segunda-feira, 8 de junho de 2009

2007 - UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA A POLÍCIA MILITAR - VERDADE OU MENTIRA?

O jornal RJ TV acabou de noticiar que os Policiais Militares do 15o BPM (Duque de Caxias), envolvidos na operação "Duas Caras", desenvolvida pela Polícia Civil (59a DP), foram absolvidos na primeira instância e que o Ministério Público irá recorrer.
Clique e leia a matéria no Globo Online.
A operação "Duas Caras" nos transporta a péssimas recordações, não apenas pela exposição pública e gratuita dos Policiais Militares investigados, mas sobretudo por trazer a lembrança uma possível "conspiração" contra a Polícia Militar, que teria sido desencadeada no ano de 2007.
O que passamos a narrar pode ser mentira, tanto quanto pode ser verdade, sendo que tal dúvida nunca será esclarecida.
O Coronel de Polícia Ubiratan, logo após assumir o Comando Geral, ao ser perguntado qual era a pretensão da Polícia Militar, no que diz ao reajuste salarial, respondeu de pronto que era a equiparação com a Polícia Civil.
Isso caiu como uma "bomba" na Polícia Civil, onde os Delegados estavam mobilizados para solicitar equiparação salarial deles com os Promotores de Justiça.
Foi uma ducha fria, como pretender um aumento, quando a outra Instituição Policial, sonhava ganhar tão mal quanto a Polícia Civil.
Isso é fato, não cabe discussão, esse mal estar existiu.
O que é passível de uma maior análise é a veracidade ou não do que narramos em seguida.
Conta a lenda, que após uma reunião dos Delegados da Polícia Civil, com o então Chefe da Polícia Civil, um pequeno grupo de Delegados teria feito uma reunião particular, para discutir o que fazer com a "bomba", resolvendo que iriam colocar "para fora" toda e qualquer investigação que envolvesse Policiais Militares, expondo a Polícia Militar a execração pública.
Particularmente, não creio que a existência dessa conspiração seja verdade, porém, tal versão circulou amplamente pelos quartéis.
E, para reforçá-la, começaram a eclodir na mídia várias matérias sobre Inquéritos Policiais envolvendo Policiais Militares:
1) Surgiu o caso do sumiço de um líder comunitário da Favela Kelsons, que denunciou Policiais Militares.
2) Policiais Militares foram acusados de participarem do atentado contra o Delegado de Polícia Civil Alexandre Neto, em Coapcabana, apesar da existência de ameaças gravadas contra ele feitas por Policiais Civis, relacionados com Álvaro Lins.
3) Um Coronel e dois Tenentes-Coronéis de Polícia foram acusados de acobertar milícias em Niterói, quando na realidade a investigação era relativa à segurança privada e envolveria um Capitão de Polícia.
4) E, a operação "Duas Caras", envolvendo dezenas de Policiais Militares.
Tal quadro fez com que resolvéssemos interferir no processo, mesmo não acreditando na existência de uma conspiração.
Agindo desse modo, preservamos o Comandante Geral de um desgaste com o Chefe da Polícia Civil.
Obviamente, os dissabores foram inúmeros e sofremos um grande desgaste, que só não foi maior em virtude do Ministério Público ter cumprido o seu papel de fiscal da lei.
Não vale a pena citar cada desgaste, sobretudo porque a conspiração pode não ter existido, não passando de uma obra de ficção. Porém, não podemos deixar de citar que percebemos, no calor da "batalha", que no caso de Niterói, no caso de Copacabana e no caso de Duque de Caxias, pelo menos, além da publicidade indevida dada aos Inquéritos Policiais pelos Delegados da Polícia Civil responsáveis, o açodamento foi evidente, uma pressa inexplicável de revelar os fatos.
Pelo que lemos no Globo Online, apesar de todo "espetáculo midiático" do Delegado da Polícia Civil, inclusive com a exposição de fotografias dos investigados na mídia, os Policiais Militares foram acusados unicamente de formação de quadrilha, e ainda assim, inexistindo prova que fundamentasse a acusação.
Salvo melhor juízo, tenho certeza que a pressa em expor os investigados, em nada colaborou para o sucesso da investigação.
Clique e leia sobre a operação "Duas Caras" ( 1 ), ( 2 ) e ( 3 ).
Clique e conheça as declarações do Delegado de Polícia Civil André Drumond.
Aconselho os Policiais Militares investigados a buscarem a reparação pecuniária em face da exposição pública de suas fotografias e de seus nomes.
O Coronel e os Tenentes-Coronéis de Polícia de Niterói, pelo que sei, farão o mesmo.
Verdade ou mentira, "conspiração" ou "acaso", nunca saberemos a resposta para tantas coincidências.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

Nenhum comentário: