A Polícia Militar do Rio de Janeiro completa nesta quarta-feira, dia 13 de maio, os seus 200 anos oficiais, tornando-se, finalmente, a Briosa Bicentenária. Haverá festas por todos os lados da cidade, é claro, festejando principalmente o oficialato e dentre estes aqueles de mais alto comando. Em meio a toda a festa, certamente haverá aqueles que buscarão uma reflexão. Em primeiro lugar, reconheçamos: o que completa 200 anos não é a PMERJ, e sim o sonho do Intendente Vidigal ao criar uma guarda que teria inclusive as funções de uma prefeitura pela cidade. Sonho este que foi – ao contrário do que pensam muitos – reforçado pela militarização, e não enfraquecido. O que falta é, à PM, a militarização digna do Exército Brasileiro, seu ethos, seu espírito de corpo e acima de tudo seu espírito de missão e posicionamento.
Anos e anos de rupturas (polícia da Guanabara, treme-terras, polícia do DF), crises, sucateamento vil por parte de governos estaduais, transformaram a PM em uma corporação sem força para resistir às tentações perigosas e, pior do que tudo, sem vontade de ter seu próprio pensar político. Os governos enfraqueceram a PM, tirando-lhes dinheiro, salário, condições, estrutura, deixando aos briosos azuis apenas alguns simbolismos onde uns poucos Heróis se apoiam a fim de seguirem na missão.
A missão mesmo, nunca foi fácil. Mas agora há outras ainda mais árduas. Cabe ao Herói sobreviver com R$ 900 e fechar os olhos para a facilidade do dinheiro do jogo do bicho. Cabe ao Herói, sim, trabalhar incessantemente em escalas loucas, dobrar dias e noites em segurança privada para ter seu sustento. Cabe ao Herói resistir a ter uma máquina caça-níquel no boteco, cabe ao Herói não posicionar patrulhinha na porta do comércio para receber recompensa, cabe ao Herói não se vender para os hotéis, pousadas e prostíbulos, cabe ao Herói não receber nada da clínica de aborto, cabe ao Herói não receber dinheiro dos traficantes, e, mais difícil das missões, cabe ao Herói não chorar e continuar combatendo, preservando uma sociedade que jamais dele se aproxima.
Às vezes o Herói sucumbe. Por não ter forças para ver sua família passando necessidades, por não aguentar dizer não a um sistema opressor, por se sentir usado pelos superiores. Mas não há de ser nada.
O que todo herói mais sabe na vida é renascer.
Que a PM renasça, porque este país precisa sim, destes Heróis.
Às vezes o Herói sucumbe. Por não ter forças para ver sua família passando necessidades, por não aguentar dizer não a um sistema opressor, por se sentir usado pelos superiores. Mas não há de ser nada.
O que todo herói mais sabe na vida é renascer.
Que a PM renasça, porque este país precisa sim, destes Heróis.
GUSTAVO DE ALMEIDA
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
Nenhum comentário:
Postar um comentário