Revista The New Yorker publica matéria sobre violência no Rio a quatro dias da escolha da sede das Olimpíadas de 2016.
Publicada em 28/09/2009.
RIO - A quatro dias da escolha da cidade-sede das Olimpíadas 2016, a revista The New Yorker publicou matéria de 12 páginas que destaca a violência do Rio. Com o título "Terra de gangues - Quem controla as ruas do Rio de Janeiro?", o repórter Jon Lee Anderson conta como funciona o domínio dos traficantes nas favelas cariocas. Na foto de abertura, a legenda: "dois suspeitos de integrar uma facção criminosa detidos pela polícia na Favela de Acari", e a chamada: "Residentes das favelas no Rio vivem sob a autoridade de fato de gangsters e de seu exército privado" dão o tom da matéria.
NYT: 'Rio 2016 será afirmação global'
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) já tinha se queixado à revista de por que a reportagem, feita há quatro meses, ainda não tinha saído. O COB temia que a matéria virasse cabo eleitoral de Chicago. Saiba mais no Blog do Ventura .
O texto é aberto com uma personagem, Iara, da favela Parque Royal, que trabalha como gerente de um traficante identificado como Fernandinho, de 31 anos, que assumiu o controle da comunidade há 5 anos. Ainda segundo a reportagem, Fernando Gomes de Freitas controla 19 favelas da Ilha do Governador, e também "ganha dinheiro com negócios legais, como venda de gás de cozinha, empresas de ônibus, operadoras de TV a cabo". Só com drogas, a polícia calcula que ele ganhe 300 mil dólares por mês, escreve Jon Lee.
O repórter descreve Iara como a mãe de três filhas, que organiza a festa de aniversário da mais nova, de 10 anos, usando uma camiseta com uma inscrição bíblica e carregando uma arma no short. Ela seria de uma facção criminosa e teria como função administrar problemas na comunidade, como marido que bate em mulher. O que não consegue resolver é encaminhado para Fernandinho no Morro do Dendê, onde ele mora.
" Não há maneira de escapar completamente da miséria no Rio "
"Não há maneira de escapar completamente da miséria no Rio", escreve o repórter, depois de falar sobre as balas que passam sobre a cabeça das pessoas em guerras do tráfico e quando traficantes assaltam motoristas na rua, no caminho do aeroporto.
A matéria mostra números sobre a violência na cidade - "Dizem que balas perdidas matam ou ferem pelo menos uma pessoa todo dia" - e traz entrevistas com um traficante, um jornalista, um pastor, um policial civil e um político, o vereador Alfredo Sirkis.
O repórter conta ainda a história do Comando Vermelho, desde a mistura de presos políticos a comuns, no presídio da Ilha Grande, e cita que alguns dos presos daquele tempo hoje participam o governo Lula.
"O estado está completamente ausente nas favelas. As gangues de drogas impõem seus próprios sistemas de justiça, lei e ordem, e de impostos, tudo pela força das armas".
JUNTOS SOMOS FORTES!Publicada em 28/09/2009.
RIO - A quatro dias da escolha da cidade-sede das Olimpíadas 2016, a revista The New Yorker publicou matéria de 12 páginas que destaca a violência do Rio. Com o título "Terra de gangues - Quem controla as ruas do Rio de Janeiro?", o repórter Jon Lee Anderson conta como funciona o domínio dos traficantes nas favelas cariocas. Na foto de abertura, a legenda: "dois suspeitos de integrar uma facção criminosa detidos pela polícia na Favela de Acari", e a chamada: "Residentes das favelas no Rio vivem sob a autoridade de fato de gangsters e de seu exército privado" dão o tom da matéria.
NYT: 'Rio 2016 será afirmação global'
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) já tinha se queixado à revista de por que a reportagem, feita há quatro meses, ainda não tinha saído. O COB temia que a matéria virasse cabo eleitoral de Chicago. Saiba mais no Blog do Ventura .
O texto é aberto com uma personagem, Iara, da favela Parque Royal, que trabalha como gerente de um traficante identificado como Fernandinho, de 31 anos, que assumiu o controle da comunidade há 5 anos. Ainda segundo a reportagem, Fernando Gomes de Freitas controla 19 favelas da Ilha do Governador, e também "ganha dinheiro com negócios legais, como venda de gás de cozinha, empresas de ônibus, operadoras de TV a cabo". Só com drogas, a polícia calcula que ele ganhe 300 mil dólares por mês, escreve Jon Lee.
O repórter descreve Iara como a mãe de três filhas, que organiza a festa de aniversário da mais nova, de 10 anos, usando uma camiseta com uma inscrição bíblica e carregando uma arma no short. Ela seria de uma facção criminosa e teria como função administrar problemas na comunidade, como marido que bate em mulher. O que não consegue resolver é encaminhado para Fernandinho no Morro do Dendê, onde ele mora.
" Não há maneira de escapar completamente da miséria no Rio "
"Não há maneira de escapar completamente da miséria no Rio", escreve o repórter, depois de falar sobre as balas que passam sobre a cabeça das pessoas em guerras do tráfico e quando traficantes assaltam motoristas na rua, no caminho do aeroporto.
A matéria mostra números sobre a violência na cidade - "Dizem que balas perdidas matam ou ferem pelo menos uma pessoa todo dia" - e traz entrevistas com um traficante, um jornalista, um pastor, um policial civil e um político, o vereador Alfredo Sirkis.
O repórter conta ainda a história do Comando Vermelho, desde a mistura de presos políticos a comuns, no presídio da Ilha Grande, e cita que alguns dos presos daquele tempo hoje participam o governo Lula.
"O estado está completamente ausente nas favelas. As gangues de drogas impõem seus próprios sistemas de justiça, lei e ordem, e de impostos, tudo pela força das armas".
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORRGEDOR INTERNO
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