quarta-feira, 27 de maio de 2009

A DIFERENÇA ENTRE LEGÍTIMA REAÇÃO POLICIAL E A "TÁTICA DO TIRO, PORRADA E BOMBA" DO GOVERNO SÉRGIO CABRAL (PMDB).

A amiga Mônica, que participa ativamente desse nosso espaço democrático, postou dois comentários sobre os nossos últimos artigos, ambos oportunos e extremamente relevantes, tanto que resolvemos transcrevê-los neste artigo, para viabilizarmos uma discussão mais ampla:
1) Cel Paúl, eu não faço apologia da lei de talião, mas também não acho que se pode combater a criminalidade com flores, velas e baloezinhos brancos, soltando pombinhas !!! A quem interessa que o estado permita que os criminosos façam deste estado o que bem entendem??? a quem interessa "NEGOCIAR" com bandidos, traficantes??? Devemos entender que os policiais no exercício de suas funções (proteger a sociedade) tem o direito de defender sua vida quando ameaçada pelo criminoso, e se um bandido que ameaça um policial não se rende e é morto em CONFRONTO, isso não é execução!!! querem subverter a razão, querem transformar criminosos em coitadinho e policial em executor??? é preciso saber entender as segundas intenções escondidas sob um discurso bonitinho e sentimental!!! Não digo que quando existam confrontos, não devam ser corretamente investigados, mas não se pode fazer linchamento moral dos policiais envolvidos antecipadamente às investigações.
2) Desculpe-me Cel, mas a Anistia quer que se combata criminosos fortemente armados e organizados de forma a afrontar o poder do Estado democrático, criando um "poder paralelo", como? Infelizmente esses bandidos só se curvam ao poder das armas. Temos que evitar, através da Educação e da Cidadania que os jovens entrem para o crime, mas o que já se acastelaram na criminalidade só deixaram o crime através de ações que os prendam e conduza à cadeia. Mas certamente os criminosos não se deixarão prender, logo, o Estado não pode enfrentar bandidos com flores. A quem interessa que o Estado não combata os criminosos? Temos que ter cuidado para não aceitar facilmente o discurso de quem só ganha com o "quanto pior melhor". Enfrentar criminosos com a força, os conduzindo à prisão !!!
A nossa amiga Mônica é uma mulher da ciência, antenada com o nosso tempo e engajada nos temas nacionais mais importantes. Ela tem contribuído em muito para a existência e para a ampliação do nosso espaço democrático, trazendo sempre as suas contribuições à nossa luta pela construção de uma segurança pública de qualidade no Rio de Janeiro.
Esse organizador concorda com os argumentos apresentados por Mônica e tem certeza que centenas de leitores também concordarão com essas argumentações.
E qual é a sua opinião?
Participe, comente, interaja e contribua com o nosso esforço.
No intuito de alimentar a sadia discussão, esse organizador gostaria de lançar uma reflexão, não se prendendo a qualquer caso específico:
A Polícia Militar tem as missões constitucionais de realizar o policiamento ostensivo e preservar a ordem pública, já vimos isso na Constituição Federal.
O Policial Militar está distribuído nas ruas, ostentando fardas, equipamentos, armamentos e viaturas ostensivas, extamente para impedir a prática de delitos, através da ação preventiva decorrente da sua ostensividade.
Toda vez que o Policial age para prender um criminoso, ele deve usar os recursos adequados e poderá reagir (em igual proporção) a toda agressão injusta por parte desse criminoso.
A reação do Policial é légitima e legal, amparada na excludente de criminalidade LÉGITIMA DEFESA.
Isso é fato, não cabe qualquer discussão.
Em todo mundo civilizado acontece dessa forma.
Cumpre destacar que Mônica também tem razão quando cita que o Policial Militar não pode ser "linchado" publicamente, antes da conclusão das investigações, em obediência ao seu direito constitucional da PRESSUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
Já escrevemos artigos específicos sobre esse tema, basta clicar na pesquisa desse blog.
Infelizmente, para o poder político, o Policial Militar é apenas um MEIO CIDADÃO, pleno em deveres e excluído de direitos.
O que significa que ele é prematuramente condenado publicamente.
É assim que "ELES" querem, ter alguém em quem colocar a CULPA.
E voltando ao tema...
No Rio de Janeiro, além dos casos típicos de reação policial, vivenciamos uma realidade muito diferente, quando tratamos da repressão aos criminosos que estão encastelados, usando termo da amiga Mônica, em comunidades carentes.
A nossa reflexão atinge exatamente esse ponto, ou seja, existe uma clara diferença entre reação policial citada acima e a "TÁTICA DO TIRO, PORRADA E BOMBA" do Governo Sérgio Cabral, condenada por todo mundo civilizado.
Vamos explicar...
No caso das comunidades carentes, os criminosos estão fortemente armados, entrincheirados e possuem uma boa estrutura para controlar as ações da Polícia, inclusive, se aproveitam da corrupção policial que avisa sobre essas ações.
Devemos esclarecer que eles estão fortemente armados, principalmente, para confrontar com outros criminosos, que almejam tomar o SEU TERRITÓRIO, para explorá-lo comercialmente, sobretudo, com a venda de drogas ilícitas.
Portanto, ao ingressar em tais territórios, onde o Estado não detém o monopólio do uso da força, da justiça e da tributação, a Polícia (Federal, Estadual ou Civil) PROVOCA O CONFRONTO ARMADO, isso mesmo, parece maluquice, mas é a pura verdade. Quem desencadeia o desequílibrio é a Polícia, a Instituição Pública é o estopim de ações e reações que resultam em MORTES de criminosos, Policiais e inocentes.
Esse é o ponto criticado mundialmente, na tática do "TIRO, PORRADA E BOMBA" do Governo do PMDB, do Governo Sérgio Cabral. Uma tática que dá errado há décadas, nesse Rio de Janeiro de mais de 10.000 mortos/desaparecidos por ano.
Um autêntico HOLOCAUSTO SOCIAL.
Ninguém defende que a Polícia não se defenda, proporcionalmente.
Ninguém defende que a Polícia não entre nas comunidades carentes, embora não seja MISSÃO POLICIAL, a retomada de territórios incrustados em solo brasileiro, que não estejam sobre o domínio estatal.
O problema é a tática utilizada em tais incursões.
A falta de uma política, até mesmo a falta de uma estratégia, a existência apenas de uma tática, o que beira ao amadorismo.
O problema é a situação emocional e física dos Policiais que, portanto armas de guerra, incursionam nessas comunidades.
O problema é a transformação do Policial em um "guerrilheiro urbano", como um verdadeiro "CÃO DE GUERRA", que vive sob o estigma do MATAR OU MORRER.
O Policial Militar e o Policial Civil estão sendo desumanizados, de forma covarde e irresponsável, pelo próprio poder político.
E, quando agem como desumanos, o poder político é o primeiro a chamá-lo de DÉBIL MENTAL e de IMBECIL.
Cidadão fluminense, o poder político precisa dividir o BANCO DOS RÉUS com os POLICIAIS DESUMANOS que ele ajudou a formar.
JUNTOS SOMOS FORTES!


PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

6 comentários:

Anônimo disse...

concordo com tudo que a mônica escreveu!!!!!!!!!

Mônica. disse...

Cel. Paúl, primeiro agradeço a atenção ao meu comentário, confesso que fiquei bastante emocionada e para mim, de verdade, é uma honra ter este espaço no teu blog, que como todos sabemos, já é um PONTO DE REFERÊNCIA no debate em nosso Estado. Aplaudo também, a conclusão que o sr. deu ao que escrevi, aprofundando as idéias e ampliando a perspectiva de avaliação da política de segurança adotada até o momento.
O sr. inclusive pode atestar aqui a importância da corregedoria interna, tanto apurando seriamente os fatos reportados, quanto restituindo a verdade e a honra que porventura seja atacada injustamente. Mais uma vez obrigada Cel. Paúl. Força !!!

Mônica disse...

Cel. Paúl, só mais uma observação: NÃO TEMOS (acho que de fato nunca tivemos) UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA !!! Política de segurança é algo que ultrapassa governos, é uma forma de entender e combater a criminalidade, como por ex. uma política econômica. O que temos são ações isoladas, desconectadas, mais "contra ataque" que um ataque de fato ao banditismo. Vivemos de reação, não de ação !

Andréa Guardiano disse...

Mônica sempre coerente e trazendo discussões de extrema importância. Assino embaixo de tudo o que disse e concordo plenamente quanto ao fato de não termos uma política de segurança pública. Quem falar o contrário é porque ou quer se enganar ou não sabe o que é segurança pública. Parabéns ao Cel Paul tb por este espaço democrático para discussões e informações relevantes para nossa sociedade.

CHRISTINA ANTUNES FREITAS disse...

Sr. Cel. Paúl:
Mônica:

Gostaria muito de ser imparcial neste debate,porém tive um dia exaustivo que quase terminou em
tiro, porrada e bomba! (exagero meu)

Fui primeiramente à Santíssimo,
orar por Camila.
Depois fui a Bangu onde uma amiga tem comércio.
Lá, tive que correr com a filha da mesma para um Hospital, pois uma janela Colonial desceu na mão da jovem.
Uma confusão dos infernos no Centro de Bangu,onde ônibus e vans dividem a rua quase a tapa.

E o Guarda Municipal?
Piii! Piii! Piii!
Mas, Piii! Prá quem? Nada adianta!
Ai, Senhor...Como gostam de apitar!

Resolvido o problema depois de horas, volto com a menina.

Chegando já ao final da tarde,a irmã de minha amiga, uma profissional, viuva, com filho para criar, e que trabalhou o dia inteiro honestamente neste lugar,
ao sair do trabalho no Salão de
de minha amiga,é assaltada e levam sua bolsa com todos documentos, dinheiro,etc.
Dois jovens bem "encorpados" de moto, e ainda empurraram nossa amiga.

Então,fomos a Delegacia fazer um BO.

CREIO EM DEUS PAI!
Eram muitas pessoas fazendo BO's, mais ou menos sobre a mesma coisa.
Isto sem dizer numa fila de meliantes que chegou com todos algemados.
Uma fila indiana que parecia que vinha direto do inferno.

Fiquei lá até as 20 horas quando o irmão de minha amiga chegou, pois haviam ainda cinco pessoas para serem atendidas antes!

Posso ser imparcial?
Não posso. Tô muito irada!

Parece que os meliantes se multiplicam...
Parecem Bactérias quando vão para um Autoclave!

Preciso me refazer, orar por pensamentos vingativos que tive hoje, e quem sabe amanhã concordar que somente tiro, porrada e bomba! (não me levem a mal, acabei de olhar o tanto de roupa que tenho para passar!).

Caso alguém tenha que chorar,que seja a mãe do Marginal, e não eu, a mãe do Policial.

Ai,ai,ai...
Cel. Paúl, Mônica, talvez amanhã eu esteja "politicamente correta" !

Abraços fraternos,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

Mônica. disse...

Christina!!! é sempre muito bom ler o que vc escreve. Menina, vc escreve muito bem, lembra a Marta Medeiros, tem verve, tem humor. Christina escreve com a alma, com o coração e tb com a razão, a inteligência, por isso tb Sou leitora assídua de seu blog.
Christina, vc tem razão, todos nós qdo somos vítimas da violência temos a reação natural da defesa, da raiva, caso não fosse assim, não seríamos humanos, seríamos santos. É normal e saudável a revolta contra aqueles que nos agridem, que agridem a vida !!! Estamos nos deixando contaminar sobre com os discursos que pregam a tolerância com o mal, que levam a crer que não existe o que é certo e o que é errado na vida. E já está escrito na Bíblia que chegarão os tempos que chamarão o Mal de Bem... O confronto não é a solução para a violência. SOMENTE o confronto não é, mas a TOLERÂNCIA com o CRIME CERTAMENTE resolve menos ainda.
Ou nossa sociedade vence o crime ou é vencida por ele. O que não dá é para tolerar que uma mãe de um policial chore a morte de seu filho, por que alguns acham que policial pode ser abatido e bandido não !!! Por que policial não tem nenhuma "organização de direitos humanos" para defendê-lo ? Precisamos de uma organização para defender os direitos dos policiais. O que está por trás dessa gente que só sabe pregar a política do "tratar bandido a pão de ló"???