JORNAL DO BRASIL:
Tráfico resiste na boca de R$ 3 milhões do Pavão-Pavãozinho
Ônibus incendiado em Copacabana
Ônibus incendiado em Copacabana
Foto: Rafael Moraes
Caio de Menezes, JB Online
RIO DE JANEIRO - No segundo dia de ocupação das comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana e Ipanema (Zona Sul), a Polícia Militar encontrou resistência de traficantes do morro, que faturam cerca de R$ 3 milhões por mês com a venda de drogas, de acordo com policiais civis ouvidos pelo JB.
Com a chegada da PM de surpresa na manhã de segunda-feira, muitos traficantes teriam se refudiado nas matas e estariam escondidos, sem comida e sem ter como fugir. Assim como no primeiro dia, nesta terça-feira houve tiroteio. No fim da tarde, um ônibus da linha 127 (Rodoviária - Copacabana), da empresa Viação Real, foi incendiado na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, entre as ruas Joaquim Nabuco e Rainha Elizabeth, na altura do Posto 6. Dois homens foram presos e um adolescente, apreendido, suspeitos do crime. Com eles foram, encontrados cinco litros de combustível e duas granadas. O ato teria a intenção de desviar a atenção da polícia para que traficantes pudessem deixar as favelas ocupadas.
Horas antes, um grupo de 11 adolescentes foi detido quando transmitia o recado dos traficantes aos comerciantes das redondezas para que fechassem seus estabelecimentos. Apesar da interferência da polícia, muitos cerraram as portas.
Também à tarde, dois homens, depois de assaltarem a lanchonete Bob's da Rua Djalma Ulrich, detonartam um explosivo no edifício número 1.130 da Avenida Atlântica, em Copacabana, durante a fuga. Segundo o relações públicas da Polícia Militar, capitão Ivan Blas, o incidente também pode ter sido premeditado pelos bandidos.
– Existem grandes chances de a granada ter sido explodida a mando de traficantes. Mas não há como comprovar – disse o oficial.
Para o capitão, nada fará com que a corporação diminua as operações no Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo.
– Não existe força no céu ou na Terra que impedirá a ocupação. Continuaremos com as operações de vasculhamento dos morros para expulsar, em definitivo, os traficantes – disse ele.
Para evitar a fuga de criminosos, todos os caminhões do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) que deixavam os morros eram revistados.
Blas anunciou ainda medidas para acalmar a população que vive ao redor do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.
– Haverá reforço no patrulhamento das ruas e acessos ao morro – afirmou.
Uma moradora da Rua Raul Pompéia que não quis se identificar falou do clima na área.
– Foi horrível, parecia uma guerra, com helicóptero passando sem parar. Eu iria à igreja, mas desisti, tenho medo de não poder voltar para casa, como aconteceu há dois anos.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou que o tráfico de drogas não tem mais poder naquela área:
– A polícia está ali e não vai se afastar. O incêndio do ônibus é a última ação de um poder que acabou na segunda-feira.
De acordo com informações da Polícia Militar, durante as operações desta terça-feira, uma casa que funcionava como esconderijo de traficantes no Cantagalo foi descoberta, mas ninguém foi preso. Nela, foram encontradas duas submetralhadoras e duas espingardas, uma calibre 38 e outra 12.
O comandante do 19° BPM (Copacabana), tenente-coronel Rogério Seabra, informou que, na tarde de terça-feira, dois menores foram apreendidos na Ladeira dos Tabajaras, favela onde o tráfico de drogas é controlado pela mesma facção do Pavão. Com eles, a Polícia Militar encontrou mais de 500 papelotes de cocaína, cerca de 200 pedras de crack, além de uma granada.
O governador Sérgio Cabral confirmou nesta terça-feira que a favela Ladeira dos Tabajaras e o Morro dos Cabritos, serão as próximas comunidades beneficiadas pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Atualmente, a favela Dona Marta (Botafogo); o Jardim Batan (Realengo); Cidade de Deus (Jacarepaguá); Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme), já têm UPPs.
Dependentes de crack devem ir para o Tabajaras
A ocupação das favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana e Ipanema (Zona Sul), vai provocar a migração dos dependentes de crack e outras drogas principalmente para as bocas de fumo da Ladeira dos Tabajaras, que deve ser ocupada pela PM ainda neste ano, segundo anunciou o governo estadual.
– No Pavão-Pavãozinho funciona a maior cracolândia da Zona Sul. Os traficantes lá vendiam perto de 40 quilos de crack por mês, o que proporciona arrecadação de R$ 1,2 milhão ao Comando Vermelho (CV). Como o usuário de crack não consegue ficar sem a droga, ele vai procurar as bocas de fumo das redondezas. Com isso, a Ladeira dos Tabajaras, também em Copacabana, e o Morro Santo Amaro, no Catete (Zona Sul), devem receber essas pessoas – analisa um policial civil que prefere o anonimato.
De acordo com o agente, deve ocorrer no com a Ladeira dos Tabajaras e Santo Amaro, ambas também dominadas pelo CV, processo parecido com o que aconteceu com o Pavão-Pavãozinho à época da ocupação do Morro Santa Marta, em Botafogo, e Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme.
– Os consumidores passaram a frequentar o Pavão – diz o policial que cita as cracolândias das Favelas de Manguinhos e Jacarezinho (Zona Norte), Providência (Centro) e Antares (Zona Oeste), como as maiores concentrações de dependentes de crack do Rio.
Com o aumento do número de viciados no Pavão, após as UPPs nos morros vizinhos, até os moradores reclamaram.
– Praticamente dobrou o número de viciados aqui. É horrível para nós, mas dá dinheiro para eles (traficantes) – disse um morador.
O mesmo policial civil chamou a atenção para o fato de os traficantes, em comunidades onde funcionam Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), não deixarem de vender drogas.
– Os traficantes até deixam de ostentar seus fuzis, mas continuam a traficar. O cara que não tem mandado de prisão expedido e não é pego em flagrante, sempre continua nas bocas de fumo. São as chamadas esticas. O sujeito vende a droga, mas sem portar grandes quantidades ou andar armado – afirma.
Para Horácio Magalhães da Sociedade de Amigos de Copacabana, a migração do tráfico de drogas do Pavão-Pavãozinho para a Ladeira dos Tabajaras ainda deve demorar.
– A transferência será gradual, não ocorre automaticamente.Tudo dependerá do decorrer da operação. Por enquanto, não temos com o que nos preocupar – afirmou.
O comandante do 19º BPM, tenente-coronel Rogério Seabra, disse já ter um plano de ação definido para evitar a migração.
– Nossa estratégia é não deixar que o Tabajaras se torne uma grande cracolândia. Estamos atentos.
Ontem mesmo, já houve operação no Tabajaras.
Caio de Menezes, JB Online
RIO DE JANEIRO - No segundo dia de ocupação das comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana e Ipanema (Zona Sul), a Polícia Militar encontrou resistência de traficantes do morro, que faturam cerca de R$ 3 milhões por mês com a venda de drogas, de acordo com policiais civis ouvidos pelo JB.
Com a chegada da PM de surpresa na manhã de segunda-feira, muitos traficantes teriam se refudiado nas matas e estariam escondidos, sem comida e sem ter como fugir. Assim como no primeiro dia, nesta terça-feira houve tiroteio. No fim da tarde, um ônibus da linha 127 (Rodoviária - Copacabana), da empresa Viação Real, foi incendiado na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, entre as ruas Joaquim Nabuco e Rainha Elizabeth, na altura do Posto 6. Dois homens foram presos e um adolescente, apreendido, suspeitos do crime. Com eles foram, encontrados cinco litros de combustível e duas granadas. O ato teria a intenção de desviar a atenção da polícia para que traficantes pudessem deixar as favelas ocupadas.
Horas antes, um grupo de 11 adolescentes foi detido quando transmitia o recado dos traficantes aos comerciantes das redondezas para que fechassem seus estabelecimentos. Apesar da interferência da polícia, muitos cerraram as portas.
Também à tarde, dois homens, depois de assaltarem a lanchonete Bob's da Rua Djalma Ulrich, detonartam um explosivo no edifício número 1.130 da Avenida Atlântica, em Copacabana, durante a fuga. Segundo o relações públicas da Polícia Militar, capitão Ivan Blas, o incidente também pode ter sido premeditado pelos bandidos.
– Existem grandes chances de a granada ter sido explodida a mando de traficantes. Mas não há como comprovar – disse o oficial.
Para o capitão, nada fará com que a corporação diminua as operações no Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo.
– Não existe força no céu ou na Terra que impedirá a ocupação. Continuaremos com as operações de vasculhamento dos morros para expulsar, em definitivo, os traficantes – disse ele.
Para evitar a fuga de criminosos, todos os caminhões do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) que deixavam os morros eram revistados.
Blas anunciou ainda medidas para acalmar a população que vive ao redor do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.
– Haverá reforço no patrulhamento das ruas e acessos ao morro – afirmou.
Uma moradora da Rua Raul Pompéia que não quis se identificar falou do clima na área.
– Foi horrível, parecia uma guerra, com helicóptero passando sem parar. Eu iria à igreja, mas desisti, tenho medo de não poder voltar para casa, como aconteceu há dois anos.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou que o tráfico de drogas não tem mais poder naquela área:
– A polícia está ali e não vai se afastar. O incêndio do ônibus é a última ação de um poder que acabou na segunda-feira.
De acordo com informações da Polícia Militar, durante as operações desta terça-feira, uma casa que funcionava como esconderijo de traficantes no Cantagalo foi descoberta, mas ninguém foi preso. Nela, foram encontradas duas submetralhadoras e duas espingardas, uma calibre 38 e outra 12.
O comandante do 19° BPM (Copacabana), tenente-coronel Rogério Seabra, informou que, na tarde de terça-feira, dois menores foram apreendidos na Ladeira dos Tabajaras, favela onde o tráfico de drogas é controlado pela mesma facção do Pavão. Com eles, a Polícia Militar encontrou mais de 500 papelotes de cocaína, cerca de 200 pedras de crack, além de uma granada.
O governador Sérgio Cabral confirmou nesta terça-feira que a favela Ladeira dos Tabajaras e o Morro dos Cabritos, serão as próximas comunidades beneficiadas pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Atualmente, a favela Dona Marta (Botafogo); o Jardim Batan (Realengo); Cidade de Deus (Jacarepaguá); Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme), já têm UPPs.
Dependentes de crack devem ir para o Tabajaras
A ocupação das favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana e Ipanema (Zona Sul), vai provocar a migração dos dependentes de crack e outras drogas principalmente para as bocas de fumo da Ladeira dos Tabajaras, que deve ser ocupada pela PM ainda neste ano, segundo anunciou o governo estadual.
– No Pavão-Pavãozinho funciona a maior cracolândia da Zona Sul. Os traficantes lá vendiam perto de 40 quilos de crack por mês, o que proporciona arrecadação de R$ 1,2 milhão ao Comando Vermelho (CV). Como o usuário de crack não consegue ficar sem a droga, ele vai procurar as bocas de fumo das redondezas. Com isso, a Ladeira dos Tabajaras, também em Copacabana, e o Morro Santo Amaro, no Catete (Zona Sul), devem receber essas pessoas – analisa um policial civil que prefere o anonimato.
De acordo com o agente, deve ocorrer no com a Ladeira dos Tabajaras e Santo Amaro, ambas também dominadas pelo CV, processo parecido com o que aconteceu com o Pavão-Pavãozinho à época da ocupação do Morro Santa Marta, em Botafogo, e Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme.
– Os consumidores passaram a frequentar o Pavão – diz o policial que cita as cracolândias das Favelas de Manguinhos e Jacarezinho (Zona Norte), Providência (Centro) e Antares (Zona Oeste), como as maiores concentrações de dependentes de crack do Rio.
Com o aumento do número de viciados no Pavão, após as UPPs nos morros vizinhos, até os moradores reclamaram.
– Praticamente dobrou o número de viciados aqui. É horrível para nós, mas dá dinheiro para eles (traficantes) – disse um morador.
O mesmo policial civil chamou a atenção para o fato de os traficantes, em comunidades onde funcionam Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), não deixarem de vender drogas.
– Os traficantes até deixam de ostentar seus fuzis, mas continuam a traficar. O cara que não tem mandado de prisão expedido e não é pego em flagrante, sempre continua nas bocas de fumo. São as chamadas esticas. O sujeito vende a droga, mas sem portar grandes quantidades ou andar armado – afirma.
Para Horácio Magalhães da Sociedade de Amigos de Copacabana, a migração do tráfico de drogas do Pavão-Pavãozinho para a Ladeira dos Tabajaras ainda deve demorar.
– A transferência será gradual, não ocorre automaticamente.Tudo dependerá do decorrer da operação. Por enquanto, não temos com o que nos preocupar – afirmou.
O comandante do 19º BPM, tenente-coronel Rogério Seabra, disse já ter um plano de ação definido para evitar a migração.
– Nossa estratégia é não deixar que o Tabajaras se torne uma grande cracolândia. Estamos atentos.
Ontem mesmo, já houve operação no Tabajaras.
O GLOBO:
- Comércio amanhece fechado nos arredores do Pavão-Pavãozinho (leia).
- Polícia Militar faz operação no Borel (leia).
- Foto do ônibus em chamas em Copacabana (veja).
O DIA:
Homem encontrado morto com mais de 20 tiros na Zona Oeste
Polícia suspeita que o crime esteja relacionado com a disputa entre milicianos na região
POR BARTOLOMEU BRITO
Rio - O perito judiciário Alexandre Henriques Magno da Silva, de 39 anos, foi executado, de manhã, com mais de dez tiros de pistola, em Santíssimo, Zona Oeste. Ele estava ao volante de seu carro, um Palio, no sinal na confluência das estradas do Taquaral, dos Sete Riachos e da Posse, quando ocupantes de um Gol branco emparelharam e fizeram diversos disparos. A polícia investiga se o crime teria relação com divergências na administração da Viação Oriental — empresa que passa por crise financeira —, onde ele trabalhava com um irmão.
O delegado Fábio Barucke, da 35ª DP (Campo Grande), disse que vai chamar parentes e amigos da vítima para tentar chegar aos mandantes do assassinato. Alexandre havia saído de casa, na Tijuca, rumo à empresa de ônibus. Ao parar no sinal, por volta de 8h, foi surpreendido pelos bandidos que estavam no Gol, com a cobertura de um Astra prata. Pela janela do carona, os criminosos atiraram.
Polícia suspeita que o crime esteja relacionado com a disputa entre milicianos na região
POR BARTOLOMEU BRITO
Rio - O perito judiciário Alexandre Henriques Magno da Silva, de 39 anos, foi executado, de manhã, com mais de dez tiros de pistola, em Santíssimo, Zona Oeste. Ele estava ao volante de seu carro, um Palio, no sinal na confluência das estradas do Taquaral, dos Sete Riachos e da Posse, quando ocupantes de um Gol branco emparelharam e fizeram diversos disparos. A polícia investiga se o crime teria relação com divergências na administração da Viação Oriental — empresa que passa por crise financeira —, onde ele trabalhava com um irmão.
O delegado Fábio Barucke, da 35ª DP (Campo Grande), disse que vai chamar parentes e amigos da vítima para tentar chegar aos mandantes do assassinato. Alexandre havia saído de casa, na Tijuca, rumo à empresa de ônibus. Ao parar no sinal, por volta de 8h, foi surpreendido pelos bandidos que estavam no Gol, com a cobertura de um Astra prata. Pela janela do carona, os criminosos atiraram.
Atingido na cabeça, costas, braços e axila esquerda, Alexandre morreu na hora. No carro, havia 11 perfurações. A ação dos pistoleiros provocou pânico. Pessoas que passavam na rua se jogaram no chão. Outras correram para se abrigar numa padaria, num bar e numa igreja evangélica. “Parecia uma guerra. Nunca ouvi tanto tiro em tão pouco tempo”, disse um morador da rua.
Segundo testemunhas, logo após a fuga dos assassinos, criminosos da Favela do Coqueiral abriram a porta do carro da vítima e roubaram objetos como celular e a aliança de ouro. Várias patrulhas do 40º BPM (Campo Grande) foram enviadas para o local e realizaram buscas, mas não encontraram pistas do Gol e do Astra. A notícia da morte do perito judiciário logo se espalhou. Dezenas de colegas de trabalho foram ao local, mas ninguém quis dar declarações. No fim da tarde, o delegado recebeu uma denúncia sobre um suspeito da execução. Houve diligências para tentar prender o homem, mas os policiais não conseguiram localizá-lo. Por causa de problemas financeiros, a prefeitura repassou a outras empresas linhas que eram operadas pela Oriental. A viação atua principalmente na Zona Oeste.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
3 comentários:
Bom dia, acabo de chegar da PPM/SJM, onde fui apanhar uma prescrição médica, na qual iria realizar uma panoramica da face, para minha surpresa recebi a informação do Sgt do SAME-PPM/SJM, que todos os exames da PMERJ estavam suspensos por falta de verba. A que ponto chegou a PMERJ.
quero ver o bop instalar a upp na vila cruzeiro,na vila do joão,na cidade alta,na magueirinha em caxias e etc...
Eu postei um artigo sobre a crise na saúde da PMERJ.
As UPPs são um projeto eleitoreiro, nada mais.
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