JORNAL DO BRASIL:
Flávia Salme, Jornal do Brasil.
RIO DE JANEIRO - Lixo, sujeira, alimentos deteriorados e dezenas de botijões de gás armazenados perigosamente em uma sala sem ventilação e com a fiação elétrica exposta. Não, não foi mais uma apreensão do Choque de Ordem. Foi o cenário flagrado no depósito da Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop), responsável pelas operações de ordenamento urbano na cidade, por representantes da comissão especial para os acompanhamento dessas operações da Câmara Municipal.
Localizado em Bonsucesso (Zona Norte), o depósito abriga mercadorias apreendidas pelos fiscais da prefeitura nas operações de repressão ao comércio e ocupação irregular nas ruas do Rio. Ao chegar no local, a vereadora Clarissa Garotinho (PR) encontrou aparelhos de televisão jogados sobre livros didáticos, carroças ainda com pipoca dentro, garrafas de bebidas espalhadas em meio a milhares de CDs piratas. Na cozinha dos funcionários, fungos e mofo. Pelo pátio, ratos e baratas circulam livremente. Todas as mercadorias, segundo Clarissa, estão armazenadas sobre poças d'água formadas por infiltrações no teto do lugar, que, segundo ela, está quebrado.
– Mais parece um depósito de lixo. Chamam o cidadão de porco, mas a ironia é que no galpão a sujeira e a desordem estão por todo lado – criticou a parlamentar, que preside a Comissão Especial para o Acompanhamento das Operações Choque de Ordem.
Segundo a vereadora, cerca de 100 botijões de gás estavam em local fechado, ao lado de uma caixa de energia com a fiação exposta e encostados na parede, infringindo as regras de armazenamento de botijões de gás da ABNT (Agência Brasileira de Normas Técnicas).
O teto do depósito está quebrado e, quando chove, a água ajuda a estragar o material ali armazenado. O galpão tem enormes poças d'água que atraem o mosquito da dengue. Segundo o diretor do depósito, Antonio José Sartori, constantemente o mata-mosquito é solicitado.
– A prefeitura não dá ao ambulante a garantia que ele terá o seu produto de volta nas mesmas condições. Um simples ato como localizar a mercadoria se torna quase impossível tamanha a desordem no local – afirmou Clarissa.
Enormes sacos com livros seminovos de romance, didáticos e até enciclopédias Grand Larousse e até mesmo livros ainda embalados estão se deteriorando no local. Segundo funcionários, representantes da Secretaria de Educação foram ao depósito, mas não demonstraram interesse pelos livros.
Os funcionários também afirmaram que são impedidos de doar os livros para instituições ou bibliotecas comunitárias por conta de exigências burocráticas da Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização da prefeitura. A vereadora Clarissa Garotinho encontrou ainda um caderno de matemática de uma criança da quarta série, que não parece fazer nenhum sentido no meio do material apreendido.
A vereadora também achou várias carrocinhas ainda com pipoca dentro. Eles teriam sido apreendidos há pelo menos 10 dias. Centenas de sacos espalhados pelo chão com refrigerante, guaraná natural, água e bebidas em geral estão armazenados de maneira inapropriada. Funcionários afirmaram que é comum garrafas estourarem devido ao forte calor do depósito que não possui refrigeração.
No local, existem mais de 600 mil CDs e mídias que foram apreendidos e continuam armazenados lá.
– O material fica acumulado porque não temos condições de fazer perícia e distinguir o que é pirata ou não. O procedimento mais adequado seria encaminhar a uma delegacia especializada antes – explicou Sartori.
A vereadora vai enviar ofício à Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil denunciando as irregularidades.
Seop diz ter apoio popular e chama ação de sensacionalista
A Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) divulgou nesta sexta-feira à noite uma note em que afirma conhecer os problemas dos depósitos da prefeitura, que seriam antigos. Segundo a nota, a atual administração “tem trabalhado firme para organizar e melhorar, principalmente, o atendimento aos ambulantes”.
– Estamos agindo com seriedade e responsabilidade e é por isso que temos o apoio da maioria da população carioca. Não serão ações políticas sensacionalistas que vão descredenciar as operações de choque de ordem, que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida do cidadão e da cidade – afirmou o secretário especial da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem.
De acordo com a assessoria da secretaria, a situação já foi pior e, no início deste ano “era de completa desorganização”. Nos cinco primeiros meses de 2009, a pasta afirma ter inventariado os produtos. Hoje, já estariam em andamento processos de reforma dos depósitos públicos para guarda de mercadoria.
A nota da Seop argumenta ainda que “as imagens de um depósito público, com incontáveis modalidades de mercadorias apreendidas, diferem das de um depósito de uma loja de eletrodomésticos, por exemplo”.
Bethlem finalizou afirmando que tem trabalhado para dar mais agilidade ao sistema e à logística, “focado no respeito ao cidadão e segurança dos funcionários”.
Localizado em Bonsucesso (Zona Norte), o depósito abriga mercadorias apreendidas pelos fiscais da prefeitura nas operações de repressão ao comércio e ocupação irregular nas ruas do Rio. Ao chegar no local, a vereadora Clarissa Garotinho (PR) encontrou aparelhos de televisão jogados sobre livros didáticos, carroças ainda com pipoca dentro, garrafas de bebidas espalhadas em meio a milhares de CDs piratas. Na cozinha dos funcionários, fungos e mofo. Pelo pátio, ratos e baratas circulam livremente. Todas as mercadorias, segundo Clarissa, estão armazenadas sobre poças d'água formadas por infiltrações no teto do lugar, que, segundo ela, está quebrado.
– Mais parece um depósito de lixo. Chamam o cidadão de porco, mas a ironia é que no galpão a sujeira e a desordem estão por todo lado – criticou a parlamentar, que preside a Comissão Especial para o Acompanhamento das Operações Choque de Ordem.
Segundo a vereadora, cerca de 100 botijões de gás estavam em local fechado, ao lado de uma caixa de energia com a fiação exposta e encostados na parede, infringindo as regras de armazenamento de botijões de gás da ABNT (Agência Brasileira de Normas Técnicas).
O teto do depósito está quebrado e, quando chove, a água ajuda a estragar o material ali armazenado. O galpão tem enormes poças d'água que atraem o mosquito da dengue. Segundo o diretor do depósito, Antonio José Sartori, constantemente o mata-mosquito é solicitado.
– A prefeitura não dá ao ambulante a garantia que ele terá o seu produto de volta nas mesmas condições. Um simples ato como localizar a mercadoria se torna quase impossível tamanha a desordem no local – afirmou Clarissa.
Enormes sacos com livros seminovos de romance, didáticos e até enciclopédias Grand Larousse e até mesmo livros ainda embalados estão se deteriorando no local. Segundo funcionários, representantes da Secretaria de Educação foram ao depósito, mas não demonstraram interesse pelos livros.
Os funcionários também afirmaram que são impedidos de doar os livros para instituições ou bibliotecas comunitárias por conta de exigências burocráticas da Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização da prefeitura. A vereadora Clarissa Garotinho encontrou ainda um caderno de matemática de uma criança da quarta série, que não parece fazer nenhum sentido no meio do material apreendido.
A vereadora também achou várias carrocinhas ainda com pipoca dentro. Eles teriam sido apreendidos há pelo menos 10 dias. Centenas de sacos espalhados pelo chão com refrigerante, guaraná natural, água e bebidas em geral estão armazenados de maneira inapropriada. Funcionários afirmaram que é comum garrafas estourarem devido ao forte calor do depósito que não possui refrigeração.
No local, existem mais de 600 mil CDs e mídias que foram apreendidos e continuam armazenados lá.
– O material fica acumulado porque não temos condições de fazer perícia e distinguir o que é pirata ou não. O procedimento mais adequado seria encaminhar a uma delegacia especializada antes – explicou Sartori.
A vereadora vai enviar ofício à Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil denunciando as irregularidades.
Seop diz ter apoio popular e chama ação de sensacionalista
A Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) divulgou nesta sexta-feira à noite uma note em que afirma conhecer os problemas dos depósitos da prefeitura, que seriam antigos. Segundo a nota, a atual administração “tem trabalhado firme para organizar e melhorar, principalmente, o atendimento aos ambulantes”.
– Estamos agindo com seriedade e responsabilidade e é por isso que temos o apoio da maioria da população carioca. Não serão ações políticas sensacionalistas que vão descredenciar as operações de choque de ordem, que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida do cidadão e da cidade – afirmou o secretário especial da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem.
De acordo com a assessoria da secretaria, a situação já foi pior e, no início deste ano “era de completa desorganização”. Nos cinco primeiros meses de 2009, a pasta afirma ter inventariado os produtos. Hoje, já estariam em andamento processos de reforma dos depósitos públicos para guarda de mercadoria.
A nota da Seop argumenta ainda que “as imagens de um depósito público, com incontáveis modalidades de mercadorias apreendidas, diferem das de um depósito de uma loja de eletrodomésticos, por exemplo”.
Bethlem finalizou afirmando que tem trabalhado para dar mais agilidade ao sistema e à logística, “focado no respeito ao cidadão e segurança dos funcionários”.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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