“Caros colegas policiais civis:
Como todos já sabem, no dia 28/09/2007, 6ª feira, às 11h00m, ocorreu uma reunião com o Sr. Governador Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara, a fim de tratarmos sobre o nosso tão almejado Reescalonamento Salarial.
Presentes à referida reunião o Sr. Governador Sérgio Cabral, o Sr. Chefe da PCERJ, Dr. Gilberto da Cruz Ribeiro, o Deputado Estadual Paulo Mello, líder do governo na ALERJ, o Sr. Secretário de Planejamento, Dr. Sérgio Ruy, e o Sr. Secretário da Casa Civil, Dr. Régis Fichtner.Pelos policiais civis, estiveram presentes Bandeira, Natalício e Cheila Masioli, do SINPOL, Carlos Eustáquio e Miguel Khalil, da COLPOL, Élcio e Erlon, da Associação de Peritos, Marcus Vinicius, da Associação de Inspetores, Franklin, da UNICOMPOL, Júlio César, da Associação de Papiloscopistas, Alex, Mário e Fernando, da Associação de Técnicos e Auxiliares de Necropsia Policial, Delegado Reale, pela ADEPOL, Delegados Jéssica e Vinícius, pelo SINDELPOL, e eu e Denílson.
Com a chegada do Sr. Governador Sérgio Cabral, muito sorridente e que a todos cumprimentou efusivamente, iniciou-se a reunião.
Falaram inicialmente Bandeira e Cheila, expondo os nossos argumentos a favor do Reescalonamento Salarial, e, logo depois deles, o Sr. Governador Sérgio Cabral usou da palavra.Resumindo, em sua preleção, que durou cerca de vinte minutos, o Sr. Governador afirmou o seguinte:
“Meu governo tem como prioridade a Saúde, a Segurança e a Educação. Sei que 4% é muito pouco, mas é o que pode ser concedido no momento, nós herdamos um Estado falido e endividado, uma verdadeira herança maldita, tomemos, por exemplo, a questão das contas-salário dos servidores estaduais com o Itaú, concessão essa que já estamos renegociando, ou ainda o pagamento dos quatorze planos de cargos e salários enviados para a ALERJ ano passado pela Governadora Rosinha, como bem sabe o Deputado Paulo Mello, aqui presente, várias obras iniciadas pela Governadora Rosinha no ano passado que eu estou tendo que acabar, como, por exemplo, Rodo Anel Viário, etc. Mas, apesar disso, eu tenho certeza de que, em um futuro próximo, nós poderemos começar a resgatar a dignidade dos policiais civis. Aliás, sobre a Polícia Civil, eu gostaria de deixar claro que ela tem realizado um brilhante trabalho, talvez porque meu governo tenha dado completa autonomia para a Polícia Civil trabalhar, como bem sabe o Dr. Gilberto aqui presente, cujo trabalho à frente da Polícia Civil é motivo de orgulho. Eu, pessoalmente, confio muito na Polícia Civil, e, (nesse momento ele riu) gostaria que a Polícia Civil confiasse tanto em mim quanto eu confio nela. Estamos nos esforçando muito para dar à Polícia Civil o que ela merece, acabamos de autorizar, atendendo a um pedido do Dr. Gilberto, a abertura de um novo concurso, a ser realizado em 2008, para preenchimento de 1.054 vagas ociosas. Não é muito, não é o ideal, eu sei disso, mas é o que pode ser feito no momento, eu peço a vocês que tenham paciência, pois não irão se arrepender. Mas, se, infelizmente, não quiserem ter paciência, e quiserem protestar, como fizeram no mês passado, quando pediram comida no túnel – nesse momento eu interrompi, e disse: Sr. Governador, não foi comida, foi esmola, o senhor está mal informado – lamento, mas entenderei, afinal de contas, vivemos em uma democracia, a qual eu respeito muito, até mesmo porque, por sua ausência, eu precisei visitar meu pai em uma cadeia.'
Encerrada a preleção do Sr. Governador, Cheila Masioli, do SINPOL, novamente usou da palavra, retrucando com novos argumentos, seguindo-se a ela o Delegado Vinicius, que, sempre muito firme, também argumentou, e, aí, chegou a minha vez de falar.
Eu disse o seguinte: Sr. Governador, não vou gastar o seu tempo, que é precioso, nem o dos demais presentes, apresentando argumentos em favor do Reescalonamento Salarial, como fizeram os que me precederam, até porque, todos os nossos argumentos podem ser resumidos na seguinte frase: 'Polícia boa e barata não existe'.Aliás, na reunião que mantivemos com o senhor, em 19/03/2007, no Palácio Laranjeiras, já tínhamos exposto nossos argumentos e o nosso pleito, traduzido no almejado Reescalonamento Salarial, reescalonamento esse que o senhor se comprometeu a implementar, pedindo apenas que apresentássemos uma forma de parcelamento, o que fizemos logo em seguida. E, até agora, nada…Aí o senhor diz que espera que a Polícia Civil confie no senhor, como o senhor confia na Polícia Civil... Lamento muito, Sr.Governador, mas não posso dizer que a Polícia Civil confia no senhor, pois, hoje, sua reputação entre nós, policiais civis, é a de que o senhor, com todo o respeito, é alguém que não honra promessas de campanha e compromissos de governo, e que, a exemplo de seus antecessores, vai fazer a 'política de segurança pública boa e barata', ou seja, vai comprar viaturas, pintar delegacias, e contratar novos policiais apenas para repor os que saíram, se aposentaram ou morreram…Alegar que o seu governo não interfere na atuação da Polícia Civil, Sr. Governador, me desculpe a franqueza, não nos impressiona, pois, assim agindo, o senhor não está fazendo mais do que a sua obrigação… A atuação da Polícia Civil sem interferência política, Sr. Governador, permite, por exemplo, que o meio ambiente seja devidamente protegido, ou que os sonegadores, muitos dos quais financiam campanhas políticas, sejam alcançados pela atuação da Delegacia de Polícia Fazendária, o que, inclusive, permitirá pagar melhores salários aos servidores, pois a arrecadação de impostos aumentará, não é verdade?Nesse momento, o Sr. Governador me interrompeu e disse 'Chao, eu não vim aqui bater boca com vocês', e eu retruquei logo em seguida: 'Com todo o respeito, eu também não vim bater boca, Sr. Governador, mas também não vim ouvir conversa fiada.' Me desculpe a franqueza, Sr. Governador, mas não posso crer que o senhor, que até 31/12/2006 era Senador da República justamente pelo Estado do Rio de Janeiro tenha assumido a chefia do Poder Executivo desse mesmo Estado desconhecendo a sua real situação financeira.Isso não é crível, Sr.Governador, me desculpe a rudeza…Aliás, Sr. Governador, falando de finanças públicas, vou me permitir a audácia de lhe fazer uma pergunta que foi feita há cerca de dois meses atrás pela Delegada Jéssica, aqui presente, ao seu Secretário de Planejamento, Dr. Sérgio Ruy, também presente, em uma reunião na Secretaria de Planejamento, e que o mesmo alegou não saber responder: O senhor sabe quanto custa a Polícia Civil, Sr. Governador?Dois por cento! É isso mesmo Sr. Governador, dois por cento, é o que custa a Polícia Civil inteira, ativos, aposentados e pensionistas, Delegados, Peritos e Agentes, para a folha salarial estadual.E o senhor alega que não há dinheiro para implementar o Reescalonamento dos Policiais Civis, Sr. Governador? E quer que nós acreditemos nisso?
Cremos que há dinheiro sim, Sr. Governador, o que não há é vontade política em gastá-lo com a Polícia Civil, e sua principal ferramenta, o policial.
Sr. Governador, como bem sabe o Sr. Deputado Estadual Paulo Mello, líder do governo na ALERJ, em 2006, não foram quatorze os projetos de lei enviados pelo Poder Executivo à ALERJ versando sobre planos de cargos e salários, foram quinze, mas um deles, justamente o Reescalonamento Salarial dos Policiais Civis, foi retirado de pauta no apagar das luzes, por pressão de oficiais da PMERJ ligados ao Secretário Garotinho.
E, agora, novamente, fomos atrapalhados pelos mesmos oficiais da PMERJ, que, no afã de atenderem a interesses e vaidades individuais, mais uma vez interferiram em nosso pleito, com sua tão propalada pretensão de 'integração salarial', que, evidentemente, mascara a sua real pretensão, qual seja, o 'ciclo completo de Polícia'.
Se não foi isso, porque, na reunião mantida na Secretaria de Planejamento em 19/07/2007, após a nossa greve pré-Pan – que, aliás, nunca teve a pretensão de prolongar-se durante aquele evento, foi o próprio Governo do Estado que, açodadamente, assim afirmou para a Imprensa – foi dito pelo Sr. Secretário Sérgio Ruy que o Reescalonamento Salarial, com o índice 1.400 já estava acertado, e faltava apenas acertar o fator de cálculo, a ser decidido entre 0,59228 e 0,87?
Nesse momento, o Sr. Secretário Sérgio Ruy me interrompeu, dizendo que 'não é bem assim', eu não disse o que você está Sr. Governador, 'é papo reto', é 'bola ou búlica' dizendo que eu disse', mas eu retruquei dizendo o seguinte, Sr. Secretário Sérgio Ruy, eu não sei o senhor, mas eu não sou moleque, nem criança, eu sei e o senhor sabe muito bem quem está mentindo e quem está dizendo a verdade, aliás, a sua assessora, Elizabeth Fraga, aqui presente, também deve se recordar desse assunto, já que nós chegamos inclusive a discutir com ela, na sua presença, sobre o índice 1.400. Eu não tenho necessidade de mentir, já o senhor eu não sei…Aí, os demais presentes à reunião, e que também estiveram na reunião em comento, de forma uníssona, corroboram o que eu disse, evidenciando quem estava mentindo…
Acho que o Sr. Secretário Sérgio Ruy ficou chateado, pois levantou-se da mesa, e, como ninguém pediu para ele sentar-se de novo, ele saiu da sala, voltando depois de uns vinte minutos, ainda com jeito de chateado…
Após a intempestiva saída do Sr. Secretário de Planejamento Sérgio Ruy, continuei minha preleção, dizendo o seguinte: Sr. Governador, a Polícia Militar não é problema meu, ela é um problema seu, eu não vim aqui falar dela, eu sou policial civil, e vim aqui falar da Polícia Civil. Então, vamos fazer o seguinte, eu não sei o senhor, mas eu fui criado em subúrbio – onde moro até hoje – jogando bola de gude em chão de terra, e lá havia um jogo chamado búlica, em que, em determinado momento, há um desafio, chamado 'bola ou búlica'.
Então vou fazer esse desafio para o senhor, Sr. Governador, 'é papo reto', é 'bola ou búlica': Não há dinheiro para pagar o Reescalonamento Salarial, Sr. Governador? Então implemente o Reescalonamento Salarial a partir de Janeiro de 2008, em parcelas, até Dezembro de 2010. Tá bom ou ta ruim? Não há dinheiro para isso, Sr. Governador? Como eu lhe disse, agora é “bola ou búlica”, o senhor é quem joga agora…
Aí o Sr. Governador disse que precisava analisar, que nós deveríamos marcar uma nova reunião com o Sr. Secretário Sérgio Ruy, e eu retruquei dizendo ao Sr. Governador que com o Secretário Sérgio Ruy nada mais havia para ser dito, conversado, analisado ou estudado, agora era com ele, o Governador.
Pedi a ele que consultasse quem achasse necessário, mas que nos poupasse de novas reuniões com quem não lembra o que disse antes… Pedi ao Sr. Governador que estudasse o assunto e transmitisse sua decisão através do Sr. Chefe de Polícia, que se encarregaria de comunicar o que ficasse decidido à categoria policial.E assim ficamos combinados, segundo o Sr. Governador, em vinte dias, a resposta será dada, agora é aguardar para ver.Mas, da minha parte, novas reuniões nem pensar, tenho mais o que fazer do que ouvir conversa para boi dormir…Ainda aproveitei o ensejo, no finalzinho da minha preleção, para 'elogiar' o Sr. Governador sobre sua manifesta admiração pela Democracia, externando a ele entretanto meu espanto com tal admiração, já que, conforme é público e notório, o mesmo, durante a greve, afirmou repetidas vezes à imprensa que iria cortar o ponto dos policiais grevistas, ato administrativo esse que, sem decretação de ilegalidade da greve dos policiais pelo Poder Judiciário fazia lembrar a Ditadura…
Ele retrucou dizendo que eu como policial, tinha direitos, mas também tinha deveres…E eu retruquei dizendo que conhecia tão bem meus direitos quanto meus deveres, aduzindo ainda que, sobre o cumprimento dos meus deveres, melhor poderia dizer a minha folha de assentamentos funcional, ou, até mesmo, a Corregedoria de Polícia, a quem, mais uma vez, por meio do Dr. Gilberto, me coloquei à inteira disposição, como, aliás, sempre o fiz durante a minha vida funcional…Quem não deve não teme, não é mesmo?Quem fala a verdade não merece castigo, assim reza a sabedoria popular…
Finalizei minha preleção apelando ao Sr. Governador pela não abertura de novo concurso, como anunciado por ele no início, já que, assim o fazendo, ele estaria tão somente admitindo mais 1.054 novos 'mendigos de distintivo'…Mas, aduzi, se o senhor quer mesmo contratar novos policiais civis, Sr. Governador, ao invés de abrir novo concurso, melhor o senhor faria se nomeasse os candidatos-alunos do concurso de Investigador Policial de 2005, até hoje sem previsão de nomeação, ou, atendendo a uma promessa de campanha, convocasse os Excedentes do mesmo concurso, cuja camisa o senhor vestiu, Sr. Governador…
Dito isso, passei a palavra para o Delegado Reale, que falou rapidamente, apresentando ao Sr. Governador um documento onde estavam consignadas as reivindicações dos Delegados de Polícia, materializadas na pretensão equiparatória com Promotores de Justiça, e, após este, falou o Perito Élcio, pela Associação de Peritos, defendendo a proposta de emenda constitucional outorgando autonomia administrativa à Perícia.
Por último, falou o Técnico Policial de Necropsia Alexandre, Presidente da ATAPOL, que também defendeu a proposta de transformação dos cargos de TPN e APN em Investigador Policial, com seis classes.
Logo em seguida o Sr. Governador ausentou-se, alegando que tinha um compromisso, e a reunião foi encerrada.
Seguimos então para a porta da Chefia de Polícia, a fim de contar aos policiais civis aqui reunidos o que havia acontecido na referida reunião, o que assim foi feito, como é de praxe, ressaltando, entretanto, um curioso e pitoresco detalhe: durante a nossa assembléia, identificamos um elemento, de cor escura, forte, estatura mediana, cerca de 35 anos, o qual, estrategicamente posicionado em frente ao Bar e Restaurante Massapê, se ocupava em disfarçadamente gravar, em pequenino aparelho dissimulado em sua calça, o que eu dizia durante a nossa Assembléia.
O tal sujeito, que se fazia acompanhar de um outro elemento, ambos prévia e devidamente fotografados, foi abordado, e, inquirido (enquanto isso, o outro elemento saiu de fininho, com medo de não sei o quê), admitiu ser policial militar, inclusive identificando-se, e afirmando ali se encontrar a mando do Quartel General da PMERJ, para 'monitorar' o nosso movimento, 'missão' essa que, aliás, admitiu já ter cumprido outras vezes.
Não acreditei no alegado por ele, já que conheço pessoalmente o Sr. Comandante da PMERJ, Cel. Ubiratan Ângelo, inclusive muito antes do mesmo exercer o comando da PMERJ, e acredito que ele não se prestasse a tão medíocre diligência, pois não precisa recorrer a esse tipo de expediente, mas, enfim, a quem interessa tal 'investigação'?
Como todos já sabem, no dia 28/09/2007, 6ª feira, às 11h00m, ocorreu uma reunião com o Sr. Governador Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara, a fim de tratarmos sobre o nosso tão almejado Reescalonamento Salarial.
Presentes à referida reunião o Sr. Governador Sérgio Cabral, o Sr. Chefe da PCERJ, Dr. Gilberto da Cruz Ribeiro, o Deputado Estadual Paulo Mello, líder do governo na ALERJ, o Sr. Secretário de Planejamento, Dr. Sérgio Ruy, e o Sr. Secretário da Casa Civil, Dr. Régis Fichtner.Pelos policiais civis, estiveram presentes Bandeira, Natalício e Cheila Masioli, do SINPOL, Carlos Eustáquio e Miguel Khalil, da COLPOL, Élcio e Erlon, da Associação de Peritos, Marcus Vinicius, da Associação de Inspetores, Franklin, da UNICOMPOL, Júlio César, da Associação de Papiloscopistas, Alex, Mário e Fernando, da Associação de Técnicos e Auxiliares de Necropsia Policial, Delegado Reale, pela ADEPOL, Delegados Jéssica e Vinícius, pelo SINDELPOL, e eu e Denílson.
Com a chegada do Sr. Governador Sérgio Cabral, muito sorridente e que a todos cumprimentou efusivamente, iniciou-se a reunião.
Falaram inicialmente Bandeira e Cheila, expondo os nossos argumentos a favor do Reescalonamento Salarial, e, logo depois deles, o Sr. Governador Sérgio Cabral usou da palavra.Resumindo, em sua preleção, que durou cerca de vinte minutos, o Sr. Governador afirmou o seguinte:
“Meu governo tem como prioridade a Saúde, a Segurança e a Educação. Sei que 4% é muito pouco, mas é o que pode ser concedido no momento, nós herdamos um Estado falido e endividado, uma verdadeira herança maldita, tomemos, por exemplo, a questão das contas-salário dos servidores estaduais com o Itaú, concessão essa que já estamos renegociando, ou ainda o pagamento dos quatorze planos de cargos e salários enviados para a ALERJ ano passado pela Governadora Rosinha, como bem sabe o Deputado Paulo Mello, aqui presente, várias obras iniciadas pela Governadora Rosinha no ano passado que eu estou tendo que acabar, como, por exemplo, Rodo Anel Viário, etc. Mas, apesar disso, eu tenho certeza de que, em um futuro próximo, nós poderemos começar a resgatar a dignidade dos policiais civis. Aliás, sobre a Polícia Civil, eu gostaria de deixar claro que ela tem realizado um brilhante trabalho, talvez porque meu governo tenha dado completa autonomia para a Polícia Civil trabalhar, como bem sabe o Dr. Gilberto aqui presente, cujo trabalho à frente da Polícia Civil é motivo de orgulho. Eu, pessoalmente, confio muito na Polícia Civil, e, (nesse momento ele riu) gostaria que a Polícia Civil confiasse tanto em mim quanto eu confio nela. Estamos nos esforçando muito para dar à Polícia Civil o que ela merece, acabamos de autorizar, atendendo a um pedido do Dr. Gilberto, a abertura de um novo concurso, a ser realizado em 2008, para preenchimento de 1.054 vagas ociosas. Não é muito, não é o ideal, eu sei disso, mas é o que pode ser feito no momento, eu peço a vocês que tenham paciência, pois não irão se arrepender. Mas, se, infelizmente, não quiserem ter paciência, e quiserem protestar, como fizeram no mês passado, quando pediram comida no túnel – nesse momento eu interrompi, e disse: Sr. Governador, não foi comida, foi esmola, o senhor está mal informado – lamento, mas entenderei, afinal de contas, vivemos em uma democracia, a qual eu respeito muito, até mesmo porque, por sua ausência, eu precisei visitar meu pai em uma cadeia.'
Encerrada a preleção do Sr. Governador, Cheila Masioli, do SINPOL, novamente usou da palavra, retrucando com novos argumentos, seguindo-se a ela o Delegado Vinicius, que, sempre muito firme, também argumentou, e, aí, chegou a minha vez de falar.
Eu disse o seguinte: Sr. Governador, não vou gastar o seu tempo, que é precioso, nem o dos demais presentes, apresentando argumentos em favor do Reescalonamento Salarial, como fizeram os que me precederam, até porque, todos os nossos argumentos podem ser resumidos na seguinte frase: 'Polícia boa e barata não existe'.Aliás, na reunião que mantivemos com o senhor, em 19/03/2007, no Palácio Laranjeiras, já tínhamos exposto nossos argumentos e o nosso pleito, traduzido no almejado Reescalonamento Salarial, reescalonamento esse que o senhor se comprometeu a implementar, pedindo apenas que apresentássemos uma forma de parcelamento, o que fizemos logo em seguida. E, até agora, nada…Aí o senhor diz que espera que a Polícia Civil confie no senhor, como o senhor confia na Polícia Civil... Lamento muito, Sr.Governador, mas não posso dizer que a Polícia Civil confia no senhor, pois, hoje, sua reputação entre nós, policiais civis, é a de que o senhor, com todo o respeito, é alguém que não honra promessas de campanha e compromissos de governo, e que, a exemplo de seus antecessores, vai fazer a 'política de segurança pública boa e barata', ou seja, vai comprar viaturas, pintar delegacias, e contratar novos policiais apenas para repor os que saíram, se aposentaram ou morreram…Alegar que o seu governo não interfere na atuação da Polícia Civil, Sr. Governador, me desculpe a franqueza, não nos impressiona, pois, assim agindo, o senhor não está fazendo mais do que a sua obrigação… A atuação da Polícia Civil sem interferência política, Sr. Governador, permite, por exemplo, que o meio ambiente seja devidamente protegido, ou que os sonegadores, muitos dos quais financiam campanhas políticas, sejam alcançados pela atuação da Delegacia de Polícia Fazendária, o que, inclusive, permitirá pagar melhores salários aos servidores, pois a arrecadação de impostos aumentará, não é verdade?Nesse momento, o Sr. Governador me interrompeu e disse 'Chao, eu não vim aqui bater boca com vocês', e eu retruquei logo em seguida: 'Com todo o respeito, eu também não vim bater boca, Sr. Governador, mas também não vim ouvir conversa fiada.' Me desculpe a franqueza, Sr. Governador, mas não posso crer que o senhor, que até 31/12/2006 era Senador da República justamente pelo Estado do Rio de Janeiro tenha assumido a chefia do Poder Executivo desse mesmo Estado desconhecendo a sua real situação financeira.Isso não é crível, Sr.Governador, me desculpe a rudeza…Aliás, Sr. Governador, falando de finanças públicas, vou me permitir a audácia de lhe fazer uma pergunta que foi feita há cerca de dois meses atrás pela Delegada Jéssica, aqui presente, ao seu Secretário de Planejamento, Dr. Sérgio Ruy, também presente, em uma reunião na Secretaria de Planejamento, e que o mesmo alegou não saber responder: O senhor sabe quanto custa a Polícia Civil, Sr. Governador?Dois por cento! É isso mesmo Sr. Governador, dois por cento, é o que custa a Polícia Civil inteira, ativos, aposentados e pensionistas, Delegados, Peritos e Agentes, para a folha salarial estadual.E o senhor alega que não há dinheiro para implementar o Reescalonamento dos Policiais Civis, Sr. Governador? E quer que nós acreditemos nisso?
Cremos que há dinheiro sim, Sr. Governador, o que não há é vontade política em gastá-lo com a Polícia Civil, e sua principal ferramenta, o policial.
Sr. Governador, como bem sabe o Sr. Deputado Estadual Paulo Mello, líder do governo na ALERJ, em 2006, não foram quatorze os projetos de lei enviados pelo Poder Executivo à ALERJ versando sobre planos de cargos e salários, foram quinze, mas um deles, justamente o Reescalonamento Salarial dos Policiais Civis, foi retirado de pauta no apagar das luzes, por pressão de oficiais da PMERJ ligados ao Secretário Garotinho.
E, agora, novamente, fomos atrapalhados pelos mesmos oficiais da PMERJ, que, no afã de atenderem a interesses e vaidades individuais, mais uma vez interferiram em nosso pleito, com sua tão propalada pretensão de 'integração salarial', que, evidentemente, mascara a sua real pretensão, qual seja, o 'ciclo completo de Polícia'.
Se não foi isso, porque, na reunião mantida na Secretaria de Planejamento em 19/07/2007, após a nossa greve pré-Pan – que, aliás, nunca teve a pretensão de prolongar-se durante aquele evento, foi o próprio Governo do Estado que, açodadamente, assim afirmou para a Imprensa – foi dito pelo Sr. Secretário Sérgio Ruy que o Reescalonamento Salarial, com o índice 1.400 já estava acertado, e faltava apenas acertar o fator de cálculo, a ser decidido entre 0,59228 e 0,87?
Nesse momento, o Sr. Secretário Sérgio Ruy me interrompeu, dizendo que 'não é bem assim', eu não disse o que você está Sr. Governador, 'é papo reto', é 'bola ou búlica' dizendo que eu disse', mas eu retruquei dizendo o seguinte, Sr. Secretário Sérgio Ruy, eu não sei o senhor, mas eu não sou moleque, nem criança, eu sei e o senhor sabe muito bem quem está mentindo e quem está dizendo a verdade, aliás, a sua assessora, Elizabeth Fraga, aqui presente, também deve se recordar desse assunto, já que nós chegamos inclusive a discutir com ela, na sua presença, sobre o índice 1.400. Eu não tenho necessidade de mentir, já o senhor eu não sei…Aí, os demais presentes à reunião, e que também estiveram na reunião em comento, de forma uníssona, corroboram o que eu disse, evidenciando quem estava mentindo…
Acho que o Sr. Secretário Sérgio Ruy ficou chateado, pois levantou-se da mesa, e, como ninguém pediu para ele sentar-se de novo, ele saiu da sala, voltando depois de uns vinte minutos, ainda com jeito de chateado…
Após a intempestiva saída do Sr. Secretário de Planejamento Sérgio Ruy, continuei minha preleção, dizendo o seguinte: Sr. Governador, a Polícia Militar não é problema meu, ela é um problema seu, eu não vim aqui falar dela, eu sou policial civil, e vim aqui falar da Polícia Civil. Então, vamos fazer o seguinte, eu não sei o senhor, mas eu fui criado em subúrbio – onde moro até hoje – jogando bola de gude em chão de terra, e lá havia um jogo chamado búlica, em que, em determinado momento, há um desafio, chamado 'bola ou búlica'.
Então vou fazer esse desafio para o senhor, Sr. Governador, 'é papo reto', é 'bola ou búlica': Não há dinheiro para pagar o Reescalonamento Salarial, Sr. Governador? Então implemente o Reescalonamento Salarial a partir de Janeiro de 2008, em parcelas, até Dezembro de 2010. Tá bom ou ta ruim? Não há dinheiro para isso, Sr. Governador? Como eu lhe disse, agora é “bola ou búlica”, o senhor é quem joga agora…
Aí o Sr. Governador disse que precisava analisar, que nós deveríamos marcar uma nova reunião com o Sr. Secretário Sérgio Ruy, e eu retruquei dizendo ao Sr. Governador que com o Secretário Sérgio Ruy nada mais havia para ser dito, conversado, analisado ou estudado, agora era com ele, o Governador.
Pedi a ele que consultasse quem achasse necessário, mas que nos poupasse de novas reuniões com quem não lembra o que disse antes… Pedi ao Sr. Governador que estudasse o assunto e transmitisse sua decisão através do Sr. Chefe de Polícia, que se encarregaria de comunicar o que ficasse decidido à categoria policial.E assim ficamos combinados, segundo o Sr. Governador, em vinte dias, a resposta será dada, agora é aguardar para ver.Mas, da minha parte, novas reuniões nem pensar, tenho mais o que fazer do que ouvir conversa para boi dormir…Ainda aproveitei o ensejo, no finalzinho da minha preleção, para 'elogiar' o Sr. Governador sobre sua manifesta admiração pela Democracia, externando a ele entretanto meu espanto com tal admiração, já que, conforme é público e notório, o mesmo, durante a greve, afirmou repetidas vezes à imprensa que iria cortar o ponto dos policiais grevistas, ato administrativo esse que, sem decretação de ilegalidade da greve dos policiais pelo Poder Judiciário fazia lembrar a Ditadura…
Ele retrucou dizendo que eu como policial, tinha direitos, mas também tinha deveres…E eu retruquei dizendo que conhecia tão bem meus direitos quanto meus deveres, aduzindo ainda que, sobre o cumprimento dos meus deveres, melhor poderia dizer a minha folha de assentamentos funcional, ou, até mesmo, a Corregedoria de Polícia, a quem, mais uma vez, por meio do Dr. Gilberto, me coloquei à inteira disposição, como, aliás, sempre o fiz durante a minha vida funcional…Quem não deve não teme, não é mesmo?Quem fala a verdade não merece castigo, assim reza a sabedoria popular…
Finalizei minha preleção apelando ao Sr. Governador pela não abertura de novo concurso, como anunciado por ele no início, já que, assim o fazendo, ele estaria tão somente admitindo mais 1.054 novos 'mendigos de distintivo'…Mas, aduzi, se o senhor quer mesmo contratar novos policiais civis, Sr. Governador, ao invés de abrir novo concurso, melhor o senhor faria se nomeasse os candidatos-alunos do concurso de Investigador Policial de 2005, até hoje sem previsão de nomeação, ou, atendendo a uma promessa de campanha, convocasse os Excedentes do mesmo concurso, cuja camisa o senhor vestiu, Sr. Governador…
Dito isso, passei a palavra para o Delegado Reale, que falou rapidamente, apresentando ao Sr. Governador um documento onde estavam consignadas as reivindicações dos Delegados de Polícia, materializadas na pretensão equiparatória com Promotores de Justiça, e, após este, falou o Perito Élcio, pela Associação de Peritos, defendendo a proposta de emenda constitucional outorgando autonomia administrativa à Perícia.
Por último, falou o Técnico Policial de Necropsia Alexandre, Presidente da ATAPOL, que também defendeu a proposta de transformação dos cargos de TPN e APN em Investigador Policial, com seis classes.
Logo em seguida o Sr. Governador ausentou-se, alegando que tinha um compromisso, e a reunião foi encerrada.
Seguimos então para a porta da Chefia de Polícia, a fim de contar aos policiais civis aqui reunidos o que havia acontecido na referida reunião, o que assim foi feito, como é de praxe, ressaltando, entretanto, um curioso e pitoresco detalhe: durante a nossa assembléia, identificamos um elemento, de cor escura, forte, estatura mediana, cerca de 35 anos, o qual, estrategicamente posicionado em frente ao Bar e Restaurante Massapê, se ocupava em disfarçadamente gravar, em pequenino aparelho dissimulado em sua calça, o que eu dizia durante a nossa Assembléia.
O tal sujeito, que se fazia acompanhar de um outro elemento, ambos prévia e devidamente fotografados, foi abordado, e, inquirido (enquanto isso, o outro elemento saiu de fininho, com medo de não sei o quê), admitiu ser policial militar, inclusive identificando-se, e afirmando ali se encontrar a mando do Quartel General da PMERJ, para 'monitorar' o nosso movimento, 'missão' essa que, aliás, admitiu já ter cumprido outras vezes.
Não acreditei no alegado por ele, já que conheço pessoalmente o Sr. Comandante da PMERJ, Cel. Ubiratan Ângelo, inclusive muito antes do mesmo exercer o comando da PMERJ, e acredito que ele não se prestasse a tão medíocre diligência, pois não precisa recorrer a esse tipo de expediente, mas, enfim, a quem interessa tal 'investigação'?
Aliás, com a devida vênia, mas 'investigação' feita por PM travestido de 'agente secreto' só podia dar no que deu, é ou não é?
Que trapalhada!
Ambos os milicianos foram fotografados, sem que percebessem, e o miliciano que foi abordado, cujo nome preservo, pois o mesmo, afinal de contas, estava apenas cumprindo ordens, ainda me pediu desculpas, dizendo que também achava seu papel medíocre e ridículo, mas nada podia fazer, e ainda teve que se esconder, virando de costas, quando nós (eu, Picolo, Alexandre e outros), de galhofa, o abraçamos para sermos fotografados com ele, coitado, ele dizia 'meu chefe, por favor não faz isso não, assim o senhor vai me prejudicar com o meu comando', rsrsrsrs, até os atendentes do Bar Massapê riram dessa cena…
Aos mais afoitos, ressalvo que o miliciano nada fazia de ilegal em sua, digamos assim, 'investigação', pois a Assembléia era pública, no meio da rua, e quando nós não queremos que alguém grave, escute ou saiba o que dizemos e fazemos, marcamos um 'café da manhã', um 'lanche da tarde', não é mesmo?
Mas os mandantes dessa 'investigação' podiam ter se poupado o trabalho, já que, como é de praxe, tudo o que ocorre nessas 'reuniões' com o Governo do Estado é publicizado neste espaço…
Mas, quem sou eu para criticar (ou entender) os mandantes dessa 'diligência investigativa secreta'?
Bom, depois do momento cômico, e agora?
E nós, como ficamos?
Agora nós esperamos mais um pouquinho (vinte dias, mais ou menos), e, depois, conforme for, 'é bloco na rua'…No que depender de mim, ninguém, nunca mais, vai fazer campanha política em cima da Polícia Civil com a velha cantilena de 'nosso governo investiu muito na Polícia, compramos viaturas, reformamos as delegacias, treinamos os policiais, etc, etc, etc'
Que trapalhada!
Ambos os milicianos foram fotografados, sem que percebessem, e o miliciano que foi abordado, cujo nome preservo, pois o mesmo, afinal de contas, estava apenas cumprindo ordens, ainda me pediu desculpas, dizendo que também achava seu papel medíocre e ridículo, mas nada podia fazer, e ainda teve que se esconder, virando de costas, quando nós (eu, Picolo, Alexandre e outros), de galhofa, o abraçamos para sermos fotografados com ele, coitado, ele dizia 'meu chefe, por favor não faz isso não, assim o senhor vai me prejudicar com o meu comando', rsrsrsrs, até os atendentes do Bar Massapê riram dessa cena…
Aos mais afoitos, ressalvo que o miliciano nada fazia de ilegal em sua, digamos assim, 'investigação', pois a Assembléia era pública, no meio da rua, e quando nós não queremos que alguém grave, escute ou saiba o que dizemos e fazemos, marcamos um 'café da manhã', um 'lanche da tarde', não é mesmo?
Mas os mandantes dessa 'investigação' podiam ter se poupado o trabalho, já que, como é de praxe, tudo o que ocorre nessas 'reuniões' com o Governo do Estado é publicizado neste espaço…
Mas, quem sou eu para criticar (ou entender) os mandantes dessa 'diligência investigativa secreta'?
Bom, depois do momento cômico, e agora?
E nós, como ficamos?
Agora nós esperamos mais um pouquinho (vinte dias, mais ou menos), e, depois, conforme for, 'é bloco na rua'…No que depender de mim, ninguém, nunca mais, vai fazer campanha política em cima da Polícia Civil com a velha cantilena de 'nosso governo investiu muito na Polícia, compramos viaturas, reformamos as delegacias, treinamos os policiais, etc, etc, etc'
Polícia boa e barata?
Não existe, nem nunca vai existir…
Viva a Polícia Civil!
Não existe, nem nunca vai existir…
Viva a Polícia Civil!
Francisco Chao de la Torre
Inspetor de Polícia Civil'".
Texto copiado do blog do Major Wanderby e postado por ele hoje.
Os destaques em negrito são de minha autoria.
Um texto que merece reflexões, principalmente se for um texto legítimo, diferente, em tese, da "Carta dos Delegados e de UM Inspetor da Polícia Civil", encaminhada ao Exmo Sr Governador e que circulou pela internet, a qual até hoje ainda procura os "signatários".
Que Delegado da Polícia Civil assumiu a autoria?
Isso é da esfera da Corregedoria Interna da Polícia Civil, está bem entregue.
A Policia Militar querendo ser uma "POLÍCIA COMPLETA".
Os Oficiais interesseiros que querem a "EQUIPARAÇÃO SALARIAL" com a Polícia Civil, que desenvolve uma atividade complementar à desenvolvida pela Polícia Militar.
Delegados que querem ganhar como "PROMOTORES DE JUSTIÇA", pela via transversa, já que pela via direta bastaria um concurso público, cuja única exigência é o Curso de Direito, que todos os Delegados da Polícia Civil possuem e a maioria esmagadora dos Majores da Polícia Militar também possui.
Aliás, vários ex-Oficiais da Polícia Militar e vários ex-Praças da Polícia Militar, hoje são Delegados da Polícia Federal, Delegados da Polícia Civil, Promotores, etc.
Um ex-Capitão da PM inclusive Chefiou a Polícia Civil, recentemente.
Tudo através de concurso público.
Tudo isso e muito mais, merece sérias reflexões.Particularmente, achei muito interessante e de relevante interesse social a idéia da Polícia Militar realizar o "ciclo completo de polícia", bastaria apenas uma pequena extensão constitucional.
Hoje a Polícia Militar é a Polícia Ostensiva, a Polícia de Preservação da Ordem Pública e a Polícia Judiciária Militar Estadual, portanto para fazer o "ciclo completo" só falta incorporar a única competência constitucional da Polícia Civil, a Polícia Judiciária Comum Estadual.
Sem dúvida, uma idéia interessante e que merece uma discussão pública.
Parabenizo o autor e o despreendimento democrático demonstrado.
Realmente, os Oficiais Superiores da Polícia Militar, além da experiência de mais de 15 (quinze) anos de vivência na área da segurança pública, possuem uma formação profissional sobre POLÍCIA de quase 5 (cinco) anos - Curso de Formação de Oficiais + Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais + Curso Superior de Polícia.
Uma formação específica muito consistente, indubitavelmente.
Portanto, seriam mandatários competentes desse modelo.
Um modelo interessante:
A Polícia Militar realizando o "ciclo completo", inclusive lavrando autos de prisão em flagrante nas Unidades Operacionais, desafogando a Polícia Civil, que poderia dedicar-se inteiramente à investigação criminal.
A Perícia Criminal autônoma e independente, funcionando como um controle eficiente da atividade policial.
E ainda, com o Ministério Público - o fiscal da lei - exercendo a sua função constitucional, com o apoio dos Grupamentos de Apoio aos Promotores - O GAP - composto por Oficiais e Praças da Polícia Militar.
Sem dúvida, interessante, um avanço, parabenizo o autor da idéia.
Paulo Ricardo Paúl.
Coronel.
Corregedor Interno.
"BARBONO".
31 anos de Polícia.
3 comentários:
Cel. admiro o trabalho que o Sr.faz na PMERJ, PARABÉNS. A PCERJ ESTÁ PRESSIONANDO O GOVERNO(bola ou búlica) e a PMERJ vai ficar só olhando covardemente?Os policiais militares honestos e de bem vão continuar arriscando suas vidas e a ganhar esse sálario baixo até quando? Quando seremos valorizados??
Sr Cel Paul infelizmente os fatos mostrados pelo filme Tropa de Elite retratam a realidade, e ainda faltou muita coisa. Talvez o Senhor nunca tenha presenciado estes tipos de fatos, primeiramente por ter trabalho muito tempo em OPM de ensino. Entretando creio que na Corregedoria e na 1ªDPJM,as apurações feitas e os fatos a que o senhor teve conhecimento devem ter lhe deixado estarrecido!É de não acreditar, nem mesmo a um policial, que possa haver tanto e tantos tipos de desvio de conduta em uma mesma instituiçâo! Com certeza o senhor irá dizer que foi oficial subalterno, e talvez até intermediário,em unidade operacional. Tenho convicção disto. Mais era outra época, embora já houvesse desvios de condutas e falta de condições de trabalho suficientes para reformar a PM, nem o mais transviado policial poderia imaginar que seus futuros colegas poderiam lhe superar. Infelizmente o senhor como corregedor, com todo o respeito, o que faz é apenas enxugar gelo. Mas lhe admiro, é homem digno e honrado como a maioria dos seus pares. Porém não possuem as qualidades de Deus(principalmente onisciência e onipresença) para saber tudo que aconteçe na PMERJ.De qualque forma sou-lhe grato pelo trabalho que realiza, mas não tape o sol com a peneira: A PMERJ não dispôe de estrutura administrativa para exercer o ciclo completo de polícia. O que devemos é lutar por melhores condições de trabalho. Este deve ser o foco! e faço um adendo: O senhor poderia também lutar pela volta da supervisão que era realizada diretamente por policiais da CintPM(2000/2001) e que com certeza deve ter incomodado muita gente. Só que hoje por questões de segurança haveria de ter pelo menos duas viaturas blazer para realizar este trabalho juntas e com atenção total. Seria um remédio amargo, mas necessário a nossa PMERJ.
Enquanto o governo nos nega centavos e oferece migalhas, sobra $$$ para cargos em comissão (aumentou o salário de todos no executivo). Agora veja mais essa despesa por vir:
Alerj aprova criação de 165 cargos em comissão no TJ
Plantão | Publicada em 04/10/2007 às 19h48m
O Globo
RIO - A Assembléia Legislativa do Rio aprovou, nesta quinta-feira, o projeto de lei 635/07, que prevê a criação de 165 cargos em comissão de direção e assistência intermediárias no Poder Judiciário. O projeto, que havia recebido sete emendas em votação na tarde de ontem, teve três acatadas pelo parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj. Todas foram aprovadas em plenário e incorporadas ao texto.
Segundo o presidente da CCJ, e líder do Governo na Casa, deputado Paulo Melo (PMDB), as demais emendas eram inconstitucionais ou representavam invasão de competência atribuída ao Judiciário. O projeto, de autoria do Judiciário, buscava assegurar o emprego dos funcionários que ocupam vagas criadas pela Resolução 03/01, do Tribunal de Justiça, que é alvo de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal.
E aí? Ficaremos calados? Para eles NUNCA falta dinheiro ! Ou será que só temos coragem para criticar os "primos-pobres" da Pol. Civil ?
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