O ESTADO DE SÃO PAULO.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Cabral aumenta gasto com publicidade
Levantamento mostra que foram gastos 35% a mais em comparação à gestão anterior.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Cabral aumenta gasto com publicidade
Levantamento mostra que foram gastos 35% a mais em comparação à gestão anterior.
01 de agosto de 2011
Wilson Tosta / RIO.
Em seu primeiro mandato, de 2007 a 2010, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) gastou em publicidade 35% a mais que sua antecessora, Rosinha Garotinho (expulsa do mesmo partido), em valores reais, descontada a inflação pelo IGP-DI. Levantamento a partir de números do governo no Sistema Integrado de Administração Financeira de Estados e Municípios (Siafem) mostra que, sem a correção inflacionária, os dispêndios nominais com propaganda da Subsecretaria de Comunicação e Divulgação subiram 62,98% de uma gestão para a outra.
O governo admite aumento de 43%, mas se baseia em gastos empenhados, não nos efetivados, usados pelo Estado nos cálculos. Na campanha de 2006, Cabral prometeu moderação nos gastos com propaganda e anunciou que não usaria verbas para exaltar seu governo. "O dinheiro público gasto em comunicação deve ser voltado para campanhas educativas. No nosso governo, todos os recursos de publicidade serão usados em campanhas em relação às drogas, ao trânsito", afirmou, o então candidato, em setembro de 2006.
No seu primeiro mandato, porém, a despesa média anual ficou em pouco mais de R$ 99 milhões (nominais), com ênfase em programas governamentais, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).
"Todos os políticos têm sempre em mente a comunicação. Sempre querem divulgar ações de governo, para aumentar a avaliação positiva. No fundo, é autoelogio", analisa o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj) e presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS).
O pesquisador diz desconhecer se há estudos científicos confirmando a correlação entre gastos de publicidade e popularidade. Cabral foi reeleito em 2010, com 66% dos votos válidos, ainda no primeiro turno.
O levantamento do Estado focou a execução do Programa de Trabalho do Orçamento final 2355 (Serviços de Comunicação e Divulgação), sob controle da Subsecretaria de Comunicação Social, subordinada à Casa Civil, e que concentra a maior parte das despesas do governo com publicidade. Há, porém, outros gastos da administração no setor, feitos por entidades da máquina pública, como empresas estatais, que operam verbas que não passam por esse programa.
Particularidades. Uma comparação dos gastos dos dois governos mostra comportamentos de certa forma semelhantes, mas com algumas peculiaridades. Em números corrigidos, na gestão de Rosinha as despesas pagas aumentaram em todos os anos: de R$ 5,8 milhões em 2003 para R$ 135,5 milhões em 2006.
Já no governo Cabral, os dispêndios, embora mantidos acima de R$ 80 milhões, inicialmente recuaram para R$ 93,6 milhões em 2007 e R$ 84,4 milhões em 2008, mas retomaram a ascensão em 2009, com R$ 94,9 milhões e foram a R$ 163,4 milhões em 2010. Para garantir uma comparação mais aproximada dos valores, foi feita uma correção para reais de dezembro de 2010 (vejam os gráficos).
JUNTOS SOMOS FORTES!Wilson Tosta / RIO.
Em seu primeiro mandato, de 2007 a 2010, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) gastou em publicidade 35% a mais que sua antecessora, Rosinha Garotinho (expulsa do mesmo partido), em valores reais, descontada a inflação pelo IGP-DI. Levantamento a partir de números do governo no Sistema Integrado de Administração Financeira de Estados e Municípios (Siafem) mostra que, sem a correção inflacionária, os dispêndios nominais com propaganda da Subsecretaria de Comunicação e Divulgação subiram 62,98% de uma gestão para a outra.
O governo admite aumento de 43%, mas se baseia em gastos empenhados, não nos efetivados, usados pelo Estado nos cálculos. Na campanha de 2006, Cabral prometeu moderação nos gastos com propaganda e anunciou que não usaria verbas para exaltar seu governo. "O dinheiro público gasto em comunicação deve ser voltado para campanhas educativas. No nosso governo, todos os recursos de publicidade serão usados em campanhas em relação às drogas, ao trânsito", afirmou, o então candidato, em setembro de 2006.
No seu primeiro mandato, porém, a despesa média anual ficou em pouco mais de R$ 99 milhões (nominais), com ênfase em programas governamentais, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).
"Todos os políticos têm sempre em mente a comunicação. Sempre querem divulgar ações de governo, para aumentar a avaliação positiva. No fundo, é autoelogio", analisa o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj) e presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS).
O pesquisador diz desconhecer se há estudos científicos confirmando a correlação entre gastos de publicidade e popularidade. Cabral foi reeleito em 2010, com 66% dos votos válidos, ainda no primeiro turno.
O levantamento do Estado focou a execução do Programa de Trabalho do Orçamento final 2355 (Serviços de Comunicação e Divulgação), sob controle da Subsecretaria de Comunicação Social, subordinada à Casa Civil, e que concentra a maior parte das despesas do governo com publicidade. Há, porém, outros gastos da administração no setor, feitos por entidades da máquina pública, como empresas estatais, que operam verbas que não passam por esse programa.
Particularidades. Uma comparação dos gastos dos dois governos mostra comportamentos de certa forma semelhantes, mas com algumas peculiaridades. Em números corrigidos, na gestão de Rosinha as despesas pagas aumentaram em todos os anos: de R$ 5,8 milhões em 2003 para R$ 135,5 milhões em 2006.
Já no governo Cabral, os dispêndios, embora mantidos acima de R$ 80 milhões, inicialmente recuaram para R$ 93,6 milhões em 2007 e R$ 84,4 milhões em 2008, mas retomaram a ascensão em 2009, com R$ 94,9 milhões e foram a R$ 163,4 milhões em 2010. Para garantir uma comparação mais aproximada dos valores, foi feita uma correção para reais de dezembro de 2010 (vejam os gráficos).
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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