domingo, 19 de dezembro de 2010

GUERRA DO RIO: CONCLUSÕES (PARCIAIS).

Ao longo da denominada Guerra do Rio publicamos no nosso espaço democrático inúmeros comentários e opiniões de diversos autores sobre os fatos que culminaram com a invasão e a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, apontada como a vitória do Rio de Janeiro sobre o tráfico de drogas pelo governo e por parte da imprensa nacional.
Publicamos as mais diversas opiniões, algumas contrárias entre si, no intuito de permitir que os leitores pudessem construir a própria opinião.
Emitimos também as nossas opiniões, mas sempre com o cuidado de alertar que era imprescindível deixar o tempo passar para que todas as ações governamentais e as suas consequências pudessem ser solidificadas.
O tempo das conclusões finais ainda não chegou, mas penso que posso emitir a minha principal conclusão:
- A invasão e a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão Rio foram vitoriosas em termos sociais e militares, porém um fracasso em termos policiais.
Ninguém pode negar que em termos de retomada dos territórios, as invasões foram exitosas, pois a resistência foi quase nenhuma e as tropas retomaram o terreno com extrema facilidade.
Os estrategistas militares que planejaram as operações merecem os nossos aplausos, considerando que o único objetivo militar era a reconquista.
Parabéns!
Aliado à ocupação o ganho social foi imediato com a libertação da população do domínio dos traficantes de drogas e com a possibilidade do governo implantar programas sociais, como está ocorrendo.
Infelizmente, em termos policiais até o momento as vitórias foram minúsculas, apesar do gigantismo da apreensão de maconha, quantidade que acabou contrastando com a pequena apreensão de cocaína.
Penso que o silêncio da secretaria de segurança comprometa uma melhor avaliação, sobretudo no tocante aos esclarecimentos sobre o número dos efetivamente presos (mandados de prisão e presos em flagrante delito); sobre o número e o tipo das armas servíveis (em condições de uso) que foram apreendidos; sobre o número (estimativa oficial) do número de traficantes que fugiram e sobre o número dos comprovadamente envolvidos com o tráfico de drogas que morreram em combate.
Neste aspecto, recentemente, recebi algumas fotos de mortos por PAF que seriam de participantes dos confrontos no Alemão e na Vila Cruzeiro. Estou tentando comprovar a veracidade dessa informação, junto com amigos, o que permitirá uma análise sobre como teriam ocorrido tais mortes.
Em termos policiais, uma gigantesca derrota que já foi comprovada foi o desrespeito aos mandamentos constitucionais. As gravíssimas violações dos direitos constitucionais da população que vive nas comunidades carentes invadidas, fatos noticiados timidamente pela mídia fluminense.
O Estado (governo) não pode agir como bandido, ele deve respeitar os regramentos legais.
Policiais não podem agir como mercenários sem lei que buscam o espólio dos vencidos alucinadamente, arrombando, saqueando casas e estabelecimentos comerciais, uma verdade que pode ser representada na sua exata dimensão pelo apelido dado pela própria tropa às comunidades invadidas: Serra Pelada.
Não encerro neste texto as minhas conclusões sobre a Guerra do Rio, o tempo precisa avançar um pouco mais para as avaliações finais, a secretaria de segurança ainda tem muito a esclarecer, mas não tenho nenhuma dúvida:
- A invasão e a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão Rio foram vitoriosas em termos sociais e militares, porém um fracasso em termos policiais.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

regina loureiro disse...

se não fosse a pmerj, o tráfico ainda estaria lá.Eu apoio a PMERJ

regina loureiro disse...

EU APOIO A PMERJ