quarta-feira, 20 de maio de 2009

JORNALISTA SEGADAS VIANNA CONQUESTA MÉTODO DO CORONEL DE POLÍCIA LOPES.

BLOG DO JORNALISTA GUSTAVO DE ALMEIDA.
E LOPES É QUESTIONADO MAIS UMA VEZ SOBRE OS MÉTODOS DUROS COM OS PRAÇAS.
O jornalista Segadas Vianna, cujo blog Falando a Verdade (http://sites.google.com/site/segadasvianna/Home) é minha leitura diária, discorreu nesta terça-feira sobre o momento do coronel Paulo César Lopes no Comando de Policiamento de Área da Baixada Fluminense, o 3ºCPA. Diz o bom Segadas que Lopes tem imposto uma linha duríssima, que lembra os tempos da ditadura militar.
Abro um parênteses apenas para discordar do conceito linha dura/ditadura. Mesmo nas democracias mais maduras - como a francesa, a britânica e a americana - é normal encontrar, no militar, um oficial exigente, rigoroso e mantenedor obcecado do ethos da farda.
Sendo assim, o limite entre o Bom Comandante e o Comandante Tirânico e Torturador é uma linha meio tênue, que pode ser estabelecida, digamos, naquele espaço entre o tapa e o soco. Se o soco dói mais, o tapa humilha. É o bom comandante aquele que não humilha? Pode ser. Mas certamente não o é aquele que faz seu recruta passar incólume por seu comando.
Trotes entre os soldados, coisas que ao paisano pode parecer um acinte, algo tenebroso, para o V-O às vezes são frugais, rotineiras, que fazem parte da vida militar tal e qual o queijo e o orégano fazem de uma boa pizza.
Não sou militar, ou seja, não tive condições de enfrentar a dura rotina de treinamentos da caserna. Não me diminuí por isso. Me diminuiria se, sendo militar, fizesse campanha para colocar munhequeiras na hora das flexões.
Mas, deixando tais considerações de lado, peço agora a leitura do texto do jornalista Segadas Vianna:
Tropa sob pressão total - Comandante ‘linha dura’ investe pesado para manter policiais sob seu regime, e é comparado aos coronéis dos tempos da ditadura pelo excesso de autoridade imposto à tropa
•Os tempos da ditadura militar, que deixaram uma mancha na História do Brasil, estão sendo lembrados por policiais militares da Baixada Fluminense. Não que esse negro regime tenha voltado para assombrar nosso país, mas a sensação de austeridade imposta pelo novo comandante do 3º CPA (Comando de Policiamento de Área), em Mesquita, tem levado PMs da região a um estado de disciplina que cheira a abuso de poder.
Os métodos de ‘crueldade’ impostos pelo coronel Paulo César Ferreira Lopes nos domínios dos batalhões estão sendo criticados não apenas pelas tropas, mas também por familiares destes e até pela opinião pública. Conhecido como militar linha dura, suas ordens têm provocado revolta desde que assumiu o 3º CPA no dia 6 de maio deste ano. Entre as determinações do coronel constam a retirada de TVs dos DPOs; a fixação de PMs nas cabines sem autorização para responder a ocorrências até a segunda a ordem; além da colocação de um policial na entrada de todas as unidades sob o seu comando em posição de guerra, usando capacete, sobre um pedestal, sem poder se abrigar da chuva ou sol, em situação desumana.
Uma dona de casa que passava em frente a um DPO ficou sensibilizada com um policial que estava de pé sob a chuva sem poder sair.
“Questionei se ele era obrigado a permanecer daquele jeito, se molhando todo. O militar disse que acatava ordens, e se a descumprisse poderia ser punido. Achei uma crueldade”, contou a mulher.
Segundo os militares, o coronel Lopes adota métodos que, ao invés de estimular a tropa, faz o oposto.
“Logo que assumiu, todos os colegas ficaram temerosos e já sabiam que ele iria agir com exageros. Nunca um comandante foi tão duro e austero como esse”, disse um soldado que prefere não se identificar, por medo de represália.
MÉTODO 'CARRASCO'.
O jeito de militar ditador do coronel Lopes também desencadeou reações nos familiares de PMs. Eles não concordam com o comando ‘cruel’ imposto à corporação, que chega a ser humilhante. A mulher de um sargento desabafa: “Meu marido contou que durante as reuniões com a tropa o coronel costuma se abrigar à sombra enquanto os policiais sofrem horas sob sol forte. Sinto que a situação começa a afetar seu lado psicológico, pois tem chegado em casa bastante nervoso. Além de ganhar mal, ele está perdendo a vontade de trabalhar. Ninguém aguenta tanta pressão por muito tempo. Isso é abuso de poder”, afirmou.
Segadas Vianna.
Que o coronel Lopes é linha-dura, digamos que é indiscutível. Que pega pesado com os praças, também é igualmente indiscutível. Mas conversei com alguns praças que já estiveram sob seu comando. E com um que está agora, ainda que intermediário (é preciso lembrar que algumas ordens continuam sendo dadas pelo comandante direto). Segue o que foi apurado:
1- Lopes assumiu recentemente o comando intermediário e ainda não teve tempo de ter contato com a tropa. Teve, sim, com todos os comandantes da área. E pediu de cada um deles um relatório sobre "Máquinas de Caça-Níqueis apreendidas recentemente".
2- Lopes, segundo um sargento com quem conversei, fica no sol junto com os praças. Faz isso de propósito mesmo.
3- Já prendeu sim, dois soldados por problemas na cobertura (quepe).
A um interlocutor, desabafou: "Guerreiro, se eu não conseguir com que minha tropa use cobertura na cabeça, vou conseguir o quê?".
É claro que o jornalista Segadas Vianna tem, de profissão, o que eu tenho de vida. E tem muito mais fontes. Isto está fora de discussão. Mas esta foi a leitura que me chegou ao longo da terça-feira, por emails e por dois telefonemas. Lopes chegou à Baixada com a mesma má-fama de disciplinador e arbitrário. Mas antes de condená-lo, vamos ver direito quem são os carrascos. Afinal, na Zona Oeste foram mais de cinco mil máquinas caça-níqueis apreendidas.
conferir.
GUSTAVO DE ALMEIDA.

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

Um comentário:

segadasvianna disse...

Caríssimo Cel. Ricardo Paul,
em primeiro lugar, gostaria de expressar minha admiração por sua pessoa, por sua carreira na Briosa e por sua vida pública.
Jamais condeie 'a priori' o Cel. Lopes por suas posições, até porque sou adepto da 'linha dura' mesmo. Apenas não posso e jamais concordarei que a 'linha dura' seja apenas para praças, Cbs e Srgs.. A 'linha dura' tem que ser para oficiais também. Ou seja, 'pau que dá em Chico, tem que também dar em Francisco'.
Na verdade, hoje, a desmoralização da classe política se assemelha em muito à desmoralização da 'banda podre' das polícias. Ou seja, para elas, a 'banda podre' e 'os políticos podres' deveriam todos ser colocados num bom e velho navio do Loyds que apodrece na Baía da Guanabra , levado lá para o lado das Cagarras e servir como arrecife para a procriação de espécies marinhas após ser afundado com todo seu conteúdo podre.
Sempre defendi uma polícia correta e dura, mas também humana. Não com o marginal, não com o policial que compactua com o crime, mas com aqueles que envolvem-se em situações por motivos mais do que compreensíveis e que com um bom direcionamento retomam o caminho ' do bem'.
Não posso também jamais concordar que um policial 'engorde' sua renda achacando trabalhadores que saem às ruas , em geral para trabalhar ou para o lazer com a família, em seus carrinhos velhinhos, com seu IPVA e vistoria atrasados por absoluta falta de dinheiro para pagar estas taxas e exigencias absurdas e um policial o pare e tome seu dinheirinho para deixá-lo ir embora.
Ah... muitos diriam... quem paga também é o corruptor, mas vamos nos colocar no lugar deste trabalhador que depende fundamentalmente de seu carrinho velho para trabalhar ou para passear nos finais de semana com sua família e que de repente pode se ver privado permanentemente de seu 'caidinho'... .
Apontar o dedo é fácil, mas colocar-se no lugar de quem está sendo 'apertado' e achacado parece ser bem mais difícial, não é...?
O jornalista Gustavo de Almeida foi um amigo que edifiquei minha amizade com ele através das 'ondas' da net e de nossos modestíssimos 'escritos', e tenho certeza de que ele compactua, pelo menos em boa parte , de minhas idéias.
Um dos meus maiores orgulhos, Cel. Paúl, é ter recebido a Medalha da Ordem do Mérito Policial Militar por relevantes serviços prestados à corporação.E sempre vai ser.
Espero te-lo como leitor de meu site e sei que o tenho como um guerreiro , mais um, dos que lutam pela dignificação de nossa querida e amada PM.
Um fraterníssimo abraço deste seu 'companheiro de lutas' sem farda.
Segadas Vianna