Prezados leitores, acabo de ler um texto de autoria de um Coronel do Corpo de Bombeiros, versando sobre a atual mobilização dos Praças do CBMERJ. O texto enaltece o valor dos Bombeiros Militares, cita um momento em que o Oficial participou de uma luta salarial e fornece uma versão na direção de que o movimento é político. Pretendo postar o texto, assim como, uma resposta do Coronel BM Dias, mas antes estou tentando apurar se o texto foi divulgado pela internet ou apenas para alguns destinatários.
Respeitosamente, o bravo Tenente BM do passado, não é o Coronel BM do presente.
O texto contém um erro de projeto, quando critica o "Fora Cabral!", uma luta democrática muito anterior à mobilização dos Bombeiros, uma luta pelo povo fluminense, iniciada em 2008.
Nada mais democrático do que o "Movimento Fora Cabral!", uma mobilização popular capitaneada por servidores públicos e que visa atenuar um grande equívoco da nossa iniciante democracia, a falta de um instrumento semelhante ao recall político, que permite a avaliação de um governante no meio do seu mandato, viabilizando a sua retirada pela vontade do povo.
Não democrática foi a reeleição de Cabral, que evitou (publicamente) que outros candidatos concorressem e aplicou milhões e milhões de reais na campanha, enquanto seu maior adversário, nem campanha tinha fora do município do Rio de Janeiro e seus correligionários faziam material para propaganda nas ruas, usando meios de fortuna. Sérgio Cabral (PMDB) se deu ao luxo de pagar mais as moças que seguravam e distribuíam as suas bandeirinhas do que paga aos Soldados da PMERJ e do CBMERJ. Dinheiro não faltou, a cada ato milhares de reais espalhados pelo chão na forma de material de propaganda, simplesmente abandonado. Basta ver um dos nossos vídeos para constatar.
Democracia exige igualdade de condições, caso contrário, vence o mais rico, pois alcança visibilidade muito maior do que os outros. Lembro que quem não é visto, não é votado.
Isso não é democracia, sobretudo, quando a conta dos valores investidos por empresários nas campanhas, acaba tendo que "retornar" no curso dos mandatos dos candidatos vitoriosos.
O "Fora Cabral" é a democracia na sua essência, a vontade do povo, que não quer mais que Sérgio Cabral (PMDB) continue governando. Quem duvida dessa minha afirmativa que faça a sua própria pesquisa entre os cidadãos fluminenses, quando constatará que ninguém aprova o atual governo estadual, aliás, nem a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Eu faço as minhas pesquisas rotineiramente, tanto no blog, quanto nas ruas.
Prezados leitores, obviamente todo movimento contra um bloco governante, atrai para a luta os opositores políticos desse grupo, nada mais natural. Todavia, isso não significa que esses políticos estejam manobrando a mobilização, acreditar nisso é duvidar da capacidade intelectual dos Bombeiros Militares.
Na verdade, políticos estão pegando uma carona na mobilização dos Bombeiros, mas o motorista é a tropa do CBMERJ.
Por derradeiro, não me venham com a colocação de que o caminho democrático para retirar Cabral seja o impeachment, algo impossível diante de uma ALERJ que é a casa do governador, não a casa do povo. Pior, não me venham pregar que o caminho democrático para afastar o grupo de Sérgio Cabral (PMDB) sejam as urnas em 2014, pois nada pode nos obrigar a continuar sofrendo com esse péssimo governo por mais três anos e meio. Nenhuma das opções é democrática, muito pelo contrário.
O "Fora Cabral!" segue uma lógica irrefutável, ou seja, se eu posso colocar, tenho que ter o direito de poder tirar a partir da constatação que o eleito não governa como prometeu.
O nosso voto não pode servir como uma condenação, uma pena por quatro anos.
O governo é lastimável, os serviços públicos são péssimos ou inexistentes.
O povo sofre não tendo educação, saúde e segurança públicas de boa qualidade.
Cidadãos morrem diariamente em virtude desse governo inócuo.
O "Fora Cabral!" é uma necessidade, deve ser exercido pelo povo, ordeira e pacificamente, nas ruas do Rio de Janeiro.
Ninguém prega a tomada do poder pela força, a invasão do Palácio Guanabara, a subversão da ordem, somos ordeiros e pacíficos. Os que gritam "Fora Cabral!" o fazem no exercício pleno de suas cidadanias e querem o afastamento de uma pessoa que não cumpriu as suas promessas de campanha e que faz uma gestão desastrosa, recheada de escândalos.
Eu grito "Fora Cabral!" desde 2008, grito a plenos pulmões, faço isso por ser o meu dever cívico e democrático, não posso me omitir.
Quem quiser que se omita, assista a destruição dos serviços públicos, a destruição acelerada do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, onde Tenentes ganham mais que Coronéis.
Amanhã, na Marcha contra a Corrupção (Praia de Copacabana - Posto 4 - 13:00 horas), estarei gritando "Fora Cabral!" e exibindo minhas faixas, esse é o meu dever, não tenho o direito de trair o povo fluminense, povo que jurei defender mesmo com o risco da minha própria vida.
"FORA CABRAL!"
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
3 comentários:
Nunca vi o cel dias fazer nada pela corporação
O sr. está certo, o cel bm dias está errado. Exigir a remoção de um político corrupto é pura democracia, ao contrário de golpismo que parte de uma súcia que visa tomar o poder. O povo ao exigir "FORA CABRAL esta exercendo a sua plena cidadania, contra um politico corruptor e corrupto.
Na democracia plena o poder é do povo e se esse assim acreditar que o governo não é mais representativo da maioria, este deveria sim deixar o cargo.Pena que é só uma utopia.
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