O GLOBO:
REPÓRTER DE CRIME.
Nova ordem mundial
PM do Rio está na contramão da liberdade na internet
A PM completou 200 anos em maio, mas parece que continua tentando olhar para um passado sem futuro. No dia em que a blogueira cubana Yoani Sánchez - perseguida pela ditadura de seu país - ganhou o mundo por conseguir uma entrevista exclusiva com o presidente Obama - para seu blog Generacíon Y, o comandante-geral em exercício da PM, coronel Álvaro Garcia, fez um discurso inflamado condenando blogueiros e twitteiros que criticam a Polícia Militar (ver aqui). Um discurso que me lembrou muito aquelas palavras de censura à imprensa e à liberdade da sociedade civil nas ordens do dia dos quartéis, em dias de festa da falecida ditadura militar.
Não acredito que seja uma coincidência os dois episódios ocorrerem no mesmo dia - um envolvendo personalidades na internet e outro no mundo real do 15o BPM, em Caxias, com um oficial do primeiro escalão. O show de jornalismo cidadão que Yoani (ouça a entrevista dela ao GLOBO) dá em seu blog - pelo qual já sofreu na pele, ao ser agredida e ameaçada de sequestro por agentes da polícia política cubana - serve também para se situar onde está a cúpula da PM, em pleno século XXI - no atraso.
Como um general de republiqueta, o comandante-geral em exercício, coronel Álvaro Garcia, disse:
- Não vamos nos deixar levar por esses covardes que tentam macular a nossa imagem. Eles ficam atrás de blogs ou Twitters, mas, se fossem corajosos, falariam em público e não por meio de denúncias apócrifas. Não deixeis cair em tentação. Não deixeis vos levar por aqueles que não mereciam estar aqui.
Embora sem dúvida ocorram exageros e ofensas, as denúncias anônimas da blogosfera e twitosfera policial devem ser levadas em conta pelas corregedorias das polícias. Não se pode atacar denunciantes sem antes verificar a suposta veracidade das denúncias feitas por eles. Um deles, o principal alvo do discurso do coronel, é sem dúvida o twiteiro Boca de Sabão - formado por oficiais e praças da PM, que denunciam irregularidades e corrupção na PM do Rio.
O discurso também teve cheiro de provocação ao tenente-coronel Roberto Alves de Lima, que foi transferido para a Direção Geral de Pessoal, a DGP. Segundo apurou o blog Casos de Polícia e Segurança, do "Extra", a "relação do tenente-coronel Roberto com a cúpula da Secretaria de Segurança foi prejudicada por sua participação em movimentos de reinvidicação por melhores condições de trabalho". Pelo pouco que conheço do coronel Roberto deixo meu testemunho pessoal, de que é um desperdício para a sociedade ter um oficial como esses na geladeira, que é como se chama na prática a DGP.
Apesar de o próprio comandante-geral, em viagem de serviço em Paris, ter sido um dos primeiros a aderir às mídias digitais e garantir que não persegue o Boca de Sabão, usuário do Twitter, o coronel Mário Sérgio tomou uma bola nas costas do subordinado (o coronel Garcia) ou então ainda não conseguiu convencer seus auxiliares de que a internet veio para ficar. A corporação precisa entender que o mundo mudou e aprender a lidar com a liberdade dessa mídia. Uma das formas mais simples e em benefício da sociedade seria abrir inquéritos para se investigar as denúncias feitas pela twitosfera policial. Sem medo de que elas sejam a expressão mais pura da realidade.
PM do Rio está na contramão da liberdade na internet
A PM completou 200 anos em maio, mas parece que continua tentando olhar para um passado sem futuro. No dia em que a blogueira cubana Yoani Sánchez - perseguida pela ditadura de seu país - ganhou o mundo por conseguir uma entrevista exclusiva com o presidente Obama - para seu blog Generacíon Y, o comandante-geral em exercício da PM, coronel Álvaro Garcia, fez um discurso inflamado condenando blogueiros e twitteiros que criticam a Polícia Militar (ver aqui). Um discurso que me lembrou muito aquelas palavras de censura à imprensa e à liberdade da sociedade civil nas ordens do dia dos quartéis, em dias de festa da falecida ditadura militar.
Não acredito que seja uma coincidência os dois episódios ocorrerem no mesmo dia - um envolvendo personalidades na internet e outro no mundo real do 15o BPM, em Caxias, com um oficial do primeiro escalão. O show de jornalismo cidadão que Yoani (ouça a entrevista dela ao GLOBO) dá em seu blog - pelo qual já sofreu na pele, ao ser agredida e ameaçada de sequestro por agentes da polícia política cubana - serve também para se situar onde está a cúpula da PM, em pleno século XXI - no atraso.
Como um general de republiqueta, o comandante-geral em exercício, coronel Álvaro Garcia, disse:
- Não vamos nos deixar levar por esses covardes que tentam macular a nossa imagem. Eles ficam atrás de blogs ou Twitters, mas, se fossem corajosos, falariam em público e não por meio de denúncias apócrifas. Não deixeis cair em tentação. Não deixeis vos levar por aqueles que não mereciam estar aqui.
Embora sem dúvida ocorram exageros e ofensas, as denúncias anônimas da blogosfera e twitosfera policial devem ser levadas em conta pelas corregedorias das polícias. Não se pode atacar denunciantes sem antes verificar a suposta veracidade das denúncias feitas por eles. Um deles, o principal alvo do discurso do coronel, é sem dúvida o twiteiro Boca de Sabão - formado por oficiais e praças da PM, que denunciam irregularidades e corrupção na PM do Rio.
O discurso também teve cheiro de provocação ao tenente-coronel Roberto Alves de Lima, que foi transferido para a Direção Geral de Pessoal, a DGP. Segundo apurou o blog Casos de Polícia e Segurança, do "Extra", a "relação do tenente-coronel Roberto com a cúpula da Secretaria de Segurança foi prejudicada por sua participação em movimentos de reinvidicação por melhores condições de trabalho". Pelo pouco que conheço do coronel Roberto deixo meu testemunho pessoal, de que é um desperdício para a sociedade ter um oficial como esses na geladeira, que é como se chama na prática a DGP.
Apesar de o próprio comandante-geral, em viagem de serviço em Paris, ter sido um dos primeiros a aderir às mídias digitais e garantir que não persegue o Boca de Sabão, usuário do Twitter, o coronel Mário Sérgio tomou uma bola nas costas do subordinado (o coronel Garcia) ou então ainda não conseguiu convencer seus auxiliares de que a internet veio para ficar. A corporação precisa entender que o mundo mudou e aprender a lidar com a liberdade dessa mídia. Uma das formas mais simples e em benefício da sociedade seria abrir inquéritos para se investigar as denúncias feitas pela twitosfera policial. Sem medo de que elas sejam a expressão mais pura da realidade.
JORGE ANTÔNIO BARROS
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚLJUNTOS SOMOS FORTES!
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
3 comentários:
Cel Paul!
Sem querer polemizar, me acho na obrigação de me posicionar quanto ao fato de algumas pessoas quererem expor suas opiniões, às vezes de forma ofensiva, denunciativa, mas de forma anônima. Tal postura é odiosa!
Logo no início das atividades do blog "projeto 200 anos" escrevi neste sentido e, por haver asinado minha postagem, fui chamado a depor em sindicância instaurada à época.
Assim, me alinho à opinião do Sr Cel Álvaro, não por obrigação funcional ou qualquer outro compromisso pessoal, mas como cidadão que tem verdadeira aversão ao anonimato.
Para reflexão gostaria de trazer uma assertiva de Rui Barbosa:
"Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter."
Temos de pagar o preço de nossas opiniões, anonimato é covardia, pois se nos alinhamos aos anônimos, não sabemos se poderemos com ele contar, pois não sabemos quem eles são.
Ten Cel Waldyr
Ten Cel Waldir, grato pelo comentário.
Concordo com você, devemos exercitar as nossas liberdades com responsabilidade. Todavia, temos que compreender que a internet se tornou um meio de todos expressarem opiniões (certas ou erradas) com alguma segurança. Não tenho dúvidas que temos Coronéis e Soldados que postam anonimamente, o que no caso dos Oficiais é mais difícil de entender, porém, imagine a situação em que ficaria um Soldado comunicando por escrito que o seu Cmt entregava carnês para os Oficiais da UOP pagassem as suas contas?
Na essência, temos que condenar o anonimato, entretanto, precisamos compreender que em muitos casos ele é a única forma de denúncias serem divulgadas. O que seria melhor? Não denunciar?
Escrevo isso sendo uma das grandes vítimas das denúncias anônimas veiculadas pela internet, onde já fui citado como corrupto, dono de segurança e que quando estava no "poder" não brigava com os poderosos.
No caso específico, eu estava no 15o BPM e gravei a fala do Álvaro, a qual disponibilizarei no blog, para que todos possam fazer uma avaliação mais adequada.
Juntos Somos Fortes!
A produtora AEON AUDIOVISUAL está lançando através do blog da cia. o episódio piloto do "Republiqueta", uma produção independente feita diretamente para internet com download gratuito.
"Republiqueta" é um curta-metragem de animação protagonizado pelo Presidente da República.
Sinopse: Acuado por denúncias de corrupção e vendo sua popularidade despencar, Lula inicia uma busca para descobrir, afinal de contas, quem o traía, desenterrando os segredos mais escusos do seu próprio governo.
Assista no link abaixo:
http://blog.aeonav.com
Ps: Não é necessário se filiar a nenhum sindicato ou partido para assistir este curta-metragem!
Se gostar, peço que repasse!!!
Obrigada!
Att.,
Priscila V.
AEON AUDIOVISUAL
Postar um comentário