quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

UMA POLÍCIA MAIS LETAL E QUE APREENDE MENOS ARMAS.

JORNAL EXTRA:
ISP: em um ano, polícia apreendeu menos armas e matou mais em confrontos no Rio.
Guilherme Amado - Extra
Uma polícia mais letal e que apreende menos armas: esse foi o retrato revelado pelos dados divulgados nesta quarta pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), em que houve queda de 17,1% nas apreensões de armas em outubro, em relação ao mesmo mês no ano passado, e crescimento de 25,7% nas mortes em confrontos, os chamados autos de resistência, na mesma comparação.
Ao se comparar o trimestre de agosto a outubro deste ano com o mesmo período no ano passado, o crescimento dos autos chega a 50,6%. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o aumento seria um "reflexo das ações repressivas desencadeadas pela polícia para prender os responsáveis pela queda do helicóptero da PM em 17 de outubro". Porém, ao se analisar o número de mortes por ação policial no trimestre, constata-se que o maior aumento foi em agosto - crescimento de 150% ou 145 vítimas em relação a agosto de 2008 -, quando o helicóptero ainda não havia sido derrubado.
Na opinião do sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a associação entre o crescimento dos autos e as ações de retaliação é negativa:
- É uma política de segurança reativa, que se baseia na ideia de que matar gente é retaliação. Cada vez menos armas apreendidas
A redução das apreensões de armas corresponde à estimativa divulgada em novembro pelo ISP, que previu uma redução de 38,4% na projeção de apreensões deste ano com todo o ano de 2005. Naquele ano, foram 14.876 apreensões, contra a estimativa de 9.166, neste ano.
Apesar de não informar quais e quantas armas foram apreendidas, a Secretaria de Segurança alega que a redução não é necessariamente negativa, já que teria diminuído apenas a apreensão de armas de pequeno porte e crescido o de armas pesadas.
O ISP também divulgou a redução em outros índices de criminalidade. Houve queda de 17,4% nos roubos de rua, que englobam o roubo a transeunte, de aparelho celular e em coletivos (menos 1.391 casos). Os roubos de veículo caíram 33,2% (menos 872 casos), os homicídios dolosos tiveram redução de 24,6% (menos 137 vítimas).
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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