domingo, 14 de novembro de 2010

UPPs: POLICIAIS MILITARES CORRENDO RISCO DE MORTE.


Na história da bicentenária Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro não tinha existido nenhuma iniciativa que fosse tão mal planejada e executada do que a instalação das UPPs, como tenho denunciado quase que diariamente no nosso blog e como comuniquei ao Ministério Público e à Comissão de Direitos Humanos da ALERJ.
Infelizmente, o nosso grito de socorro, o pedido de ajuda destes jovens Policiais Militares não consegue sensibilizar ninguém, nem dentro, nem fora da PMERJ.
Hoje li no twitter, mais uma vez, o apelo desesperado destes jovens que correm risco de morte.
O armário é indispensável.
O cidadão comum dificilmente entende a importância de um armário para a atividade policial. Caso perguntássemoa a um cidadão quais são os equipamentos e os utensílios indispensáveis para a atividade policial, ele não relacionaria um armário, um guarda-roupas, mas ele é imprescindível, a sua falta pode colaborar decisivamente para a morte de um policial.
A posse de um armário no quartel ou na delegacia permite que o policial guarde seus fardamentos e seus equipamentos com segurança e evita que ele fique se deslocando no trajeto casa-quartel-casa com o seus fardamentos (uniformes) e equipamentos, o que constitui um enorme risco de morte em caso dele ser vítima de um assalto, quer seja no seu veículo, quer seja no transporte público, em face da sua mochila (bolsa) ser revistada pelos criminosos.
Ao implantar de qualquer jeito UPPs, sobretudo na Tijuca, a gestão da modernidade concentrou um grande número de Policiais Militares no 6o BPM, que não tem alojamento e nem armário para todos eles. Isso faz com que os PMs sejam obrigados a andar como mochileiros carregando fardas e equipamentos, pois nas UPPs também não existem armários disponíveis.
Nós já denunciamos o problema há muito tempo, ninguém faz nada, nem dentro, nem fora da PMERJ, devem estar esperando um Policial Militar de uma das UPPs ser assaltado e assassinado, ao ter seu fardamento localizado na mochila pelos criminosos, para adotarem alguma providência.
Cidadão, a tragédia do descaso é ainda maior.
Além da falta dos armários, os Policiais Militares das UPPs não conseguem comprar armamento e quando alguns conseguem, estes não conseguem regularizar o porte, pois a parte administrativa da instituição está completamente atrasada.
Isso faz com que além de carregarem os fardamentos para cima e para baixo, ainda andem desarmados, o que impede a sua capacidade de reação.
No twitter eles perguntam:
- O que faremos? Corremos?

Talvez seja esta a única alternativa.
Não custa lembrar que alguns destes PMs gastam mais de seis horas no deslocamento casa-quartel, pois nem o direito contido no edital do concurso foi respeitado.
Os PMs que trabalham nas UPPs são as maiores vítimas da desorganização atual da PMERJ e da completa subserviência institucional à vontade dos políticos temporários.
Cidadão, você acredita que uma instituição organizada militarmente possa estar com os balancetes de várias de suas unidades atrasados há meses?
Como estão fiscalizando os gastos?
Como o dinheiro público está sendo utilizado?
Desorganização facilita a vida da banda podre, isso é uma grande verdade.
A vida dos Praças da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é muito difícil, o descaso é muito grande, o risco de morte é constante no serviço e na folga.
Ser Soldado da PMERJ e trabalhar em uma UPP é um martírio.
Como esperar que estes jovens Policiais Militares desenvolvam o amor corporativo, o compromisso com o sucesso da corporação?
Isso é impossível.
Só os masoquistas amam quem os maltrata.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

olha cel Paúl isso ocorre aqui em SP também ,meu esposo se quiser tem um espaço em armário tem que pagar o alojamento ,e pior um dia ele saiu do serviço do direto ao médico e não iria fardado ,então se trocou deixou seus objetos de serviço dentro da mochila no carro debaixo do banco entrou pegou o pedido de exame médico e saiu mas carro não estava mais lá,e foi punido com 1 dia interno e condenado a pagar 24 parcelas de 99,00 reais pelo cinturão e algemas como se ele não fosse um cidadão comum ,ele estava de folga e sofreu um furto ,e aconteceu achou que em 5 minutos que levou para pegar a receita jamais seria levado o seu carro.Se ele tivesse um armário onde pudesse deixar suas coisas de fato nada disso teria acontecido!!