GUARDA-VIDAS
UMA DÁDIVA DIVINA
Afirmo categoricamente que privilégios destroem direitos. Vivemos numa sociedade que todos, salvo algumas raríssimas excessões, buscam privilégios. E estes privilégios podem estar sob diferentes formas.
Mas é nesse ambiente de incessante busca que, por vezes, paramos e pensamos o que estamos fazendo de nossas vidas; a necessária reflexão, que todos temos ou deveríamos ter, nos leva a conclusões diferentes, nos fazem trilhar caminhos diversos e optar de forma diversa e essa diversidade é que, talvez nos faça sermos tão diferentes apesar de tão semelhantes, contudo quero focar no próprio exercício da reflexão, no momento introspectivo em que você se pergunta se o que você tem feito é bom? É mal? Se suas ações gerarão consequências boas? Se suas escolhas, que refletem seu caráter, estão "certas"? O que é certo? O que é errado?
Talvez não haja tantas dúvidas em suas reflexões, talvez você saiba exatamente o que você faz, o sentido disso e o valor que isso tem, mas confesse a você mesmo, é exatamente isso que você sonhou? Isso é o que te deixa em paz, acalma seu ímpeto?
O mundo não é perfeito e precisamos viver, sobreviver, temos objetivos, metas, desejos, anseios que sempre queremos que sejam atingidos, se possível pra agora, mas nessas datas especiais, acredito que as pessoas desaceleram um pouco e põem na balança suas realizações e suas aspirações, fazendo um saldo naquilo que viveram durante um período de tempo considerado.
A data de hoje me trouxe o ímpeto de descrever o privilégio que é ser Guarda-Vidas nas belas praias do Rio de Janeiro. Estou certo que nesse momento você leitor irá, talvez pela primeira vez desde que começou a ler este texto, concordar em gênero, número e grau com minha afirmação: sou Guarda-Vidas, sou um privilegiado.
Trabalho, se é que posso assim dizer, no lugar onde as pessoas se divertem, onde a sociedade carioca exerce sua moda, exibe seus belos corpos sarados, onde "aquece" sua economia no turismo e na ampla gama de atividades do terceiro setor.
É, você tem toda razão de concordar que o meu saldo é muito positivo, já que eu vivo de sunga e camiseta, sempre praticando esportes, vendo a beleza pouco coberta e ainda recebo pra isso. Talvez você desconheça que hoje, dia 28 de Dezembro, é o dia do Guarda-Vidas, uma data em que comemoramos os anos de existência dessa profissão privilegiada. Você não sabia?
Pois não se espante em não saber isso, não se espante em não saber quão árduo é o treinamento para os que aspiram ser Guarda-Vidas, reconhecidamente os piores treinamentos seletivos do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro. Você também não sabe que trabalho 365 dias no ano, faça aquele lindo sol de fim de semana ou aquela densa chuva que te faz pensar: "Meu Deus, será que chego em casa hoje?".
Você não sabe, mas faça chuva, faça sol, estamos lá prontos à atender um chamado da população. O dia 28 de Dezembro é só mais um dia, mas para nós é o momento em que refletimos. Momento de por na balança a indescritível dor de perder um afogado, momento de pesar as inquietantes horas em que trabalhamos sobre uma vítima de afogamento para que ela ressuscite pelo ar que aspiramos em seus pulmões ou pela compressão de seu peito por nossas mãos, fazendo-a renascer; é data pra entender que nosso privilégio está naquilo que somos: a diferença entre a vida e a morte.
Não, nunca vamos esmorecer, pois aprendemos cedo a respeitar e a entender as forças da natureza, que insistem em nos fustigar e exaurir nossa vitalidade e saúde. Não há política discriminatória que conseguirá apagar o brilho de nossa escolha, pois nossa recompensa não é material, talvez você não saiba também. Se dedico minhas energias, minha força em outras atividades para que possa viver com alguma dignidade, já que meu reconhecimento financeiro não me permite isso; tenha certeza meu caro leitor, que se fosse diferente, se a recompensa financeira pelo meu trabalho fosse digna, não exitaria um segundo em ser integralmente um guarda-vidas; pois já o sou.
Minha alma é GV e pra sempre será. Posso, então, me declarar privilegiado pela dádiva que nosso Grande Arquiteto me deu, ser um GV é uma dádiva, uma benção e, ao olhar pro meu lado vejo os verdadeiros heróis do meu tempo, que não são de discursos, faixas, inaugurações, festas, shows. São homens de bem que fazem a diferença, que salvam o seu filho, seu irmão, um seu parente, conhecido, amigo, permitindo que a vida lhes seja continuada, algo que somente Deus e os que Nele acreditam sabem quantificar o valor.
Obrigado por conhecer um pouco mais sobre mim.
Alessandro Gustavo Bernardino Silva
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
UMA DÁDIVA DIVINA
Afirmo categoricamente que privilégios destroem direitos. Vivemos numa sociedade que todos, salvo algumas raríssimas excessões, buscam privilégios. E estes privilégios podem estar sob diferentes formas.
Mas é nesse ambiente de incessante busca que, por vezes, paramos e pensamos o que estamos fazendo de nossas vidas; a necessária reflexão, que todos temos ou deveríamos ter, nos leva a conclusões diferentes, nos fazem trilhar caminhos diversos e optar de forma diversa e essa diversidade é que, talvez nos faça sermos tão diferentes apesar de tão semelhantes, contudo quero focar no próprio exercício da reflexão, no momento introspectivo em que você se pergunta se o que você tem feito é bom? É mal? Se suas ações gerarão consequências boas? Se suas escolhas, que refletem seu caráter, estão "certas"? O que é certo? O que é errado?
Talvez não haja tantas dúvidas em suas reflexões, talvez você saiba exatamente o que você faz, o sentido disso e o valor que isso tem, mas confesse a você mesmo, é exatamente isso que você sonhou? Isso é o que te deixa em paz, acalma seu ímpeto?
O mundo não é perfeito e precisamos viver, sobreviver, temos objetivos, metas, desejos, anseios que sempre queremos que sejam atingidos, se possível pra agora, mas nessas datas especiais, acredito que as pessoas desaceleram um pouco e põem na balança suas realizações e suas aspirações, fazendo um saldo naquilo que viveram durante um período de tempo considerado.
A data de hoje me trouxe o ímpeto de descrever o privilégio que é ser Guarda-Vidas nas belas praias do Rio de Janeiro. Estou certo que nesse momento você leitor irá, talvez pela primeira vez desde que começou a ler este texto, concordar em gênero, número e grau com minha afirmação: sou Guarda-Vidas, sou um privilegiado.
Trabalho, se é que posso assim dizer, no lugar onde as pessoas se divertem, onde a sociedade carioca exerce sua moda, exibe seus belos corpos sarados, onde "aquece" sua economia no turismo e na ampla gama de atividades do terceiro setor.
É, você tem toda razão de concordar que o meu saldo é muito positivo, já que eu vivo de sunga e camiseta, sempre praticando esportes, vendo a beleza pouco coberta e ainda recebo pra isso. Talvez você desconheça que hoje, dia 28 de Dezembro, é o dia do Guarda-Vidas, uma data em que comemoramos os anos de existência dessa profissão privilegiada. Você não sabia?
Pois não se espante em não saber isso, não se espante em não saber quão árduo é o treinamento para os que aspiram ser Guarda-Vidas, reconhecidamente os piores treinamentos seletivos do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro. Você também não sabe que trabalho 365 dias no ano, faça aquele lindo sol de fim de semana ou aquela densa chuva que te faz pensar: "Meu Deus, será que chego em casa hoje?".
Você não sabe, mas faça chuva, faça sol, estamos lá prontos à atender um chamado da população. O dia 28 de Dezembro é só mais um dia, mas para nós é o momento em que refletimos. Momento de por na balança a indescritível dor de perder um afogado, momento de pesar as inquietantes horas em que trabalhamos sobre uma vítima de afogamento para que ela ressuscite pelo ar que aspiramos em seus pulmões ou pela compressão de seu peito por nossas mãos, fazendo-a renascer; é data pra entender que nosso privilégio está naquilo que somos: a diferença entre a vida e a morte.
Não, nunca vamos esmorecer, pois aprendemos cedo a respeitar e a entender as forças da natureza, que insistem em nos fustigar e exaurir nossa vitalidade e saúde. Não há política discriminatória que conseguirá apagar o brilho de nossa escolha, pois nossa recompensa não é material, talvez você não saiba também. Se dedico minhas energias, minha força em outras atividades para que possa viver com alguma dignidade, já que meu reconhecimento financeiro não me permite isso; tenha certeza meu caro leitor, que se fosse diferente, se a recompensa financeira pelo meu trabalho fosse digna, não exitaria um segundo em ser integralmente um guarda-vidas; pois já o sou.
Minha alma é GV e pra sempre será. Posso, então, me declarar privilegiado pela dádiva que nosso Grande Arquiteto me deu, ser um GV é uma dádiva, uma benção e, ao olhar pro meu lado vejo os verdadeiros heróis do meu tempo, que não são de discursos, faixas, inaugurações, festas, shows. São homens de bem que fazem a diferença, que salvam o seu filho, seu irmão, um seu parente, conhecido, amigo, permitindo que a vida lhes seja continuada, algo que somente Deus e os que Nele acreditam sabem quantificar o valor.
Obrigado por conhecer um pouco mais sobre mim.
Alessandro Gustavo Bernardino Silva
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
nós da saude do cbmerj digo enfermagem(técnicos e auxilares nos tornamos escravos da corporação,com um escala super injusta,enquanto isso tem oficiais de saude ganhando muito nas nossas costas,no hcap a escala dos oficiais enfermeiros é 24 horas semanais,e a dos praças de enfermagem é 12x60,com duascomplementações de 12 horas no mes,ou seja 10,ou 11x12+12+12=144 ou 156 e quem trabalha nas upas e ambulancias 24x48=? mesmo com a gratificação miseravel de 700 reais!!!!!!!!!!!!!!!
Vocês tem toda razão.
Temos que abrir essa frente de lutas.
Juntos Somos Fortes!
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