domingo, 4 de setembro de 2011

QUEM SABE NÃO SEJA ESSA A MISSÃO DOS CAVEIRAS?.

JORNAL EXTRA:
1) Pacificação para vips: favelas da Zona Sul com UPP têm mais policiais.

A Secretaria de Segurança está repetindo nas UPPs a histórica distorção entre o policiamento da Zona Sul e outras partes do Rio, como o Centro, a Zona Norte e a Zona Oeste. Levantamento feito pelo EXTRA, considerando os efetivos das pacificadoras e as áreas territoriais por elas cobertas, mostrou que, enquanto na Zona Sul cada soldado de UPP é responsável, em média, por policiar 1.788 metros quadrados, na Zona Oeste essa média sobe para 7.973 metros quadrados por PM.
O cálculo analisou as 17 UPPs e mostrou ainda que, nas sete unidades da Zona Norte, cada policial cobre 3.833 metros quadrados. Nas três UPPs do Centro, são 3.846 metros quadrados por cada soldado.
Segundo a antropóloga Alba Zaluar, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, as favelas da Zona Sul não são mais violentas a ponto de justificar a distorção:
— Não são as que têm menos cidadania. Em algumas delas, há mais cidadania do que no resto da cidade.
Procurada, a Secretaria de Segurança alegou que não existe "correlação relevante entre tamanho de território e criminalidade ou efetivo policial". Em nota, disse que não se pode determinar quantidade de efetivo usando o tamanho do território. Segundo a secretaria, a população residente, a flutuante e as condições sócioeconômicas seriam fatores mais relevantes para definir o efetivo (leiam).
2) Longe das UPPs, guerras por território envolvem traficantes e milicianos no Rio.
Herculano Barreto Filho
Enquanto o processo de pacificação avança em parte da cidade, em outra a briga por território entre facções rivais e milicianos aumenta. Na Vila Kennedy, em Bangu, a guerra do tráfico se arrasta há mais de três meses.
Na quarta-feira à tarde, X., de 35 anos, passava de bicicleta pela comunidade, olhando para os lados a todo o momento. Ia ver o tio, mas a visita precisava ser rápida. É que ele trabalha na Vila Aliança, base da facção rival, e teme ser confundido com traficantes que tentam invadir a Vila Kennedy.
— Quem conhece alguém da boca corre risco. Vou entregar uma conta para o meu tio e estou metendo o pé. À noite, ninguém sai de casa. Aqui, é tiro direto — desabafou.
Embora dois blindados da PM fiquem o dia inteiro na Rua Congo, num local conhecido como “Garganta”, na divisa entre os grupos rivais, as marcas da guerra estão pelas paredes pichadas e pelas casas, marcadas por tiros.
— Quando dá tiro, fico embaixo da cama — disse um senhor de 71 anos, com mais de 20 buracos de bala na casa (leiam).
COMENTO:
Se eu morasse em uma comunidade carente, festejaria a implantação de uma UPP na minha porta, faria uma festa para Beltrame e companhia, agradecendo a presença dos jovens Policiais Militares que afastariam a presença dos traficantes armados.
Eu e meus vizinhos ficaríamos muito felizes, sem dúvida.
Quem sabe até ficássemos famosos participando de uma dessas reportagens que as Organizações Globo fazem rotineiramente para enaltecer as UPPs ou participando de uma entrevista no RJ TV com o caveira comentarista de segurança pública.
Maravilha.
Pena que esse seja o único efeito positivo das UPPs, o projeto eleitoreiro que reelegeu Sérgio Cabral (PMDB), graças ao apoio das Organizações Globo.
As contra-indicações são inúmeras, as quais já foram comentadas exaustivamente no nosso blog, o que me permite comentar nesse artigo apenas as que assolam a principal vítima das UPPs: a Polícia Militar.
Sim, a PMERJ é a principal vítima das UPPs.
Ninguém tem perdido tanto com a implantação das UPPs que a Polícia Militar como Instituição, embora alguns incautos apregoem que as UPPs melhoraram a imagem da PM.
O estrago é gigantesco sobre o nosso patrimônio: o Policial Militar.
É de domínio público que a instalação das UPPs tem algumas marcas registradas, entre elas:
- O governo avisa antes da ocupação para permitir que os criminosos deixem o local com suas armas de guerra.
- O governo não prende ninguém, não apreende um fuzil.
- Os criminosos são transferidos para outras comunidades, onde implantam o seu reinado.
- Os criminosos que ficam na comunidade seguem com suas atividades criminosas, inclusive a venda de drogas.
Um pouco menos visível é a total falta de planejamento na implantação, o que faz com que os jovens PMs sejam simplesmente
jogados nas comunidades, sem qualquer infra-estrutura. Em algumas UPPs, nem água para os PMs beberem existe, eles precisam comprar no comércio local.
Muitos deles são do Interior e consomem mais de quatro horas no trajeto casa-UPP, um completo absurdo.
Os PMs são maltratados nas UPPs, isso é uma verdade.
Além dessas que são percebíveis a olho nu, existe uma contra-indicação que poucos conhecessem: a destruição da PMERJ.
Na ânsia de atender os interesses políticos, a Polícia Militar abriu as suas portas, facilitando as provas de ingresso no Curso de Formação de Soldados.
Obviamente, a qualidade do material humano ficaraá a cada dia mais prejudicada.
Atualmente existem mais de 2.500 recrutas sendo formados em condições totalmente desfavoráveis no CFAP - 31 de Voluntários, isso para implantar novas UPPs e jogá-los nelas.
O caos é tão grande que nem uniformes os recrutas recebem, algo incompreensível considerando que cabe ao governo fornecer gratuitamente os uniformes de Cabos e Soldados.
Como criar vínculos com uma Instituição que nem fornece uniformes, fazendo com que você fique todo o curso usando calça jeans e camiseta branca?
Outra falta gravíssima é a de munições para o treinamento de tiro, algo também inconcebível, considerando a natureza do trabalho policial.
Almoçar ou jantar também é um martírio para os recrutas, diante da superlotação do rancho, fato que pode significar mais de uma hora de espera em pé em frente ao local das refeições.
Os salários atrasam e os recrutas são obrigados a contratar empréstimos, começando a vida inteiramente endividados.
Os PMs são maltratados durante a formação e a Polícia Militar é destruída.
A gestão da modernidade, subserviente por completo ao governo, incha a PM com novos concursos, milhares de novos PMs ingressam, condenando todos os PMs a receberem eternamente péssimos salários, em face do impacto na folha de uma PM gigante e inócua.
Crescendo em efetivo, perdendo em qualidade, a Polícia Militar cada vez mais prestará um mal serviço à população. Enquanto isso a sua tropa continuará recebendo os piores salários do país, tendo uma formação precária e uma assistência médica deficitária em face do número de usuários que só cresce, entre outras dificuldades.
As UPPs serão um grande símbolo.
Símbolo do uso político-eleitoreiro de uma Instituição pública.
Símbolo da incompetência.
Símbolo da falta de planejamento.
Símbolo da transfência de criminosos.
Símbolo da péssima formação do Policial Militar.
Símbolo de uma Polícia Militar inteiramente desestruturada e que trata muito mal o seu patrimônio: o PM.
Bem, como dizem os caveiras: missão data, missão cumprida!
Quem sabe a missão dos caveiras que estão gerindo a Instituição não seja destruir a Polícia Militar?
Aliás, nisso eles estão sendo brilhantes.
Caveiraaaaa!
Levando a Polícia Militar para o cemitério.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Governo do Rio de Janeiro está inchando a PMERJ (investindo apenas em quantidade e esquecendo-se da qualidade)

O sistema policial fluminense é ineficaz. Precisamos de Policiais Militares bem pagos, devidamente instruídos, oferecendo um serviço de qualidade à população fluminense. Não é recomendável aumentar o efetivo nesse momento. A prioridade deve ser a CONCESSÃO DE REAJUSTE SALARIAL visando atender às NECESSIDADES VITAIS BÁSICAS dos Policiais Militares (exigências do Inciso IV, do Artigo 7º, da nossa Carta Magna).

Ponderando-se o gasto familiar, o DIEESE estimou o salário mínimo necessário (capaz de atender às necessidades vitais básicas) em R$ 2.297,51 (dois mil, duzentos e noventa e sete reais e cinquenta e um centavos) em Junho de 2011, em conformidade com o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988. Portanto, quem ganha abaixo do supracitado valor recebe um SALÁRIO INDIGNO, ou seja, insuficiente para pagar as despesas básicas de sobrevivência.

Anônimo disse...

Quem recebe um soldo abaixo do salário mínimo vigente (R$ 545,00) não pode dedicar-se exclusivamente à função que exerce.

Conforme o artigo 7º, inciso VII, da Constituição Federal e o artigo 92, inciso I, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, o menor SOLDO NÃO PODE SER INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO vigente (o SOLDO é o SALÁRIO do MILITAR).