segunda-feira, 9 de maio de 2011

A DESCRIMINAZAÇÃO DA MACONHA E OS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS.

Publico dois artigos do jornalista Reinaldo Azevedo sobre a descriminização da maconha, os quais foram encaminhados na forma de comentário por um dos nossos leitores, mas neste momento não pretendo discutir o tema, mas sim chamar a atenção para um aspecto que me parece esquecido nas discussões: os serviços públicos essenciais.
Vivo no Rio de Janeiro, o segundo estado em arrecadação do Brasil, onde o governo é completamente ineficaz na prestação de saúde, segurança e educação públicas para a sofrida população fluminense. Os três serviços são desenvolvidos de forma lastimável. Ninguém está seguro em lugar nenhum, não importando dia ou horário. Na educação o estado está em penúltimo lugar no Brasil e na saúde pública não temos UTI neonatal nos hospitais públicos e nem leitos suficientes em CTIs, o que causa a morte de quase dez pessoas por dia.
Diante dessa calamidade, desse governo completamente incapaz, imaginem como funcionaria no Rio a comercialização da maconha descriminizada e o uso terapêutico dessa erva.
Veja / Blog Reinaldo Azevedo
Trecho Extraído

08/05/2011 às 6:51
Escarnecendo dos brasileiros - Comissão de que faz parte secretária nacional de Segurança Pública propõe descriminação da maconha e liberação de produção para consumo próprio.
Há coisas que chegam a dar certa vergonha de noticiar e de comentar, mas fazer o quê? Estão aí, não é? Podem desafiar a nossa compreensão e, às vezes, a nossa paciência, mas temos de lidar com elas. Antes que vá ao ponto, uma questão geral, para reflexão. “Eles” estão perdendo o senso de limite, avançando muito além do razoável. Haverá a hora, estejam certos, em que a sociedade acabará reagindo — desde que haja vozes políticas que resolvam expressar o sentimento da maioria dos brasileiros em relação a alguns temas. Por enquanto, “eles” estão na fase do surto. Não tardará, e os efeitos desastrosos de certas medidas vão se fazer sentir. E então começaremos a despertar para os fatos. Ao ponto.
O Brasil está sendo tomado por uma nova droga, ainda mais devastadora do que o crack: o oxi. Entrou no Brasil pelo Acre, o paraíso marino-petista na Terra, e já se espalha por vários estados. A presidente Dilma Rousseff, no quinto mês de governo, ainda deve ao país o seu plano para combater o crack, promessa solene de campanha. Por enquanto, seu governo está apenas dando marretada em garrucha velha e produzindo mistificações com uma campanha do desarmamento. A Polícia Federal, que tem de vigiar as fronteiras, viu reduzida a verba destinada a esse fim. O tal oxi vem da Bolívia, do companheiro Evo Morales, origem de 80% da cocaína consumida no país.
Dada a realidade devastadora do crack e agora do oxi, em que se ocupa o governo? Em criar facilidades para os maconheiros — que vêm a ser, como querem alguns, os “consumidores recreativos de maconha”..."
Blog Reinaldo Azevedo
Continuação

"... Voltei
Não é apologia, tá? Paulo Teixeira, por exemplo, que integra essa comissão, concedeu, não faz tempo, uma entrevista a um site de… maconheiros! Para defender a descriminação da maconha. Sua militância, no momento, é em favor da criação das cooperativas para a produção do mato destinado apenas ao consumo dos “cooperados”. Ele é líder do PT na Câmara.
Um dos principais problemas das escolas públicas Brasil afora, acreditem ou não!, é a segurança. Em muitos casos, professores vivem sob uma espécie de regime do terror. É assim hoje, quando não há um claro incentivo ao porte e ao consumo de droga. Se a proposta que vai no documento acima for aprovada, os traficantes farão o óbvio: aliciarão adolescentes, alunos ou não, para que levem a droga às escolas — cada portador terá consigo apenas a quantidade que caracteriza “consumo pessoal”. Ninguém poderá molestá-los. E não poderá impedi-los de passar a droga adiante.
As escolas particulares dos filhos dos ricos terão condições de coibir o tráfico em suas dependências porque dispõem de recursos para isso. As públicas ficarão ao deus-dará. Se, hoje, com as restrições legais existentes, a droga já circula entre estudantes, imaginem quando não houver mais amarras. Os filhos dos pobres estarão sendo entregues aos traficantes.
Repressão e medicalização
O debate das drogas vai tomando um caminho perigoso, pautada por uma vigarice intelectual espantosa. A medicalização da questão está tomando o lugar da articulação de políticas púbicas para coibir o tráfico. Sim, a droga é também um problema de saúde, mas, lamento afirmar, é, antes de mais nada, um problema das polícias, que têm a obrigação de reprimir o tráfico.
Um estado que legalizasse as drogas e decidisse arcar com o custo de tratamento dos drogados estaria, em prazo não muito longo, inviabilizando o sistema público de saúde. Seria um sorvedouro sem fim de recursos, porque as gerações iriam se sucedendo na busca do tratamento. Acho que o estado tem, sim, de procurar se equipar para recuperar os viciados, mas não com a descriminação.
É preciso um mínimo de coerência. Ou bem se admite que estamos diante de uma questão de interesse coletivo, e o estado tanto reprime as drogas quanto trata dos dependentes, ou bem entendemos, como querem alguns, que se trata de uma escolha individual. A ser assim, então o estado não tem de gastar um tostão com viciados. Eles não podem “escolher” ter o barato — seja lá com que porcaria for — e depois bater às portas do estado (a coletividade) para pedir socorro. Ou vamos lançar também o Bolsa Maconheiro, o Bolsa Cocaína e o Bolsa Crack?".
Por Reinaldo Azevedo
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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