domingo, 6 de dezembro de 2009

O CORONEL DE POLÍCIA CERQUEIRA É MUITO MELHOR (E MUITO MAIS BARATO) QUE RUDOLPH GIULIANI.

O GLOBO:
Criminalidade despenca no Dona Marta e na Cidade de Deus, comunidades ocupadas por UPP (leia).
Tenho defendido constantemente que um dos gravíssimos problemas das polícias fluminenses (Federal, Militar e Civil) é o descumprimento das suas missões constitucionias.
A Federal não previne e não reprime o tráfico de drogas e o contrabando de armas, a Militar e a Civil foram transformadas em tropas de assalto para invadir comunidades, apartadas de suas missões.
A matéria do jornal O Globo comprova que a realização das missões constitucionais é muito importante, enquanto não adotamos o ciclo completo para todas as instituições policiais, algo cada vez mais necessário.
Nas Unidades de Polícia Pacificadora a Polícia Militar se desenvolve o policiamento ostensivo, uma das missões constitucionais da Polícia Militar e o faz com uma tática clara, a saturação do território com policiais.
A relação habitante/policial é muito maior nas comunidades com UPP do que no restante do território fluminense.
Quem não gostaria de vivenciar o seu bairro saturado com policiamnto ostensivo?
Quem não gostaria de uma grande operação para solucionar todos os inquéritos policiais em andamento na delegacia do seu bairro?
Todos nós ficaríamos satisfeitos.
As UPPs não representam uma invenção, na verdade são um grande Destacamento de Policiamento Ostensivo, com um efetivo agigantado, nada mais. Porém, não podemos negar que a simples presença dos policiais na comunidade resolve alguns problemas sérios, como a presença de homens armados de fuzil na porta de sua casa.
Longe de serem a solução, pois todos nós conhecemnos os seus problemas não ostensivos, as UPPs são a comprovação de que o Coronel de Polícia Carlos Magno Nazareth Cerqueira estava certo na década de oitenta quando exigia que o Policial Militar estudasse, conhecesse a sua profissão.
O conhecimento é poder!
As UPPs lembram no saturamento o Policiamento de Bairros que era feito por grupos de policiais utilizando kombis e que saturavam um bairro com policiamento, além de interagirem com a população para conhecerem os problemas da comunidade, produzindo conhecimento na área da segurança pública, o que as UPPs ainda não conseguem.
O Policiamento de Bairros era itinerante, não possuía a eficiência da permanência no terreno, porém contribuía para o aumento da sensação de segurança em vários bairros e era eficiente enquanto presente, por motivos óbvios.
As UPPs destroem a tática do "tiro, porrada e bomba" defendida por Sérgio Cabral, Beltrame, Mário Sérgio e Allan Turnoesky, que continuam insistindo nela teimosamente.
A cúpula da segurança pública continua inteiramente perdida e querem a ajuda de Rudolph Giuliani, quando basta ler alguns livros e notas de instrução da época do Coronel de Polícia Cerqueira, isso seria muito mais eficiente e infinitamente mais barato.
Cidadão fluminense, enquanto não buscarmos o CONHECIMENTO continuaremos na teimosia do ensaio e erro, o que determina que a população fluminense como um todo continue apavorada (leia).
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

4 comentários:

Alexandre, The Great disse...

Segurança Pública é uma ciência e portanto para especialistas, nunca para políticos e especialistas de outras áreas (os famigerados "ólogos").
A experiência de Rudolph Giuliani funcionou durante certo tempo e depois fracassou. Mas ela foi precedida de imensa pesquisa, nada foi feito politicamente e tampouco no "achismo"; e ainda assim fracassou.
Leiam o livro "As prisões da miséria" e entenderão o que foi o "Tolerância Zero".

Anônimo disse...

Tudo bem que lá uma parte dos muitos milhões investidos em cadeias privadas poderia ser investida nos programas sociais, prevenindo o crime. Mas não posso afirmar se a crítica do francês é totalmente correta porque não considero justo somente investir nos pobres enquanto crimes estão sendo cometidos e nada se faz contra os criminosos. Olhando para o nosso umbigo, diferente de lá, nem uma coisa nem outra é feita. Bolsa-família não resolve, é esmola. Cadeia brasileira (sentido lato) também é ineficiente em todos os aspectos,seja pela impunibilidade, seja pelas condições dos presídios. Sou favorável ao equilíbrio, adaptado é claro às nossas condições econômicas: se o dinheiro é pouco, não dá para programas sociais eficazes; logo, primeiro devemos democratizar e popularizar a cadeia. Cadeia para todos! Em primeiro lugar para a elite e políticos corruptos, recuperando os bilhões desviados, não esquecendo dos pobres safados, porque também não quero ser assaltado, sequestrado, violentado e assassinado no meio da rua e ficarem culpando a pobreza por isso. Com a casa em ordem e todos trabalhando na cadeia para se sustentarem e cobrirem os custos (como lá nos EUA), sobra mais dinheiro e os políticos honestos podem administrar os programas sociais e nós trabalhadores nos sentiremos honrados e recompensados pelo trabalho digno e por pagar impostos. Pagar impostos para ver pobre receber 50 contos sem trabalhar e político guardar 100 mil na cueca não é nada encorajador...

Alexandre, The Great disse...

A associação entre miséria e criminalidade é um viés canhestro e equivocado. Se fosse uma verdade absoluta a India seria um dos países mais violentos do mundo.
Loic Wacquant não criticava apenas o encarceramento de pobres, mas principalmente o fato desse encarceramento ter se transformado em "business".
Além do mais, se fosse tão bom por que não dura até hoje? Por que não funcionou em Londres, Paris, Bruxelas?
Por que, sem pesquisa alguma, podem se arvorar a contratar o anacrônico Rudolph Giuliani para fazer o mesmo aqui? Qual pesquisa comprova esta tese?

Ora bolas!

paulo fontes disse...

Caro Paul,
O Coronel Carlos Magno CERQUEIRA foi um sonhador e visionário e durante sua duas gestões dotou a PMERJ de uma massa critica, de conhecimento técnico policial jamais vista em toda a história das PPMM no BRASIL.
Muitos estudiosos da matéria beberam na sua fonte e andam a derramar teorias, sem dar um mínimo crédito ao mestre.
O Caso do chefe de polícia Bratton é um exemplo e foi objeto de uma Nota de Instrução no comando do Coronel Cerqueira.
Saudações e FELIZ NATAL
Paulo Fontes