Circula pela internet um texto contendo denúncias contra o Supremo Tribunal Federal, um texto forte que causa grande inquietação, tendo em vista que para todos nós, a corte maior do Poder Judiciário deveria ser a morada da dignidade.
Optei por não publicar o texto, por não conhecer o autor e por não saber se ele já foi publicado anteriormente, todavia, fiquei com a indignação.
Tal sentimento me fez voltar no tempo e lembrar da primeira vez que me senti indignado, enganado por alguém.
O meu pai, meu avô, eu e meu primo José Alberto, comparecemos ao Maracanã incontáveis vezes para assistirmos os jogos do Fluminense, embora José sempre fosse flamengo, o único rubro-negro.
Nós dois éramos crianças e era uma grande festa ir ao Maracanã, na certeza de um mate Leão ou uma limonada, acompanhado de um cachorro quente da Geneal, nos intervalos das partidas.
Naquela época, era comum levarmos rádios de pilha, para acompanharmos a narração dos lances, assim como, as opiniões dos comentaristas.
E foi nesse tempo que me senti enganado pela primeira vez na vida...
Acompanhando as transmissões com o passar do tempo puder perceber que alguns narradores transmitiam um jogo diferente daquele que eu estava assistindo.
Eles transformavam chutes sem qualquer perigo, em chutes rentes à trave.
Defesas simples em sensacionais.
Caminhadas sonolentas em arrancadas vigorosas.
Gols normais em verdadeiras apoteoses, obra da genialidade do jogador.
A minha primeira impressão foi que tais narradores, não eram todos, estavam tentando promover o espetáculo, nada mais natural, embora fosse quase tudo uma grande enganação.
Posteriormente, com o meu crescimento e com uma observação mais detalhada, pude constatar também que alguns jogadores eram glamurizados, mesmo jogando mal.
E aí veio a maldade:
- Tem algo errado.
Desse momento até o momento em que constatei que alguns integrantes da mídia radialista eram pranchados por esse ou aquele jogador, transcorreu pouco tempo.
Naquele tempo, tempos de um Fluminense forte e vencedor, eu não poderia imaginar que o meu país chegasse aonde chegou, com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário contaminados pelo crime, um crime que não usa diretamente fuzis, embora tire proveito da sua força, aqui e ali, como no caso das milícias no Rio de Janeiro.
Um crime que usa terno e gravata.
Um crime elegantemente vestido.
Um crime de jantares suntuosos regados ao melhor vinho.
Um crime do wisk envelhecido por décadas no final da tarde.
Um crime que possuiu tentáculos por todo lado.
Um crime que se alimenta dos excluídos.
Um crime que acabou com o Brasil.
E pensar que naquela época, discutíamos se o Marco Antônio tinha empurrado ou não o Ubirajara, na final do carioca de 1971.
Hoje, o governador do Rio de Janeiro cerca favelas e soma forças sabe-se lá com quem; o Supremo Tribunal Federal é sacudido por graves suspeitas; o Congresso é uma reunião de escândalos e o Presidente da República nunca sabe de nada, nem como seu filho pródigo enriqueceu da noite para o dia.
Eu quero meu Maracanã de volta.
Meu cachorro quente da Geneal.
Meu mate Leão.
Juro! Não vou levar o radinho.
E prometo achar o Obina um craque.
Optei por não publicar o texto, por não conhecer o autor e por não saber se ele já foi publicado anteriormente, todavia, fiquei com a indignação.
Tal sentimento me fez voltar no tempo e lembrar da primeira vez que me senti indignado, enganado por alguém.
O meu pai, meu avô, eu e meu primo José Alberto, comparecemos ao Maracanã incontáveis vezes para assistirmos os jogos do Fluminense, embora José sempre fosse flamengo, o único rubro-negro.
Nós dois éramos crianças e era uma grande festa ir ao Maracanã, na certeza de um mate Leão ou uma limonada, acompanhado de um cachorro quente da Geneal, nos intervalos das partidas.
Naquela época, era comum levarmos rádios de pilha, para acompanharmos a narração dos lances, assim como, as opiniões dos comentaristas.
E foi nesse tempo que me senti enganado pela primeira vez na vida...
Acompanhando as transmissões com o passar do tempo puder perceber que alguns narradores transmitiam um jogo diferente daquele que eu estava assistindo.
Eles transformavam chutes sem qualquer perigo, em chutes rentes à trave.
Defesas simples em sensacionais.
Caminhadas sonolentas em arrancadas vigorosas.
Gols normais em verdadeiras apoteoses, obra da genialidade do jogador.
A minha primeira impressão foi que tais narradores, não eram todos, estavam tentando promover o espetáculo, nada mais natural, embora fosse quase tudo uma grande enganação.
Posteriormente, com o meu crescimento e com uma observação mais detalhada, pude constatar também que alguns jogadores eram glamurizados, mesmo jogando mal.
E aí veio a maldade:
- Tem algo errado.
Desse momento até o momento em que constatei que alguns integrantes da mídia radialista eram pranchados por esse ou aquele jogador, transcorreu pouco tempo.
Naquele tempo, tempos de um Fluminense forte e vencedor, eu não poderia imaginar que o meu país chegasse aonde chegou, com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário contaminados pelo crime, um crime que não usa diretamente fuzis, embora tire proveito da sua força, aqui e ali, como no caso das milícias no Rio de Janeiro.
Um crime que usa terno e gravata.
Um crime elegantemente vestido.
Um crime de jantares suntuosos regados ao melhor vinho.
Um crime do wisk envelhecido por décadas no final da tarde.
Um crime que possuiu tentáculos por todo lado.
Um crime que se alimenta dos excluídos.
Um crime que acabou com o Brasil.
E pensar que naquela época, discutíamos se o Marco Antônio tinha empurrado ou não o Ubirajara, na final do carioca de 1971.
Hoje, o governador do Rio de Janeiro cerca favelas e soma forças sabe-se lá com quem; o Supremo Tribunal Federal é sacudido por graves suspeitas; o Congresso é uma reunião de escândalos e o Presidente da República nunca sabe de nada, nem como seu filho pródigo enriqueceu da noite para o dia.
Eu quero meu Maracanã de volta.
Meu cachorro quente da Geneal.
Meu mate Leão.
Juro! Não vou levar o radinho.
E prometo achar o Obina um craque.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
2 comentários:
Belo artigo, Paúl,
Melhor ainda é saber que você também é tricolor, pois isso amplia o leque de afinidades.
Só para registrar, nossas instituições apodreceram à medida em que foram aparelhadas e passaram a adotar conceitos políticos.
Basta dizer que os próprios ministros do supremo são indicações políticas. Todos.
Teoricamente, conceito de república determina que os poderes sejam independentes, mas na prática há uma promiscuidade fabulosa entre eles e isso os apodrece.
Na verdade este tema mereceria uma abordagem mais ampla, que eu não ousaria fazer aqui no espaço dos comentários até para não entulhar seu blog com divagações variadas.
Como você, eu prefiro o mate, o cachorro quente e o jogo do Flusão e acredito que um dia vamos poder fazer isso novamente. Sem medo de balas, bandidos, Deputados, Governantes ou Ministros nos aporrinhando. Se não nós, pelo menos nossos filhos e, possivelmente, netos.
Um abraço
Vicente Portella
poderiam colocar o link desse texto que está circulando por favor??
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