JORNAL O DIA:
Área de UPP era território comandado pelo tráfico
Escuta mostra que bando mudava até escala de PMs na Coroa, Fallet e Fogueteiro
Área de UPP era território comandado pelo tráfico
Escuta mostra que bando mudava até escala de PMs na Coroa, Fallet e Fogueteiro
JOÃO ANTÔNIO BARROS
Rio - A zona franca das drogas. Investigações da Polícia Militar que flagraram o mensalão do tráfico pago a policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Coroa, Fallet e Fogueteiro revelam que o crime organizado comandava o patrulhamento nos morros de Santa Teresa, como O DIA publicou com exclusividade no dia 11. Por quatro meses, traficantes delimitaram locais por onde policiais deveriam circular, alteraram escala de trabalho dos agentes e exigiram a transferência de quem desobedecia suas regras.
Os criminosos criaram até áreas de exclusões de PMs, onde não haveria patrulhas de quinta-feira até domingo, e o dia certo para o pagamento das propinas: segunda-feira, no começo da noite. As quantias variavam entre R$ 100 e R$ 500 — por mês, o tráfico desembolsava R$ 53 mil para as propinas.
As ordens do tráfico de drogas eram repassadas por um homem identificado no Inquérito Policial Militar apenas como Alan. É ele quem aparece falando com o sargento Rinaldo do Desterro Santos nas conversas telefônicas interceptadas pela PM e entregues à Auditoria de Justiça Militar.
Em alguns trechos, o suposto traficante reclama ao militar da presença de dois policiais que atrapalham a venda de drogas. Rinaldo liga para o tenente Rafael Medeiros, subcomandante da UPP, e avisa sobre o inconveniente. Os dois soldados são transferidos de escala.
Em outra gravação, o suposto traficante liga para o sargento e cobra explicações: mesmo acertados com o comando, há invasão de PMs nas áreas do crime e atirando contra bandidos. E avisa: vai revidar se não trocar os policiais. A dupla não aborreceu mais.
Quem também é transferido por interferência do traficante é um sargento, responsável pelo policiamento no Morro da Coroa. Suas ações, reclama o bandido, estão ‘atrapalhando o movimento’. Na hora o tenente Medeiros transferiu o militar das ruas para o serviço interno da UPP.
Caixinha a mais para sargento dispensar soldados
Além de faturar com a caixinha do tráfico, o IPM mostra que o sargento Rinaldo Santos faturava mais para liberar os soldados do trabalho. Foram 17 conversas gravadas em que o militar cobra R$ 100 para livrar o policial da escala de serviço.
Ele também usou de suas amizades com o tráfico para livrar dois policiais, que de folga foram à boca de fumo tentar ‘a sorte grande’. Dominados, viraram reféns dos traficantes. Foi então que um deles ligou para o militar e relatou a ação dos PMs. O sargento negociou e conseguiu a liberação dos colegas.
Pelo que os investigadores detectaram nas gravações, o esquema de corrupção funcionaria muito bem em dois dos quatro plantões. Detectaram, também, que alguns PMs se recusaram a receber as propinas do tráfico.
Após a denúncia de O DIA, 30 PMs suspeitos foram afastados e três estão presos. O comando da UPP local foi substituído.
Policiais registraram movimentação suspeita de soldado em seu dia de folga
A arrecadação e distribuição das propinas do tráfico foram acompanhadas de perto por quem investigou a corrupção na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro. Com filmadoras e máquinas fotográficas, os policiais conseguiram registrar o soldado Alexandre Pinela dos Santos, de folga, entrando e saindo da comunidade. Na sequência, ele se encontra com o sargento Rinaldo Santos e, logo depois, os dois são presos com R$ 13,4 mil.
Segundo o relatório do IPM, sempre que saíam do morro, os PMs se reuniam perto do Batalhão de Choque, no Centro, onde supostamente era distribuída a propina. Um a um os agentes envolvidos no esquema apareciam e pegavam a ‘mesada’ com os dois policiais. No dia 6 de setembro, eles foram presos justamente neste ponto.
Os agentes também filmaram o sargento entrando no apartamento do tenente Medeiros, em Copacabana. Os dois, por telefone, combinam o encontro e falam sobre a entrega do ‘convite’. Para os investigadores, este seria o código para dinheiro (junto com ‘ingresso’).
Em outra conversa do sargento interceptada, ele fala com o capitão Elton Costa Gomes, então comandante da UPP. O oficial combina e fala que vai passar no bingo para pegar o ‘negócio’. Os agentes que cuidaram do IPM não conseguiram identificar o que seria o bingo.
COMENTO:Rio - A zona franca das drogas. Investigações da Polícia Militar que flagraram o mensalão do tráfico pago a policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Coroa, Fallet e Fogueteiro revelam que o crime organizado comandava o patrulhamento nos morros de Santa Teresa, como O DIA publicou com exclusividade no dia 11. Por quatro meses, traficantes delimitaram locais por onde policiais deveriam circular, alteraram escala de trabalho dos agentes e exigiram a transferência de quem desobedecia suas regras.
Os criminosos criaram até áreas de exclusões de PMs, onde não haveria patrulhas de quinta-feira até domingo, e o dia certo para o pagamento das propinas: segunda-feira, no começo da noite. As quantias variavam entre R$ 100 e R$ 500 — por mês, o tráfico desembolsava R$ 53 mil para as propinas.
As ordens do tráfico de drogas eram repassadas por um homem identificado no Inquérito Policial Militar apenas como Alan. É ele quem aparece falando com o sargento Rinaldo do Desterro Santos nas conversas telefônicas interceptadas pela PM e entregues à Auditoria de Justiça Militar.
Em alguns trechos, o suposto traficante reclama ao militar da presença de dois policiais que atrapalham a venda de drogas. Rinaldo liga para o tenente Rafael Medeiros, subcomandante da UPP, e avisa sobre o inconveniente. Os dois soldados são transferidos de escala.
Em outra gravação, o suposto traficante liga para o sargento e cobra explicações: mesmo acertados com o comando, há invasão de PMs nas áreas do crime e atirando contra bandidos. E avisa: vai revidar se não trocar os policiais. A dupla não aborreceu mais.
Quem também é transferido por interferência do traficante é um sargento, responsável pelo policiamento no Morro da Coroa. Suas ações, reclama o bandido, estão ‘atrapalhando o movimento’. Na hora o tenente Medeiros transferiu o militar das ruas para o serviço interno da UPP.
Caixinha a mais para sargento dispensar soldados
Além de faturar com a caixinha do tráfico, o IPM mostra que o sargento Rinaldo Santos faturava mais para liberar os soldados do trabalho. Foram 17 conversas gravadas em que o militar cobra R$ 100 para livrar o policial da escala de serviço.
Ele também usou de suas amizades com o tráfico para livrar dois policiais, que de folga foram à boca de fumo tentar ‘a sorte grande’. Dominados, viraram reféns dos traficantes. Foi então que um deles ligou para o militar e relatou a ação dos PMs. O sargento negociou e conseguiu a liberação dos colegas.
Pelo que os investigadores detectaram nas gravações, o esquema de corrupção funcionaria muito bem em dois dos quatro plantões. Detectaram, também, que alguns PMs se recusaram a receber as propinas do tráfico.
Após a denúncia de O DIA, 30 PMs suspeitos foram afastados e três estão presos. O comando da UPP local foi substituído.
Policiais registraram movimentação suspeita de soldado em seu dia de folga
A arrecadação e distribuição das propinas do tráfico foram acompanhadas de perto por quem investigou a corrupção na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro. Com filmadoras e máquinas fotográficas, os policiais conseguiram registrar o soldado Alexandre Pinela dos Santos, de folga, entrando e saindo da comunidade. Na sequência, ele se encontra com o sargento Rinaldo Santos e, logo depois, os dois são presos com R$ 13,4 mil.
Segundo o relatório do IPM, sempre que saíam do morro, os PMs se reuniam perto do Batalhão de Choque, no Centro, onde supostamente era distribuída a propina. Um a um os agentes envolvidos no esquema apareciam e pegavam a ‘mesada’ com os dois policiais. No dia 6 de setembro, eles foram presos justamente neste ponto.
Os agentes também filmaram o sargento entrando no apartamento do tenente Medeiros, em Copacabana. Os dois, por telefone, combinam o encontro e falam sobre a entrega do ‘convite’. Para os investigadores, este seria o código para dinheiro (junto com ‘ingresso’).
Em outra conversa do sargento interceptada, ele fala com o capitão Elton Costa Gomes, então comandante da UPP. O oficial combina e fala que vai passar no bingo para pegar o ‘negócio’. Os agentes que cuidaram do IPM não conseguiram identificar o que seria o bingo.
Os que estão desenvolvendo o processo de destruição da PMERJ têm demonstrado uma competência extraordinária.
"Parabéns!"JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
4 comentários:
É mesmo parece que a currupção está contaminando todos, ontem no morro da formiga o Cb Henrique, que era do 2º BPM foi preso em flagrante por ter sido flagrado em investigações internas, sobre um suposto esquema de corrupção de moto taxi, não entendo o porquê a comandante sabendo desse desvio de conduta ainda não tinha prendido o cabo a disposição do comando, foi preciso a mesma receber uma ordem de um Cel. da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, para prender o Cabo e colocar o mesmo a disposição do CPP, só relembrando que esse cabo já prejudicou muitos colegas dessa UPP, dando lição de moral, sendo que todos saiam desse esquema de corrupção do mesmo, e sem contar que o próprio era homem de confiança da capitão Carvalhães.
divulguem na imprenssa essa Política de segurança pública do gorvernador Sérgio cabral
Parabéns a polícia militar, afinal, foi ela quem descobriu e investigou e prendeu os bandidos, agora, se realmente for provado que os policiais, digo, bandidos, se agrupariam no BPCHQ para dividir a propina, deveria ser convocado tão breve quanto possível o comandante da unidade, penso ser motivo de afastamento, no mínimo!
Caro Cel. Paúl, admiro a sua coragem em brigar para cima por isso irei fazer uma pergunta. O que o senhor acha de uma CPI da PMERJ, onde seria investigado dos praças aos comandantes. So existe praças corruptos porque seus comandantes também são ou seja se corrompem para repassarem.
Tive aula com esse oficial(capitão), ouvi ele dizer que não acreditava no projeto das UPPs e que não via a hora de sair. Na hora achei muito estranho um oficial que foi convidado a falar da experiência na UPP está ali falando mal mas, agora entendo tudo. Ele falava mal porque estava querendo sair pois já tinha se sujado muito, logo-logo seria descoberto e o castelo de areia ruiria. Não deu outra e ele não teve tempo de sair. Choque!!!
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