sábado, 1 de outubro de 2011

PMERJ – UMA POLÍCIA SEM IDENTIDADE, SEM VALORES E SEM VISÃO DE FUTURO (02).

Ouvi que o novo comandante geral trouxe de volta as penas restritivas de liberdade previstas no Regulamento Disciplinar da PMERJ, penas que Mário Sérgio tinha interrompido, embora elas continuassem a existir, os Policiais Militares punidos não ficavam retidos no quartel.
Não quero discutir se Costa Filho está certo ou errado, nesse momento, quero demonstrar como a PMERJ perdeu por completo a sua identidade, seus valores e sua visão de futuro.
A atual PMERJ está completamente perdida, pior que cego em tiroteio, não sabe qual o seu próximo passo.
Como uma Organização Militar, bicentenária, não sabe se quer acabar com as penas restritivas de liberdade ou não?
Mário Sérgio acabou, dois anos depois, Costa Filho, trás de volta.
Uma Instituição minimamente organizada já teria discutido esse aspecto e incorporado no seu DNA a decisão, a qual poderia no futuro ser alterada, em face de uma ampla discussão motivada por fatos novos, o que não foi o caso.
Pior, a justificativa foi no sentido de que isso melhorará o combate aos desvios de conduta, como se antes de Mário Sérgio revogar, milhares de Policiais Militares não ficassem presos e detidos anualmente, sem que isso diminuísse o crescimento da banda podre.
Quem está certo?
Mário Sérgio que revogou?
Costa Filho que trouxe de volta?
Não sei, mas tenho certeza quem está errada: a PMERJ.
Analisemos outro exemplo.
Na área correcional existia um planejamento, uma visão de futuro.
Em 2005, iniciamos um aumento no número das Delegacias de Polícia Judiciária (DPJM), dobrando o número em 2007, duas para quatro e com a visão de implantarmos uma DPJM em cada Comando Intermediário na gestão do Coronel PM Ubiratan, totalizando sete DPJMs.
Paralelamente, criamos e avançamos na proatividade das ações de controle interno com as equipes comandadas por Oficiais nas quatro DPJMs, os Grupamentos de Supervisão Disciplinar, que realizavam fiscalizações nas ruas em viaturas reservadas e usando trajes civis.
Outro objetivo era criar uma estrutura capaz de gerar conhecimento na área correcional, trabalhando em conjunto com a Inteligência, para inclusive desenvolver com eficiência as investigações sobre os Comandantes, Chefes e Diretores.
O Gabinete Geral de Assuntos Internos (GGAI) foi criado por decreto.
Implementos o protótipo de um programa para controlar os disparos de armas de fogo efetuados por Policiais Militares em serviço, o que entre vários produtos vantajosos, permitiria um controle dos autos de resistência.
O Coronel Ubiratan foi exonerado em 2008, passaram dois comandos gerais (Pitta e Mário Sérgio) e nada foi feito. Além disso, a proatividade correcional deixou de existir com a assunção de Mário Sérgio.
O GGAI não foi implementado até a presente data.
O projeto de controle dos disparos de arma de fogo foi abandonado.
Em síntese, andamos para trás.
De joelhos diante dos políticos, sem identidade, sem valores e sem visão de futuro, a Polícia Militar agoniza.
Por derradeiro, vocês lembram o escândalo que Beltrame fez a respeito dos Oficiais da PMERJ que trabalhavam para uma empresa de um Coronel PM, a qual prestava serviço para a Liga das Escolas de Samba, a LIESA?
Lembram que Beltrame condenou os Oficiais em razão da LIESA ter envolvimento histórico com os bicheiros?
Pois é ...
Atualmente, ter trabalhado para tal empresa que presta serviço para a LIESA não é mais problema.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

5 comentários:

Anônimo disse...

PISO SALARIAL PARA A CATEGORIA

O SOLDADO (PM OU BM) DEVERIA GANHAR R$ 3.629,00 (TRÊS MIL, SEISCENTOS E VINTE E NOVE REAIS) MENSAIS EM INÍCIO DE CARREIRA.

2 (DOIS) ANOS O RIO FOI ESCOLHIDO PARA SEDIAR OS JOGOS OLÍMPICOS DE 2016. O QUE FOI FEITO? NADA! NÃO HOUVE NENHUMA MELHORIA, NENHUM AVANÇO NAS ÁREAS ESSENCIAIS (SEGURANÇA, EDUCAÇÃO E SAÚDE).

SINCERAMENTE, EU TENHO VERGONHA DE SER BRASILEIRO!

Cadena disse...

Acho que isso vai à um grau maior, penso que prisão nunca resolveu e certamente nunca resolverá, vejo estas mudanças como medida de comando imediatistas, assim como seu respectivo governo. De mesmo modo é a questão da formação policial, independente se o policial levasse dez anos pra ser formado, isso não mudaria seu caráter, isso, é algo que vem do berço, é dado por pai e mão, e quando não dão, não será o estado que conseguirá. O que pode ser mudado é o público alvo, a polícia militar parece ter um atrativo pra todo tipo de psicopatas, corruptos, entre outros. Isso tem que mudar, e só ira mudar com políticas sérias de segurança pública, melhores salários e gestores, o cidadão que tiver interesse em entrar pra corporação, não pode ver coisas como soldado de frontier, captiva, civic, entre outros. E olha que isso seria só o começo, mas, infelizmente ninguém quer botar a cara à tapa, e assim sendo, será muito difícil mudar a PMERJ, creio que não serão as punições que mudaram os policias, claro que elas também não podem deixar de existir, mas certamente, se conseguir mudar o público alvo seria um grande começo, penso.
Um abraço a todos.

Anônimo disse...

Punição, não!
Manicômios, sim!
Quem entrou na polícia noutras épocas deve tá ficando doido por força da realidade de hoje.
Quem tá entrando hoje na polícia pra se submeter à realidade atual já deve tá chegando doido!
CONSTRUÇÃO DE MANICÔMIOS JÁ!!

Anônimo disse...

como somente os praças fizessem todas as besteiras e oficiais não!!

Anônimo disse...

Sr. Cel Paúl, minhas continências ao nobre Coronel - mas abordando a insubsistência do Bol PM n° 016 datado de 29.07.09 pág. 43 e n° 027 de 13.08.09 pág. 37, no que tange a prisão disciplinar, tenho a seguinte opinião: o senhor mas do que ninguém sabe que uma das piores coisa que o ser humano pode sofrer, é o CERCEAMENTO DA SUA LIBERDADE, cerceamento este que o nobre Coronel sofreu, pois é público e notório que o seu algoz, rasgou a Súmula n° 56 do S.T.F., que é a Côrte Suprema do Judiciário Brasileiro, quando cobria a entrada dos Bombeiros Militares ao QG-CBMERJ., portanto Sr. Coronel, é óbvio que nem sempre o Militar (superior hierárquicamente), pratica o cerceamento da liberdade do seu subordinado, dentro dos parâmetros legais, para isso; basta que por quaisquer motivo muita das vezes fúteis ou mesmo por razões estritamente pessoais, não é simpático a determinada pessoa, o que ao meu ver é um absurdo. Portanto, trata-se de ato retrógrado, que em nada vai acrescentar, principalmente se formos analisar os fatos que tem acontecidos recentemente na Corporação, onde os maus exemplos partiram na escala hierárquica de cima para baixo. Peço ao senhor, que de mais ênfase nesta matéria, orientando os milhares de seus leitores sobre este assunto, haja vista há uma Portaria do Ministro da Defesa, orientando os Comandantes das três Forças, para que se abstenha de cercear a liberdade de seus militares baseado no RDE,RDA e RDM, por estarem completamente OBSOLETOS, e olha que esta Portaria entrou em vigor antes das publicações de 29/07/2009. As polícias Militares, não são Forças Auxiliares? Abçs., Coronel, muita saúde, e que continues a informar aos seus leitores. JUNTOS SOMOS FORTES.