quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O TRÁFICO DE DROGA E A POLÍCIA MILITAR - MOTIVAÇÃO?

O GLOBO:
Suspeito de alta patente.
Tenente-coronel preso como mentor da execução de juíza é acusado de ficar com 'espólio' do tráfico.
Vera Araújo (varaujo@oglobo.com.br) e Sérgio Ramalho (sergio.ramalho@oglobo.com.br).
RIO - Em depoimento à Justiça, um cabo da Polícia Militar preso pela morte da juíza Patrícia Acioli admitiu ter atirado na magistrada e disse que o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira recebia parte das apreensões feitas irregularmente por policiais durante as operações do Grupamento de Apoio Tático (GAT). O ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), que está preso sob a acusação de ser o mentor do crime , é suspeito de ficar com o "espólio" do tráfico nas favelas onde realizava operações. O cabo decidiu colaborar com a polícia em troca do benefício da delação premiada. O GLOBO teve acesso ao depoimento, que durou cerca de duas horas.
O cabo disse que a execução foi tramada pelo tenente Daniel Benitez, que chegou a propor a contratação de uma milícia do Rio para cometer o crime. A ideia não foi adiante. De acordo com o militar, Benitez era o homem de confiança do tenente-coronel Cláudio, com quem atuou em três unidades da PM antes de os dois serem lotados no 7º BPM. O policial disse à Justiça que o tenente era o responsável por repassar ao ex-comandante a caixinha do tráfico das favelas do Salgueiro e da Coruja. O valor era pago semanalmente aos policiais do GAT do 7º BPM.
Ainda de acordo com o delator, as armas usadas no assassinato da juíza eram "espólio" de operações em favelas de São Gonçalo. Uma delas, a de calibre .40, foi apreendida no Morro da Coruja. Segundo o PM, parte da munição utilizada era do 7º BPM e parte fora apreendida em favelas. Outra arma do crime, o revólver calibre 357, ficou com Benitez, que, segundo o depoimento, também adquiriu a moto usada na emboscada contra Patrícia. O carro utilizado no crime, um Palio vinho, foi incendiado na mesma noite, no bairro Santa Luzia.
O cabo contou ainda que o GAT atuava nas favelas mais perigosas de São Gonçalo. A cada 24 horas, eles eram cobrados para que fizessem grandes apreensões de drogas e armas. De acordo com o depoimento, o grupo não apresentava o material à delegacia. O dinheiro arrecadado ficava com a equipe. O réu colaborador disse ainda que Benitez convidou os integrantes do GAT a se transferirem para o 14º BPM (Bangu), para onde o tenente-coronel Cláudio estava cotado para assumir o comando. Segundo o cabo, o comentário no quartel era que "em Bangu o espólio seria maior".
De acordo com o cabo, a juíza escapou de duas tentativas de emboscada montada pelos policiais. Numa, ocorrida uma semana antes do assassinato, ela escapou por não ter ido ao Fórum de São Gonçalo. O cabo acrescentou em seu depoimento que, dias antes do assassinato, um dos policiais envolvidos no plano havia perdido o rastro da juíza. O PM estava incumbido de seguir Patrícia, mas acabou perdendo a magistrada de vista no Centro de São Gonçalo.
Considerado pela DH fundamental por indicar a participação do tenente-coronel na trama, o depoimento cita ainda a participação de um policial do 12º BPM (Niterói), que levou o tenente Benitez até a casa da juíza, em Piratininga, durante o planejamento do crime. O policial do batalhão de Niterói ainda não foi preso, e por isso não teve o nome divulgado.
O cabo afirmou ainda que, após ter sido preso, juntamente com o tenente Benitez e outro cabo, o tenente-coronel Cláudio esteve no batalhão Prisional Especial (BEP) para conversar com os três. Na visita, no domingo do Dia dos Pais, que não foi registrada no livro de entrada da prisão, o então comandante do 7º BPM se comprometeu a ajudar os três, inclusive indicando um advogado para defendê-los.
O presidente do TJ, desembargador Manoel Rebêlo dos Santos, ressaltou que a prisão de um mandante de crime é um fato raro no país.
- Sempre chegamos aos executores, mas poucas vezes no Brasil se consegue chegar ao mandante - frisou o desembargador.
Perguntado se a prisão de um comandante de batalhão afetaria a posição do comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que o oficial continua gozando de sua "plena confiança". Beltrame disse ainda que a transferência de Cláudio para o 22 BPM uma semana após a morte da juíza não significou uma proteção ou promoção.
O presidente da Associação de Magistrados do Rio de Janeiro, Antônio César de Siqueira, lamentou que um comandante esteja sendo acusado de ser mandante do crime:
- É lamentável que pessoas que ocupam cargo de comando estejam à frente de um ataque à democracia (leiam).
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

6 comentários:

Anônimo disse...

Coronel,
O jornal o dia expressou bem o que acontece na policia militar como um todo, UM MAR DE LAMA!!!!!!, e tudo isso com o consentimento de Mario Sergio, corregedoria, e ate do secretario de segurança. Coronel, exitem muitos oficiais e praças bons, mas a maioria esta envolvida em algo de ilicito, seja no quartel ou no trabalho operacional, esses relatos que um cabo disse na DH nao e surpresa pra quem trabalha no 7 bpm como eu, ja estou ha mais de 11 anos na pmerj, e tudo que disse( o que ainda foi pouco), E tudo verdade!!!, o 7 bpm ha uns anos atras era um batalhao otimo, seu efetivo era de sua maioria de policiais que moram na cidade e sendo assim o policiamneto era mais reforçado, agora com a vinda desse oficial que foi preso, muitos colegas foram transferidos para outros batalhoes, é lamentavel o que ocorre dentro do quartel, um CMT de cia hoje ele ta la exclusivamente pra receber dinheiro dos praças, seja pra escolher o lugar que quer ir trabalhar ou ate pra tirar ferias, virou uma empresa o quartel, e o comandate da unidade sabe de tudo e nao faz nada, tem que ser feito algo ja nos quarteis, o senhor sempre fala que a PMERJ esta proximo do fim, mas lhe uma coisa coronel, ELA JA CHEGOU NO FIM!!!!!
um abraço!!!!

Anônimo disse...

Os Coronéis bons, honestos que não pegam arrego ficam na varanda, é essa a verdade.

Anônimo disse...

Cel, sou Sgt da PM, tenho 11 anos de serviço dedicados a PMERJ. vendo hj a minha Instituição, fico cada vez mais decepcionado com o sistema dominante na segurança pública do RJ.
Por isso cada vez mais, tenho saudades dos Coroneis: Vivas, Fialho, Cid, Paul (que somente a "banda podre" fala mal), fazio e principalmente o Sr. Cel Esteves (que tanto me espelho em seu carater).
Cel um grande abraço.

Anônimo disse...

Cel Pául posso estar sendo até cético demais. Mais o que parece é que Ten.Cel Cláudio é mais uma da vítimas do Cabralzinho.
É muito estranho que um dia após ele dizer que a UPA da Maré nao tenha condição de funcionamento ele seja acusado de ser o mandante de um homícidio, sendo exonerado de seu cargo e preso. Pra mim ele é mais um que ameaçou o reinado do Cabraffi e foi tirado de circulação.
Lembra da ocupação do Borel. Cel Principe disse que não era necessário o BOPE que naquelas condições até escoteiros poderiam ocupar a favela do Borel. Ele foi transferido pro 9º BPM e depois exonerado após aquela operação na favela da Largatixa em Costa Barros no qual um estudante foi baleado. O Beltrame e a imprensa disseram que o Principe e seu batalhao eram responsaveis pela bala perdida que matou o menino. Mas o exame de balística do instituto Carlos Ebóli constatou que a bala que matou o menino Wesley era dos bandidos.
Pra mim o Ten.Cel preso ontem é mais um bode expiatório no jogo de xadrez do Cabral. Ao recomendar o fechamento da UPA ele desmistifica a condição de que quem manda agora no rio é o governo e nao mais os bandidos, como Cabral vem propagandeando mundo afora que a cidade esta pacificada.
Essa é a minha opinião.

Anônimo disse...

O PIOR SALÁRIO DO BRASIL É DA PMERJ

O melhor Comandante Geral que a Polícia Militar do Rio de Janeiro já teve, nesses 200 anos de Corporação, foi o Coronel UBIRATAN de Oliveira Angelo.

PM do Rio merece ser tratado como ser humano

O Policial Militar do Rio de Janeiro precisa de uma dose maior de estímulo (soldo digno) para não perder o foco. Oferecendo recursos (salário compatível com o mercado gira em torno de R$ 3.200,00), o Estado mostraria que valoriza o servidor. Uma boa remuneração possibilitaria a este profissional ter uma vida saudável e maiores condições de prestar um bom serviço.

Anônimo disse...

Ontem a Defensoria Pública do Estado (ES) entrou com um processo de AÇÃO CIVIL PÚBLICA contra o Estado, discutindo vários assuntos, dentre os quais a questão salarial, requerendo, com base na Constituição Federal, isonomia com as polícias do Distrito Federal.
O tema é muito bom, mas a imprensa não divulgou.
Grato,
Vladimir Polízio Júnior, defensor público. DAQUI A POUCO, TODOS OS ESTADOS DO SUDESTE ESTÃO GANHANDO O SALÁRIO DA PEC300 E O RIO DE JANEIRO NESSA MERDA DE SALÁRIO...EM PENSAR QUE AINDA ESTAMOS BRIGANDO PELO PISO DE R$ 2.000,00 E SP/MG/ES JÁ ESTÃO PARTINDO PARA OS R$ 4.000,00. PENA QUE NÃO TENHO MAIS IDADE PARA IR PARA OS OUTROS ESTADOS (CONCURSO)....MAS COM FÉ EM JESUS CRISTO, QUERO CRER QUE ESSE JOGO VAI VIRAR!!!!....ACORDA CABRAL!!!!ACORDA PMERJ!!!..SÓ TÁ FALTANDO O RJ DESPONTAR!!!!