domingo, 28 de agosto de 2011

BLOG SEGURANÇA PÚBLICA: UM CONTO DE FARDAS.

UMA CIDADE OLÍMPICA: A ENXADA, A ORDEM UNIDA, O MARACANÃ E A JUÍZA ACCIOLI; O ÔNIBUS ALVEJADO E A CORRUPÇÃO. A POLÍCIA (AINDA MILITAR) DO FALIDO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. E NÃO HAVERÁ VOLTA.
Quem é sabe: os termos acima possuem íntima e perigosa ligação: falta de recursos de um lado, resultados trágicos do outro. Mas somente com o assassinato da juíza é que as coisas começaram a tomar forma (somente quando os “do alto” forem ameaçados e atacados seremos respeitados).
As grades do condomínio não trazem mais proteção, como diz a letra da música. Aliás, nunca trouxeram. Somente os separaram da realidade vividas por nós, pobres mortais. Deste lado, do lado real, o nosso real, vive-se o dia-a-dia, pós-dia, à noite, na guerra, da ida ao trabalho e a volta para casa, “3 pra ir 5 pra voltar”. Quem vive o real sabe.
A enxada caleja as mãos. A pele torna-se grossa. Áspera. E nos ensina, num aperto mútuo, separando o “real nosso do real deles”. Andamos juntos no treinamento, mas somos separados na batalha. Cada um por si. Eu estou bem. Está bom. “Tá ruim, mas tá bom”, ensinam alguns aos desavisados. Ordeiramente unidos no campo de ensino; desordenadamente separados no campo de batalha.
Depois de “formados” no tiro-porrada-e-bomba, os civis fardados, ordeiramente bem treinados e instruídos no campo de ensino, vão à guerra, como todo bom militar – vive-se uma guerra – a polícia é militar – combater o cidadão criminoso, rebelde. 5 horas pra voltar? Não. Não há volta. O tiro-porrada-e-bomba aprendido no campo de ensino interrompe a volta do rebelde trabalhador desgraçado. Sim. Não há mais volta. As horas de serviço externo em dias de jogos de futebol no Maracanã e no Engenhão me ensinaram a não ter volta. Só chegada. Já diz a nossa escala de serviço, em letras garrafais: “De 08:00 ao término”. Não. Não há término. Não há volta.
Não houve volta para “aquela” juíza, a Accioli. (Sou brasileiro e já me falha a memória...). Seu martelo pesado contra o sistema corrupto deu cabo à sua vida. Uma andorinha, como nome pomposo de “Estado-juiz”, voou sozinha ao destino previamente estabelecido no campo de ensino. Os assassinos bem treinados e ordeiramente unidos num sistema altamente qualificado de seleção lhe tiraram a volta.
Mais policiamento, diz o cidadão. Mais policiamento, determina o CMT Geral. Usam-se todos. Até nós, do escritório, do burocrático. Do “serviço interno”. É normal. São sete anos sem uma reciclagem sequer. Anos sem treinamento adequado. Anos e anos longe da atividade-fim. Mas vamos às ruas “proteger o cidadão”. Não haverá volta.
A cidade é olímpica. É o Rio de Janeiro. O “legado” servirá para amenizar as mortes dos cidadão inocentes. Nos lembraremos. Da juíza, de... do... bem, nos lembraremos.
Mais homens, diz Cabral. Mais homens então são “recrutados”. UPP. Círculo de segurança. Olimpíadas. Copa.
Mais mortes (de inocentes), vê a população. Mais homens então são excluídos. UP/PMERJ. Sem segurança. Sem saúde. Sem educação.
Domingo tem FLAxVAS, no Engenhão...
...E não haverá volta.
Postado por Oliveira SD PM às Sábado, Agosto 27, 2011
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

Não se faz segurança pública sem dinheiro, sem investimento.

A aprovação da PEC 300 resgataria a dignidade e o moral dos policiais que diuturnamente arriscam a vida em defesa da sociedade e da justiça. Valores perdidos diante das atuais políticas de descaso e fomento às desordens e insegurança.

A PAZ SOCIAL É NOSSO OBJETIVO. A POLÍCIA MILITAR (Polícia ostensiva e de contenção) é salvaguarda da cidadania e auxiliar da justiça.

A impunidade do financiador do tráfico começa a revelar os efeitos desta alteração estúpida que recaem sobre a paz social, sobre as vítimas da bandidagem e sobre policiais que arriscam a vida e enxergam seus esforços no combate ao crime irem por água abaixo pelas benevolências de parlamentares e pela tolerância da Justiça.