Agencia Estado.
O tempo de espera para registrar um boletim de ocorrência (BO) é de no mínimo três horas em 71% das delegacias da capital paulista, segundo levantamento feito pela reportagem. Em alguns casos, a demora pode ultrapassar oito horas. Um BO deveria ser feito em até 40 minutos, conforme especialistas em segurança. Além da perda de tempo, as pessoas que necessitam dos serviços dos distritos policiais sofrem com o mau atendimento de escrivães, investigadores e até dos delegados.
Em dez dias, foram visitados os 93 DPs de São Paulo. Solicitou-se o registro simples de uma ocorrência fictícia: a morte de um cachorro que teria sido envenenado pelo vizinho. Em nenhum dos distritos a reportagem concluiu o registro, o que poderia caracterizar falsa comunicação de crime.
O Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) admite a má qualidade no atendimento das delegacias. O órgão promete adotar nova forma de trabalho nos distritos, a partir de 13 de outubro. A longa espera acontece, na maioria das vezes, em ambientes desconfortáveis. Em metade das delegacias falta privacidade, os banheiros são sujos e os móveis estão quebrados.
Mas nada supera o despreparo dos funcionários. Eles criam todo tipo de obstáculo para registrar as ocorrências e desestimulam a notificação, o que compromete as estatísticas criminais. Uma das estratégias adotadas foi despachar a reportagem para distritos vizinhos. Alegaram que a vítima não estava na unidade certa ou que as delegacias próximas eram mais vazias. Houve funcionários que exigiram nomes de suspeitos e até laudos.
A reportagem também flagrou casos de tratamento inadequado. No 101º Distrito Policial (DP), do Jardim das Imbuias, uma mulher perguntou ao escrivão se havia bebedouro no local. "Tem sim, atravessa a rua e vai comprar água na padaria", disse o servidor, que acabara de voltar do almoço - de uma hora e meia. Nesse período, o distrito ficou sem atendente.
'Corriqueiras'
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Marco Antonio Pereira Novaes de Paula Santos, reconhece os problemas no atendimento nas delegacias e afirma que as situações vividas pela reportagem "infelizmente são corriqueiras". Santos considera como "muito pouco" o fato de que em apenas 22 delegacias seria possível registrar o boletim no prazo de até uma hora. No entanto, ele aposta que a situação deve melhorar com o novo modelo de gestão, que será implantado em 15 dias.
Na opinião do diretor, o problema dos atendentes não seria falta de preparo - eles contam com o suporte do Grupo de Apoio ao Plantão(GAP) - mas stress e o fato de o sistema estar saturado. "Os funcionários não acreditam mais no resultado do que fazem e os boletins são registrados de maneira mecânica", diz. Com relação às constantes quedas da rede de computadores, usadas como desculpa para o não registro das ocorrências, o diretor do Decap afirma que os problemas estão sendo sanados. "Mas, provavelmente, muitos se valeram dessa desculpa."
Parte dos atendentes que se recusaram a registrar a ocorrência disse que era necessário esperar um laudo para comprovar o envenenamento. Além disso, muitos pediram um nome do suspeito. O diretor do Decap nega que isso seja preciso. Outra estratégia dos atendentes para se livrar dos usuários é dizer que a ocorrência deve ser feita na delegacia da região onde se deu o crime. "As pessoas têm direito de ser atendidas em qualquer distrito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O tempo de espera para registrar um boletim de ocorrência (BO) é de no mínimo três horas em 71% das delegacias da capital paulista, segundo levantamento feito pela reportagem. Em alguns casos, a demora pode ultrapassar oito horas. Um BO deveria ser feito em até 40 minutos, conforme especialistas em segurança. Além da perda de tempo, as pessoas que necessitam dos serviços dos distritos policiais sofrem com o mau atendimento de escrivães, investigadores e até dos delegados.
Em dez dias, foram visitados os 93 DPs de São Paulo. Solicitou-se o registro simples de uma ocorrência fictícia: a morte de um cachorro que teria sido envenenado pelo vizinho. Em nenhum dos distritos a reportagem concluiu o registro, o que poderia caracterizar falsa comunicação de crime.
O Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) admite a má qualidade no atendimento das delegacias. O órgão promete adotar nova forma de trabalho nos distritos, a partir de 13 de outubro. A longa espera acontece, na maioria das vezes, em ambientes desconfortáveis. Em metade das delegacias falta privacidade, os banheiros são sujos e os móveis estão quebrados.
Mas nada supera o despreparo dos funcionários. Eles criam todo tipo de obstáculo para registrar as ocorrências e desestimulam a notificação, o que compromete as estatísticas criminais. Uma das estratégias adotadas foi despachar a reportagem para distritos vizinhos. Alegaram que a vítima não estava na unidade certa ou que as delegacias próximas eram mais vazias. Houve funcionários que exigiram nomes de suspeitos e até laudos.
A reportagem também flagrou casos de tratamento inadequado. No 101º Distrito Policial (DP), do Jardim das Imbuias, uma mulher perguntou ao escrivão se havia bebedouro no local. "Tem sim, atravessa a rua e vai comprar água na padaria", disse o servidor, que acabara de voltar do almoço - de uma hora e meia. Nesse período, o distrito ficou sem atendente.
'Corriqueiras'
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Marco Antonio Pereira Novaes de Paula Santos, reconhece os problemas no atendimento nas delegacias e afirma que as situações vividas pela reportagem "infelizmente são corriqueiras". Santos considera como "muito pouco" o fato de que em apenas 22 delegacias seria possível registrar o boletim no prazo de até uma hora. No entanto, ele aposta que a situação deve melhorar com o novo modelo de gestão, que será implantado em 15 dias.
Na opinião do diretor, o problema dos atendentes não seria falta de preparo - eles contam com o suporte do Grupo de Apoio ao Plantão(GAP) - mas stress e o fato de o sistema estar saturado. "Os funcionários não acreditam mais no resultado do que fazem e os boletins são registrados de maneira mecânica", diz. Com relação às constantes quedas da rede de computadores, usadas como desculpa para o não registro das ocorrências, o diretor do Decap afirma que os problemas estão sendo sanados. "Mas, provavelmente, muitos se valeram dessa desculpa."
Parte dos atendentes que se recusaram a registrar a ocorrência disse que era necessário esperar um laudo para comprovar o envenenamento. Além disso, muitos pediram um nome do suspeito. O diretor do Decap nega que isso seja preciso. Outra estratégia dos atendentes para se livrar dos usuários é dizer que a ocorrência deve ser feita na delegacia da região onde se deu o crime. "As pessoas têm direito de ser atendidas em qualquer distrito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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