segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PROPAGANDA OU CAMPANHA ELEITORAL.

REVISTA VEJA - O FILTRO - JULIANO MACHADO.
Política
Visita e diplomacia polêmicas
A polêmica visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que chega a Brasília hoje, ganhou as páginas dos principais jornais internacionais. O The New York Times (em inglês) afirma que o presidente Lula, ao receber o líder iraniano, “dá uma cotovelada” em seu colega Barack Obama. O jornal afirma que a ambição de Lula é se posicionar como o mais importante país no atual cenário diplomático, mas receber Ahmadinejad – que foi eleito sob fortes suspeitas de fraudes e se recusa a abrir mão de seu programa nuclear – vai na contramão dos esforços dos Estados Unidos e outras nações para desarmar o Irã. Na mesma linha, o britânico Financial Times (em inglês) diz que o Brasil faz um jogo diplomático perigoso ao dar legitimidade ao governo de Ahmadinejad. O reconhecimento brasileiro é fundamental para o iraniano, que também vai visitar outros dois países que o apoiam, Venezuela e Bolívia (ambos opositores aos EUA). O Estadão conta que, durante a visita, Lula vai reconhecer o direito do Irã de desenvolver tecnologia nuclear para fins pacíficos, mas recomendará a Teerã investir na reconquista de sua confiança frente à comunidade internacional e concordar com os termos do acordo de Viena (pelo acordo, o Irã entregaria seu urânio para ser enriquecido na Rússia. O governo iraniano já negou). Para o jornal, Lula faz um movimento que coloca em risco sua imagem pessoal e de seu governo diante da comunidade internacional.
Sociedade
Publicidade chapa branca?
O otimismo em relação ao Brasil tomou conta da publicidade da TV. As empresas negam qualquer intenção política na onda de “publicidade-exaltação”, como chama a Folha (para assinantes), adotada por empresas privadas. O jornal cita alguns exemplos: Ambev, GM, Bradesco, Vale e Embratel produziram comerciais de televisão recentes enaltecendo a firmeza do país na crise, a capacidade de superação dos brasileiros, a harmonia entre o público e o privado e a relevância do país no mundo. O Brasil é o país “da iniciativa privada em equilíbrio com o setor público”, diz a atual campanha do Bradesco, segundo maior banco privado brasileiro. “Há dez anos, quem poderia imaginar a gente emprestando dinheiro para o FMI?”, lembra o anúncio televisivo do carro Aprile, da Chevrolet/GM. E por aí vai.Para empresas e publicitários envolvidos nos comerciais, trata-se de uma estratégia legítima, lógica e antiga. O problema é que fica cada vez mais difícil distinguir marketing da simples adulação – em outras palavras, se o produto anunciado, de fato, é o governo. No passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou toda a ex-diretoria da Petrobras em razão dos gastos da empresa com campanhas publicitárias mostrando os benefícios do Plano Real, lembra o jornal.
O novo tráfico do Rio
O tráfico de drogas no Rio de Janeiro ganhou nova cara nos últimos anos. Fora dos morros, o tráfico do asfalto, como é conhecido, passou a ser feito por jovens de classe média entre 20 e 25 anos, que agem de forma autônoma, sem ligação com facções criminosas e usam rede de amigos como base para distribuição. O tipo de droga também mudou, não são mais vendidas apenas drogas sintéticas, como ecstasy e LSD, em raves. Isso tudo significa que esse tipo de tráfico concorre com a atividade das quadrilhas que atuam em favelas do Rio. O diagnóstico é resultado de um trabalho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. De acordo com O Globo, há pelo menos dez anos, policiais do Rio acreditavam que a cidade estava prestes a ter disputas armadas por território no asfalto, como nas favelas – o que não ocorreu. Segundo o estudo, as redes de comércio de drogas no asfalto atuam com a mesma intensidade em raves, praias e até em academias de ginástica. Há também traficantes em escolas, universidades e condomínios de classe média.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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