A MORTE ANUNCIADA DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

A história mostra que o povo conquistador sempre tentou eliminar a cultura do conquistado, destruindo bibliotecas, museus, artes, tradições, religiões, etc. Sem a sua cultura, a identidade do povo desaparece, os principais valores se perdem e as chances de recuperação do conquistado passam a ser mínimas.
Povos desapareceram diante dessa estratégia eliminadora e culturas ficaram esquecidas na poeira do tempo.
Raciocínio semelhante está sendo usado no Rio de Janeiro para matar a Polícia Militar, considerando que claramente estão destruindo nossa identidade, nossas tradições e nossos valores.
A estratégia mortal não começou no governo Sérgio Cabral (PMDB), justiça seja feita, mas ganhou uma força gigantesca a partir do início desse péssimo governo.
Eu poderia citar vários fatos que comprovam esse interesse aniquilador, os péssimos salários, por exemplo, mas citarei apenas o pior deles, o que está voltado para destruir o nosso patrimônio: o Policial Militar.
Cidadão fluminense, o que está ocorrendo no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças- 31 de Voluntários é um crime contra a Polícia Militar, pior, um crime contra toda a população fluminense.
Antes de prosseguir, convido a imprensa brasileira a procurar os alunos do Curso de Formação de Soldados para conhecerem as mazelas que eles e elas vivenciam no processo ensino-aprendizagem. Tenho convicção que bons repórteres investigativos conseguirão facilmente abordar os jovens recrutas na saída do quartel e ouvir (off) deles o caos.
Não vou aqui elencar todos os problemas, o artigo ficaria tão grande que desanconselharia a leitura, citarei apenas os mais evidentes.
O governo Sérgio Cabral (PMDB), em razão das suas ambições políticas, abriu as portas da PMERJ, facilitando sobremaneira a prova escrita. Isso gerou um indíce de aprovação superior a 50% dos inscritos, o que acabou lotando o CFAP, que hoje abriga cerca de 2.500 recrutas em curso.
Obviamente, o quartel não tinha como atender esse efetivo, o que determinou a montagem de uma companhia "tipo UPA", a 4a Cia, assim como, a construção da 5a Cia, essa de alvenaria. A 4a Cia funciona, mas a 5a Cia não pode ser inaugurada em face de problemas estruturais na obra, estando sem uso.
Tal realidade encheu salas de aula e alojamentos, além disso, tornou o almoço e o jantar verdadeiras torturas. O número de alunos supera em muito a capacidade de atendimento do rancho, o que faz com que recrutas cheguem a ficar mais de uma hora em pé, esperando a oportunidade de entrarem para as refeições.
Não raras vezes alunos passaram mal, vez por outra, dezenas deles, segundo eu soube.
Não preciso esclarecer os prejuízos para o processo ensino-aprendizagem causados pelos problemas vivenciados na batalha para almoçar, por exemplo.
Cidadão, o governo tem o dever de fornecer o fardamento dos Recrutas, dos Soldados e dos Cabos da Polícia Militar. Entretanto, apesar de tal obrigação legal, após sete meses de curso, o governo Sérgio Cabral (PMDB) ainda não forneceu as peças de fardamento dos recrutas.
Os recrutas do CFAP não receberam as suas fardas, nenhuma das turmas que estão em formação. As poucas peças que possuem foram compradas com os seus salários miseráveis que recebem do governo estadual.
Isso demonstra o total desrespeito do governo com esses jovens Policiais Militares.
A situação é tão grave que uma turma iria se formar na sexta-feira passada, mas a formatura deve que ser adiada, em face deles não terem recebido nem o uniforme para a solenidade. Ela foi transferida para a próxima sexta, dia 26 AGO 2011, mas pode ser adiada novamente, em face dos uniformes ainda não terem chegado.
Cidadão, o que pode determinar que em sete meses de curso os uniformes não tenham sido entregues aos recrutas.
Eu aposto na incompetência, uma das marcas registradas do governo Cabral.
Será que Cabral não tem nenhum amigo empresário do ramo das confecções para ganhar essa licitação e fazer a entrega dos uniformes no início do curso?
Infelizmente os problemas não param na superlotação, na agonia para almoçar ou jantar e na falta de uniformes, existem outros problemas, o pior deles é a falta de munição para as instruções de tiro.
Você consegue imaginar um policial que não tenha treinado exaustivamente o uso dos armamentos que irá utilizar?
Não?
Pois pode começar a imaginar, falta munição no CFAP, os recrutas ficam sem aula ou são utilizados nas operações de limpeza.
Prezado cidadão, o governo Sérgio Cabral (PMDB) está brincando de formar Policiais Militares e quem vai pagar a conta dos homens e mulheres despreparados é você e sua família.
O CFAP virou uma fábrica de salsichas.
Aceita tudo na entrada, tritura, coloca dentro de uma pele e joga para fora.
Jovens Soldados da Polícia Militar, que terão que durar por trinta anos e que após deixarem o CFAP, tão cedo não voltarão para uma sala de aula, pois a PMERJ não adota a formação continuada.
Todos os problemas na formação eles levarão para as ruas e ficarão evidentes quanto tiverem que atuar, por exemplo, efetuando disparos de arma de fogo.
Cidadão, será que esses jovens PMs amam a Polícia Militar sendo tratados com tanto descaso?
Penso que não.
E, tal qual um conquistador, Sérgio Cabral (PMDB) vai destruindo a Polícia Militar com a cumplicidade da inércia dos nossos coronéis.
O espaço está aberto para quem quiser exercer o contraditório, defendendo a atual formação de Soldados da PMERJ.

JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO