quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O QUE PENSAM OS POLICIAIS?

"Policiais querem polícia única e civil.
Dois terços dos praças e oficiais das Polícias Militares do país defendem mudanças no modelo de polícia e mais da metade dos policiais civis e militares prega a unificação das corporações. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e o Ministério da Justiça, sobre policiais, guardas municipais, bombeiros e agentes penitenciários do país.
Com 64.130 questionários respondidos, a pesquisa O Que Pensam os Profissionais de Segurança Pública, no Brasil, será divulgada hoje, em Brasília. As respostas ajudam a compreender e a interpretar a atuação das polícias no país.
Ao responderem a pergunta “Qual o modelo ideal de polícia?”, 35% defenderam a unificação das corporações, longe da disciplina e do rigor militar, e 15% manifestaram-se pela criação de uma única polícia militarizada. Mas a maioria (50%) defende uma nova e única polícia. Atuação condicionada a um determinado tipo de crime foi defendida por 12%.
Para Marcos Rolim, professor de Direitos Humanos do Centro Universitário Metodista do Rio Grande do Sul (IPA) e um dos três pesquisadores responsáveis pelo estudo, o fato de a metade defender a unificação deve ser interpretado com cautela.
– Em todo mundo moderno, a tendência é diversificação de polícias, criando mais outras forças. As polícias enormes, pesadas, são ineficientes e difíceis de administrar – opina Rolim.
Maioria diz que tolera corrupção dos colegas
Para o pesquisador, os dados indicam “necessidade de mudança”.
– A constatação mais importante é que os policiais não estão satisfeitos com o modelo de polícia existente – opina Rolim.
Diretor da Academia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Acadepol), delegado Mario Wagner acredita que os resultados indicam necessidade de se repensar as polícias.
– As polícias hoje precisam defender as garantias individuais do cidadão, nas suas relações entre si. É uma mudança de foco no sentido de se buscar uma prestação de serviços mais eficiente – pondera o delegado.
Com 29 anos de dedicação à Polícia Civil, Wagner defende a preservação da identidade das duas corporações bicentenárias:
– Juntar as duas identidades, agora, seria um fracasso.
O conteúdo de algumas respostas é revelador. Ao responderem, por exemplo, o que fariam se flagrassem um colega recebendo propina, 42% disseram que conversariam e pediriam que o parceiro não fizesse mais e 25% fingiriam não terem visto a cena – ou seja, 65% não prenderiam em flagrante o corrupto. Um em cada cinco denunciaria o companheiro de corporação e apenas 2% pediriam para dividir a propina.
– Fica evidente as limitações de formação e de compromisso moral de parte dos policiais brasileiros – alerta Rolim".
Fonte: Zero Hora.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Cel Paul,

Entendo que uma eventual mudança da estrutura constitucional da Segurança Pública, unificando a PM com a PC - gostaria que destacasse isso em seu blog, somente seria bem vinda se fosse criada uma nova força militarizada, pelo fato de tal regime possibilitar sanções mais eficientes aos desvios de conduta ocoridos, em razão dos rigores impostos pela lei castrense e demais normas internas da administração, o que o homem não deseja, principalmente o policial civil, que gosta de mais liberdade para fazer o que bem entende. Por outro lado, com a unificação, optando-se pelo REGIME CIVIL da nova força, além da desvantagem já apontada, no que se atine ao controle dos desvios de conduta, poderá ocorrer a hipótese dos Estados herdarem uma Polícia Militar que acabou, ou seja, não mais funciona, com um contingente todo INATIVO, o qual FICARIA ESQUECIDO NOS SEUS QUADROS, por não mais possuir interesse público, daí, ganhando cada vez mais uma miséria, além do que estamos. Mas, na verdade, acho que não precisa mudar estrutura alguma, e, sim, apenas que os Estados cumpram o seu dever moral de também pagarem ao homem, tando policial civil quanto militar, um salário digno, dentro dos padrões da PF, PRF e PM/Polícia Civil do DF, E O EXEMPLO ESTÁ AÍ PARA TODO MUNDO VER, com a demonstração de eficiência com a qual tais ógãos vem atuando, pelo choque de motivação que receberam.
É assim que penso, precisamos concentrar a nossa força política nessa estratégia, para, depois, não ficarmos "choraminguando" mais miséria.

Um abraço a todos.

Cel Corrêa.

Anônimo disse...

É um tema polêmico, bem sei, sob aspectos técnicos, bem como por humanos viéses corporativistas. Não se trata de se criar uma polícia única e pesada. Toda estrutura, seja em que área de serviço público for,ou mesmo o setor privado, deve ser ágil, desburocratizada, bem aparelhada tecnologicamente e com mão de obra especializada e devidamente treinada e remunerada. A meu juízo, nada justifica (senão pela cultura que herdamos de tempos que lá se vão) a existência de DUAS POLÍCIAS QUE, PARA COMPLICAR ESTE DUALISMO DESNECESSÁRIO, VIVEM ÁS TURRAS, COM SUAS GUERRINHAS PARTICULARES, COMO SE CONSTATA TODOS OS DIAS NOS NOTICIÁRIOS, INCLUSIVE COM SUPERPOSIÇÕES DE FUNÇÕES E DESPERDÍCIO DE RECURSOS E FALTA DE ESTRATÉGIA UNIFICADA E AÇÕES HARMONIOSAS. Não escapa a qualquer cidadão com mediana alfabetização e conhecimento da realidade em que vivemos, que a exacerbação da militarização das polícias militares ocorreu como reflexo da ditadura militar, intensificando o conceito de serem forças auxiliares das forças armadas. Bem sei que há exemplos, no mundo, de polícias militarizadas e polícias não militares, assim como há exemplos, como nos Estados Unidos, em que as polícia fardada é civil e ligada aos condados ou municípios, portando, descentralizadas.Acho que, no Brasil, há uma total distorção das polícias que são usadas no combate ao narcotráfico (talvez por que sejam forças auxiares das forças armadas? mas talvez não, pois que é corrente que as forças armadas não devem enfretar bandidos!!!!, quando isto deveria ser função dederal. Aliás, não sei para que criaram uma tal de força nacional. O que esta força está fazendo, neste momento? Será que ela só aparece em dias de festas como olimpíadas, copas do mundo, etc. ??? E para que uma guarda municipal, uma polícia estadual, etc. etc. A impressão que se tem é de que, apesar da existência de várias polícias, a população não conta com nenhuma policia de fato!!Hare baba!!!!