sexta-feira, 12 de novembro de 2010

GOVERNO SÉRGIO CABRAL - SEGURANÇA PÚBLICA: AS MILÍCIAS AVANÇAM.

ESTADÃO.COM
Polícia investiga atuação de milícia na zona sul do Rio
Morador denuncia ação de grupo paramilitar que venderia proteção contra criminosos que deixam áreas ocupadas por UPPs
Pedro Dantas / RIO - O Estado de S.Paulo
Milicianos - policiais, bombeiros e agentes penitenciários integrantes de quadrilhas formadas para vender proteção e operar negócios ilegais em favelas e bairros pobres e distantes das áreas centrais do Rio - estão sendo investigados por suposta atuação em bairros nobres da zona sul.
O objetivo dos paramilitares, segundo a polícia, é lucrar com o medo de vizinhos de favelas ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em relação a criminosos que teriam fugido das áreas que antes dominavam, agora ocupadas pelo Estado. Inquérito foi instaurado semana passada na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) para apurar a ação do grupo em Copacabana, após denúncia de morador surpreendido com cobrança de taxa de segurança em seu condomínio.
Os milicianos seriam responsáveis por crimes como roubos a transeuntes, furtos em carros e até incêndios de veículos, mas os atribuiriam a traficantes expulsos das favelas pelas UPPs. Eles ofereceriam segurança aos moradores, apesar de a polícia ter informado que os líderes do tráfico estão refugiados em favelas como Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro, na zona norte.
Segundo afirmação de investigadores da Draco nos inquéritos, a ação dos milicianos na zona sul é muito mais discreta do que nas favelas da zona oeste, onde os paramilitares cobram ostensivamente por segurança e exploração de serviços, como distribuição de gás, transporte alternativo e distribuição pirata de sinal de TV a cabo, o gatonet.
"A testemunha que prestou depoimento sobre a extorsão de dinheiro em Copacabana descobriu que o condomínio pagava pela suposta segurança apenas após examinar o balancete detalhado do condomínio. Ele ainda foi repreendido por vizinhos, que temem represálias, por fazer a denúncia", disse o delegado da Draco Alexandre Capote.
Pânico. Após a ampliação do cinturão das UPPs para a zona norte, uma onda de pânico se alastrou pela cidade. Nesta semana, pelo menos seis carros foram incendiados. Dois foram atacados em Vila Isabel, na zona norte, onde foi instalada a UPP do Morro dos Macacos. Outros dois foram atacados no Flamengo, na zona sul, bairro que recebeu uma "UPP informal" no Morro Azul. Dois veículos foram queimados no bairro do Tanque, na zona oeste, área sob domínio das milícias. Nada foi roubado.
Nos supostos arrastões que seriam promovidos por milicianos, apenas os pertences dos motoristas são levados. Na Rua Faro, desde setembro, os moradores registraram queixas de roubos praticados por quatro integrantes de um Corolla preto. "Três foram identificados e não foi detectada ligação com o tráfico de drogas. Trata-se de uma família do Catumbi (zona norte), que teve integrantes já presos por roubo. O mesmo grupo atuou na zona sul em 2008. Na época, também foi levantada uma possível ligação deles com milicianos, mas nada foi comprovado", afirmou a delegada titular da 15.ª DP da Gávea, Bárbara Lomba. Segundo ela, o mesmo carro foi visto fazendo assaltos em outros bairros da zona sul.
PARA LEMBRAR
As milícias controlam cem favelas no Rio, principalmente na zona oeste, segundo pesquisa da Universidade Cândido Mendes. Esses grupos, formados por policiais, bombeiros e agentes penitenciários, surgiram nos anos 1980 e hoje dominam mais territórios do que as quadrilhas de traficantes. Em 2008, CPI da Assembleia Legislativa do Rio acusou 150 pessoas de envolvimento com milícias, inclusive políticos.
COMENTO:
Eu tenho escrito e dito que combater efetivamente a criminalidade vai muito além de prender "chefes", pois eles são simplesmente substituídos nas organizações e de forma imediata. No Rio, por exemplo, diariamente as polícias prendem "gerentes" do tráfico de drogas e isso só causa problema para os presos, pois o tráfico continua funcionando plenamente.
As milícias são uma FORÇA POLÍTICA no Rio de Janeiro, assim como, o tráfico de drogas, ambas organizações criam currais eleitorais e facilitam eleições.
Em 2006, quando os atuais governantes foram eleitos, as milícias demonstraram tal força, que ficou evidente através de uma reportagem histórica do jornal O Globo, que apresentou os mais votados nas regiões dominadas pelos milicianos. E, por falar no jornal O Globo, estamos aguardando a reportagem sobre os votos para o governo estadual nas regiões dominadas pelos milicianos e pelos traficantes, pois já foi publicado que Cabral venceu nas comunidades onde as UPPs foram instaladas.
Diante dessa realidade, o avanço das milícias no governo Sérgio Cabral deve ser visto com muita preocupação, pois nada adianta prender "pés de chinelos", rotulando como milicianos, enquanto a organização continua crescendo e influenciando fortemente no voto popular. Além disso, prender um ou outro "chefe" apenas provoca a mudança de cadeiras, nada mais. Mal comparando, fica o mesmo quadro, como ocorre nas danças das cadeiras na Polícia Militar e na Polícia Civil, onde os mesmos só trocam de cadeiras.
O governo fluminense precisa mostrar eficácia no combate à criminalidade, basta de factóides, a população precisa de ações com efeitos positivos.
O povo, embora tardiamente e por culpa da mídia, já sabe que as UPPs só transferiram os traficantes da Zona Sul para as outras regiões do Rio, levando paz para alguns espaços da elite carioca e o terror para o restante da população.
O combate às milícias só tem servido para os holofotes, as milícias seguem avançando, logo os milicianos estarão vendendo segurança na Rua Pinheiro Machado.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

3 comentários:

Anônimo disse...

E quem sao os milicianos? São agentes do ESTADO que anos apos anos foram abandonados à propria sorte, sem serem submetidos a politicas publicas de segurança que garantissem DIGNIDADES a esses agentes e isso fizeram que muitos ficassem seduzidos com o canto da sereia...eles sao filhotes de um ESTADO mediocre que nao investe eficientemente em segurnaça publica.
Agora é correr atras, punir, expulsar, é extirpar um mal criado pelo proprio ESTADO. Sinceramente nao os defendo mas tb nao me sinto a vontade para somente jogar tudo na conta deles!!!
Eduardo
JSF

Anônimo disse...

Aqui aonde eu morro vc não vê uma misera patrulha rodando a noite a rua escura terreno fértil para vagabundagem, só casarão bairro classe média. O PM e BM e PC, vem aqui no seu laser e a gente fica seguro isso é que é sorte nossa.Vagabundo sabe onde pisa. Salve esses bravos.
O brado

Paulo Ricardo Paúl disse...

Concordo com você, caro Eduardo. A falência do Estado cria uma série de problemas para o povo. A falência na saúde pública fortaleceu os planos de saúde e a falência da educação valorizou o ensino pago.
Juntos Somos Fortes!