BLOG DO REINALDO AZEVEDO:
28/11/2010
O tráfico continua em 11 das 13 favelas pacificadas.
"...As UPPs seguiram o modelo da Colômbia, mas guardam uma diferença em relação a ele. Nas cidades daquele país, os quartéis-generais dos chefões do tráfico foram tomados logo nas primeiras operações, a partir de 2002, e os criminosos acabaram presos. No Rio, as principais trincheiras dos facínoras ficaram intocadas, enquanto o estado empreendia a ocupação de favelas menores e periféricas no mercado de entorpecentes. Com isso, os chefões seguiram fazendo negócios - agora auxiliados pelos bandidos das favelas tomadas que se refugiaram em seus domínios. Para se ter uma idéia, só no ultimo ano, o número de criminosos alojados no Complexo do Alemão triplicou.
Essa cambada perdeu o território, mas contínua a comandar o tráfico em seus antigos domínios. O comércio passou a ser mais velado e, quem sabe, um pouco menos lucrativo. Carregamentos de entorpecentes, que antes desembarcavam nos morros em enormes lotes à luz do dia, passaram a ingressar nas favelas ocupadas por UPPs por um exército de formigas, que transporta a droga aos poucos. Afirmam a VEJA dois agentes do departamento de inteligência da polícia: “Sabemos que, em onze das treze favelas pacificadas, o comércio de drogas praticamente não foi afetado”. É uma razão para explicar a falta de resistência às investidas da polícia: as ações oficiais não haviam atingido um reduto verdadeiramente lucrativo para o tráfico. Nesse sentido, a tomada de Vila Cruzeiro, do Complexo do Alemão e, posteriormente, do Vidigal e da Rocinha dará uma visão mais realista acerca da eficiência das UPPs".
JUNTOS SOMOS FORTES!Essa cambada perdeu o território, mas contínua a comandar o tráfico em seus antigos domínios. O comércio passou a ser mais velado e, quem sabe, um pouco menos lucrativo. Carregamentos de entorpecentes, que antes desembarcavam nos morros em enormes lotes à luz do dia, passaram a ingressar nas favelas ocupadas por UPPs por um exército de formigas, que transporta a droga aos poucos. Afirmam a VEJA dois agentes do departamento de inteligência da polícia: “Sabemos que, em onze das treze favelas pacificadas, o comércio de drogas praticamente não foi afetado”. É uma razão para explicar a falta de resistência às investidas da polícia: as ações oficiais não haviam atingido um reduto verdadeiramente lucrativo para o tráfico. Nesse sentido, a tomada de Vila Cruzeiro, do Complexo do Alemão e, posteriormente, do Vidigal e da Rocinha dará uma visão mais realista acerca da eficiência das UPPs".
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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