quinta-feira, 17 de março de 2011

CAIXA DOIS - FALTA ALGUÉM NO BANCO DOS REÚS.

EX-BLOG DO CESAR MAIA
FALTA ALGUÉM NO BANCO DOS RÉUS!

Trecho da nota do Dr. Lino Martins, em seu blog: Se há recebimento sem origem, há que se ir atrás de onde foi aplicado e de onde veio.
1. "É aqui que este Blog entra em ação para dizer que nessas histórias de caixa dois está faltando alguém no banco dos réus. Nossa afirmativa decorre de uma verdade universal da contabilidade quando estabelece que a todo débito se contrapõem um credito de igual valor naquilo que denominamos partidas dobradas ou método digráfico. No que se refere às “partidas dobradas” já há mais de 500 anos o Frei Luca sentenciava: a todo débito corresponde um crédito de igual valor, ou seja, não há débito sem o crédito correspondente. Tal argumentação possibilitou o desenvolvimento de teorias como a do equilíbrio quantitativo do patrimônio.
2. É elementar que o dinheiro confessadamente recebido como caixa dois pelos partidos tenha servido para efetuar pagamentos totais ou parciais “por fora” mediante a exigência dos fornecedores e prestadores de serviço desses mesmos partidos para “evitarem” os efeitos da carga tributária e, a partir daí, estabelecerem todo um mecanismo de proteção patrimonial junto aos denominados paraísos fiscais.
3. Infelizmente tal levantamento, até onde é do nosso conhecimento, não vem sendo feito, pois ao que parece as autoridades estão mais interessadas no noticiário das páginas policiais do que na apuração e investigação contábil quando procurariam adotar a ideia de seguir permanentemente o dinheiro desse malfadado caixa dois (Follow The Money). A adoção de tal fundamento permitiria comprovar que o valor do caixa dois foi recebido pela outra parte que, por sua vez, deveria estar sentada no banco dos réus. Talvez até na condição de ator principal e não de coadjuvante."
COMENTO:
Sem dúvida, falta alguém no banco dos reús.
Um dos maiores problemas na atividade policial brasileira é a péssima qualidade das investigações, infelizmente, essa é a regra. Uma verdade que pode ser constatada com enorme facilidade comparando o número de presos em cada operação policial midiática, tão em moda no Brasil, com o número de condenados com trânsito em julgado.
No caso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro isso tem ocorrido com frequência. Dezenas de PMs são presos em uma única operação, como já ocorreu algumas vezes e ao final, NENHUM é condenado.
Tal realidade tem uma causa básica, o policial quer ser guerreiro, não quer ser investigador.
No Rio, onde a Polícia Civil não consegue apurar responsabilidade nem por 5% dos casos de homicídio, o que aumenta a impunidade e estimula o crime, podemos observar essa transfiguração. A PCERJ chega a ter uma força paramilitar para invadir comunidades carentes (favelas) a CORE, além de possuir veículos blindados para transporte de tropa (caveirão) e helicópteros blindados. Obviamente, um desvio de função que ocorre diariamente na frente de todas as autoridades públicas, que como gostam de operações midiáticas, as quais "dão ibope", acabam estimulando tais absurdos.
São raros investigadores e milhares de guerrilheiros urbanos.
No governo Cabral, os Policiais Civis ganham gratificação pelo fato da diminuição do número de delitos ocorridos em uma área, isso é ridículo, os Policiais Civis só poderiam ganhar gratificações de produtividade no tocante às investigações exitosas produzidas.
Cidadão, imagine se Cabral começasse a pagar gratificações aos PMs de um batalhão em razão do número de inquéritos concluídos pela delegacia da área ser o maior do estado?
A segurança pública no Brasil precisa sofrer uma grande transformação, estamos insistindo em erros primários e uma delas é valorizar o policial INVESTIGADOR, que integra a Polícia Federal e as Polícias Civis, além disso, valorizar o policial PREVENTIVO (OSTENSIVO) e de PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA que integra as Polícias Militares.
Não tenham dúvida, o banco dos reús ficaria lotado e as penitenciárias mais lotadas ainda.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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