A minha posição sobre o livro Elite da Tropa e sobre o seu descendente hibrido, o "filme" denominado Tropa de Elite, já foi claramente expressa em artigo anterior, onde inclusive fiz duas propostas, que não terão a repercussão social que deveriam ter, em tese, diante da fragilidade com que a Sociedade Brasileira tem sustentado os conceitos de ética e moral.
Entretanto, sou forçado a dar o braço a torcer, uma "coisa" do livro me fascinou por completo.
Algo inebriante, que me faz sentir possuidor de uma força destruidora incontrolável, tal qual um Super Homem Mal, um anti-herói de estórias de quadrinhos.
Uma arma invencível, digna de um Cavalheiro do Apocalipse!
Uma frase, uma única frase, que utilizada adequadamente me concede poderes sobre o certo e o errado, sobre o bem e o mal, me transforma em um semideus, um habitante mitológico do andar imediatamente anterior ao sétimo céu.
Na verdade, tal armamento bélico é parte de uma frase, que ilustra a capa do livro:
“A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS REAIS, os autores criaram uma ficção vertiginosa,..."
Cidadão Brasileiro, imagine os artigos, os livros, os filmes e tudo mais que podemos criar, utilizando mentiras como se fossem verdades, escudados nessa frase de aparência tão simples.
Os monstros do imaginário que podemos criar para assobrar mentes e corações.
Os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo seriam descontruídos através de obras baseadas em experiências reais, que criariam vertiginosas ficções a respeito da corrupção, um mal recorrente no Brasil.
Eu posso falar o que quiser, sobre o que quiser e sobre quem quiser, permanecendo imune a todas as represálias legais, inalcançável em um lugar indeterminado, nunca definido, escondido entre o que é real e o que é ficcional.
Eu, o Super Homem Mal, posso destruir todas as Instituições Públicas, construindo estórias fundamentadas entre a livre ficção do autor e fatos reais vivenciados por atores, que estando na vida real, justificam a sua omissão em uma pseudo ficção ou em uma pseudo realidade.
Cidadão Brasileiro, nenhum de nós, apesar do sucesso do livro e do filme, sabe o que na verdade o Capitão Inativo Rodrigo Pimentel e o Major André Batista vivenciaram nas suas "experiências reais."
Dois Oficiais da Polícia Militar que chegaram a integrar o efetivo do BOPE, embora nunca tenham sido "bopeanos" e tiveram experiências reais também em organizações policiais militares "convencionais", em nenhum momento vieram a público e contaram um único caso real, um mísero fato que tivessem efetivamente participado.
E como dão entrevistas os referidos Oficiais.
Voltando ao fragmento de frase, confesso que estou tentado, estou extremamente motivado a escrever uma série de artigos, adaptando o fragmento:
Baseado em experiências reais, o autor criou uma ficção vertiginosa...
Sinceramente, tenho medo, aliás o medo é um sentimento que pertence a todos nós, porém nesse caso sinto muito medo, um medo assustador.
O que eu poderia escrever, por exemplo, a respeito da prisão dos 3 (três) Policiais Miliatres do 19º BPM, que estão sendo acusados de participação no atentado contra o Delegado Alexandre Neto.
E sobre o Coronel e os Tenentes Coronéis envolvidos com as "mílicias" da circunscrição da 81a DP - Niterói.
A Operação "Duas Caras" - um nome muito sugestivo - então, daria uma série de artigos.
O meu amado Tricolor das Laranjeiras seria o maior time do Universo e poderia transformar o jogador OBINA no novo PELÉ, apenas para agradar o rubro-negro Gustavo de Almeida e os milhões de torcedores do Flamengo.
E ainda poderia transformar o Botafogo, ridicularizado na internet, no novo Campeão Brasileiro e rebaixaria o São Paulo.
Porém, a minha dignidade não me permite agir dessa maneira, eu não sou um personagem, eu não crio fantasias por objetivos meramente pecuniários ou para sustentar qualquer projeto pessoal.
Eu vivo no mundo real.
O meu Brasil é o que eu encontro todo dia quando saio de casa.
Um país que mais parece um folhetim de gosto duvidoso, povoado por excluídos, patrocinado por uma classe média sufocada pelos impostos, onde convivem conosco verdadeiros atores do faz de conta, moralmente doentes, espalhados pelos quatro cantos.
Um local surreal que ensina nas escolas um descobrimento, quando na verdade foi invadido.
Uma terra onde "o maior escândalo de todos os tempos" é sempre sepultado pelo próximo.
Uma república que parece caminhar a passos largos para um regime "cleptocrático".
Cidadão Brasileiro, nesse momento histórico tão difícil para todos nós que sonhamos transformar essa terra abençoada em uma verdadeira nação, surge na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, talvez a Instituição Pública mais "mal falada" do país, paradoxalmente, o primeiro movimento organizado pelo resgate da ética no serviço público.
Um "BANDO DE IRMÃOS" - como bem diz o Major BUSNELLO do BOPE - que quebrando paradigmas, ordeira e pacificamente, expõe a face em praça pública em defesa do resgate da cidadania do Policial Militar, através de salários dignos e adequadas condições de trabalho.
Sem máscaras, sem vertiginosas ficções, homens e mulheres de carne e osso, plenamente identificados, dizem não ao errado e lutam pelo certo.
Querem mudar o Brasil!
Querem revogar a denominada "Lei do Gérson".
Têm sede de cidadania.
Clamam por justiça.
E estão vencendo.
A Polícia Militar borbulha de entusiasmo, todos nós envolvidos no processo percebemos isso.
Os detratores começam a se calar, os Soldados e os Coronéis não desistiram e não irão desistir nunca!
A nós o que nos é devido.
Nós somos os heróis sociais e aqueles que ainda ousam se misturar a nós, travestidos de heróis, esses nós mesmos iremos expulsar do nosso convívio.
Não cortaremos a carne, pois eles não são a nossa carne.
Não existirá "Operação Navalha na Carne", pelo menos não na nossa, pois a nossa carne, a nossa vida, nos oferecemos em defesa da sociedade, ele é santificada pelo sacrifício.
A nossa carne quando sepultada se transforma imediatamente em uma BANDEIRA NACIONAL, que as nossas viúvas e órfãos levam para casa, após as honras fúnebres, que todo héroi merece.
A nossa canção ensina que "cada Soldado tombado é mais um sol que nasce no céu do Brasil."
Heróis que não aceitam ficções deturpadas com fins inconfessáveis.
E vamos continuar lutando e vencendo.
Ontem, terça-feira, Arnaldo Jabor, no jornal "O Globo" citou o livro "A CABEÇA DO BRASILEIRO", do autor Alberto Carlos Almeida, citado no meu artigo sobre o livro e o filme.
O livro ganhou mais visibilidade, sem dúvida, o que favorece a discussão do processo social que estamos experimentando.
O "BANDO DE IRMÃOS" não para de crescer.
Hoje, eu também estarei entrando na justiça contra a exibição do filme "Tropa de Elite", ombreando com "bopeanos de verdade", reais, feliz e mais motivado ao saber que o meu artigo poderá fazer parte da ação.
E o filme após perder a indicação para o Oscar, assimila mais uma derrota.
Diante da provável decisão pela não exibição, antecipa a estréia e premia as crianças do Brasil, não maculando o dia 12 de outubro.
Um grande "abraço de afogado" parece estar em curso.
No Dia on line lemos nessa terça-feira:
Estréia de 'Tropa de Elite' no Rio é antecipada para o dia 5 de outubro Anúncio foi feito nesta terça-feira durante apresentação do longa.
Rio - A estéia de "Tropa de Elite", de José Padilha, foi adiantada mais uma vez. Motivo: a grande quantidade de cópias piratas do filme disponíveis no Brasil. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira durante apresentação do longa no Rio."O filme já vendeu mais de 1 milhão de cópias piratas no País", argumentou César Silva, diretor geral da Paramount Pictures Brasil.
Por ainda não haver cópias suficientes da produção prontas, a estréia não poderá ser adiantada em todos os estados. Essa é a segunda vez que a data é alterada. Originalmente, "Tropa de Elite" só deveria estrear em novembro. Serão 140 cópias a serem exibidas no Rio e em São Paulo a partir desta sexta-feira. Na apresentação do longa, Marcos Prado, um dos produtores do filme, não quis fazer estimativas de público.
"Depois da pirataria, fazer uma estimativa de público fica algo abstrato e subjetivo", afirmou. "Antes da pirataria, uma expectativa de público pessimista era algo em torno de 1,5 milhões de pessoas. Na minha opinião pessoal, o filme fará 5 milhões", apostou. Nos Estados Unidos, "Tropa de Elite", que será distribuído pela The Weinstein Company, só deve estrear no final de janeiro de 2008.
Perdidos, prosseguem na vertiginosa ficção, que parece não ter fim!
Porém, agora é tarde, muito tarde, não adianta ficar mudando versões para proteger a "obra".
Não adianta mais mudar diálogos.
As adaptações para fugir da responsabilidade, agora são todas tardias e inócuas.
Quem deixou que as cópias que tanto nos ofenderam, que tanto macularam a nossa honra e a honra da Polícia Militar e que deveriam estar fortemente protegidas em um investimento de UM MILHÃO DE DÓLARES, sobretudo em razão da orientação constante de ex-integrantes do BOPE, terá que pagar pelo prejuízo.
Sinceramente, viver é melhor que sonhar, o que parecia impossível, começa a ficar provável e a realidade caminha para vencer a ficção vertiginosa, construída por frustados.
Assim deve ser a vida real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário