terça-feira, 8 de setembro de 2009

CORONEL DE POLÍCIA SÉRGIO E SARGENTO DE POLÍCIA MARCELO, A POLÍCIA MILITAR DE VERDADE.

BLOG DO JORNALISTA GUSTAVO DE ALMEIDA.
7 de Setembro de 2009
Sargento Marcelo, um chato
Ser chato não é para qualquer um. Veja o caso, por exemplo, do sargento Marcelo, do 23ºBPM (Leblon). Trabalha em um setor perigoso, próximo à Rocinha. Convive com ricaços da Estrada da Gávea normalmente, recebendo apenas seu baixíssimo salário de sargento da PM do Rio de Janeiro (a mais mal paga do Brasil). De vez em quando, prende traficantes e viciados. À luz da lei, seriam diferentes - a lei elitista diz que é permitido usar drogas (hábito típico de quem tem dinheiro para tal), mas é proibido vendê-las (coisa de pobre, desempregado, remediado).
Sargento Marcelo, no entanto, é um chato. Chato à moda antiga. Destes que não aceita injustiça, propina ou água da bica. Os três fazem mal. A propina, talvez, seja a coisa mais prejudicial, não à saúde do corpo gordo de quem a aceita, mas ao tecido social.
Com a propina, a injustiça da lei que pune traficantes pobres e alivia consumidores ricos estaria consolidada: basta ao rico que cheira que pague por seu vício e suborne o agente da lei responsável por reprimí-lo. Assim, está tudo resolvido.
Mas - oh! - uma surpresa: não tem "acerto" com o Sargento Marcelo. Prendeu três atores globais e um filho de político, levou para a delegacia. Estavam com maconha, ué? Carregando para talvez até vender. Papel de polícia é isso: prender.
O chato do Sargento Marcelo não fez um "acerto", não aliviou, não teve "idéia". Pior ainda: veio o chatíssimo Coronel Sérgio, comandante daquela unidade (não o conheço pessoalmente) e acompanhou tudo na delegacia, dando apoio....ao Sargento Marcelo.
Este chato que não aceita suborno e cumpre a tal da lei.E se tivéssemos uns 10 chatos no Congresso Nacional, outros 10 ou 15 no Planalto, mais uns 20 em cada governo estadual, e mais 30 chatos por prefeitura, a serem distribuídos por distritos? Chatos como o Sargento Marcelo, como ficaríamos?
Não tenho dúvidas de que teríamos uma Nação de chatos. Mas com letra maiúscula.
Sim, precisamos de mais chatos. Que bom que a PM ainda os tem.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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