postos estratégicos na hierarquia da corporação ( O Globo - 22 de fevereiro de 2009)".
Apesar dessa afirmação bombástica do imexível Beltrame, nenhum Oficial foi punido disciplinarmente, muito menos foi afastadao de suas funções.
Antes de explicar os motivos que fizeram com que ninguém fosse punido, devo explicar o motivo da indignação de Beltrame. Em linhas gerais, na época ele afirmou que a Liesa tinha envolvimento histórico com os contraventores (jogo dos bichos), portanto, os Oficiais não poderiam trabalhar para a Liesa.
Penso que hoje Beltrame não pense mais assim, após frequentar várias vezes o Sambódromo com familiares, usufruindo de camarotes alugados pela Liesa, embora tenha determinado neste ano que a Polícia Militar devolvesse o camarote recebido da Liesa, ordem que se mostrou ridícula a partir da sua presença em camarote do Sambódromo.
Por que os Oficiais do Batalhão da Liesa não foram punidos e nem afastados de suas funções?
Primeiro, os Oficiais não trabalharam diretamente para a Liesa, na verdade foram contratados por uma empresa que prestou serviço para a Liesa. Além disso, trabalharam na folga, inexistindo ilegalidade, pois a alegada "dedicação exclusiva" para a atividade Policial Militar é controvertida. Embora, como existe mais de uma interpretação, eles poderiam ser punidos, como muitos já foram por estarem atuando no bico.
Apesar dessas verdades, não foram elas que impediram as punições. Os Oficiais que foram ouvidos em uma averiguação instaurada em ano anterior a esse fato de 2009, também a respeito da participação no Batalhão da Liesa, foram simples e brilhantes. Alegaram que não poderiam ser punidos, considerando que os desfiles organizados pela Liesa eram frequentados por autoridades públicas, tendo sido citadas: governador e prefeito do Rio de Janeiro, além do secretário de segurança e do comandante geral da Polícia Militar.
Diante dessas verdades, como eles não podiam ter trabalhado para uma empresa que prestou serviço para a Liesa?
Se o governador pode frequentar um evento organizado pela Liesa, historicamente envolvida com os contraventores (jogo dos bichos), como alegar que Policiais Militares não podem trabalhar para uma empresa que presta serviço para a Liesa?
Em 2011, o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e o secretário de segurança Beltrame compareceram ao Sambódromo, como punir Policiais Militares, Policiais Civis ou Bombeiros Militares que tenham trabalhado para uma prestadora de serviço para a Liesa?
A parceria promíscua no Rio entre o poder público e os contraventores cria um ambiente de total impunidade, que pode ser vista em toda esquina do Rio de Janeiro, em cada ponto do jogo dos bichos que funciona ostensivamente.
Anote:
Se um ilícito funciona ostensiva e livremente, alguém está levando dinheiro para não reprimir.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

Beltrame na linha de tiro



No próximo domingo, um grande jornal do país trará matéria onde a máscara de José Mariano Beltrame começa a cair. Segundo informações que tive agora há pouco, trata-se de um grave fato ocorrido nos tempos em que ele estava à frente do uma importante operação na Polícia Federal. Vamos esperar pra ver se Cabral desta vez não consegue abafar mais uma do seu secretário grampeador.