TROPA DE CHOQUE
"A CPI da Petrobras levou tal pânico ao governo, que o Planalto decidiu deslocar a sua tropa de elite para integrá-la. Nada de amadores! O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) é o candidato a Capitão Nascimento da turma. É ele quem se oferece para “meter a oposição no saco” e, sempre que houver a ameaça de algo realmente grave vir à tona, dar a ordem: “mete o dedo nessa porra!” E pronto! Nada se investiga.
"A CPI da Petrobras levou tal pânico ao governo, que o Planalto decidiu deslocar a sua tropa de elite para integrá-la. Nada de amadores! O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) é o candidato a Capitão Nascimento da turma. É ele quem se oferece para “meter a oposição no saco” e, sempre que houver a ameaça de algo realmente grave vir à tona, dar a ordem: “mete o dedo nessa porra!” E pronto! Nada se investiga.
O seu auxiliar na tarefa pode ser o notório Romero Jucá (PMDB-RR). Sua mais recente contribuição à transparência foi prometer enviar um projeto ao Congresso proibindo um civil de ser ministro da Defesa. Não escondeu de ninguém que se trata de uma retaliação contra Nelson Jobim, que demitiu seu irmão da Infraero. Como se vê, antes de tudo, é mesmo um republicano.
Obedecendo ao critério da proporcionalidade das bancadas, o governismo terá oito membros na CPI, contra apenas três das oposições. E partiu do Apedeuta uma determinação: desta vez, o governo quer fazer valer a maioria e nomear relator e presidente, contra a tradição da Casa. Geralmente, cada bloco fica com um cargo. Não agora.
Mais: os membros da comissão têm de ter um teor de governismo acima de qualquer suspeita. Se a CPI é inevitável, que, ao menos, possa ser sabotada.
Uma fala de Mercadante dá conta do aspecto até cômico do governo. Ele disse que vai trabalhar para que as os partidos, inclusive as oposições, escalem a “seleção para a CPI”. Mas que fique claro, hein!? Essa “seleção” estaria impedida de fazer gols.
O senador petista diz querer um “debate profundo” sobre questões relevantes que afetam a estatal, como o marco regulatório da exploração do petróleo na área do pré-sal. Como é que é? MARCO REGULATÓRIO DO PRÉ-SAL? De que diabos ele está falando? Na CPI? Ele quer escalar a seleção para que todos fiquem sentados no meio do campo debatendo as regras do jogo...
A ordem, em suma, é não investigar e continuar a investir na desqualificação das oposições — na verdade, do PSDB, já que o DEM continua com uma convicção ainda um tanto gelatinosa sobre essa CPI. Lula e José Múcio ficam com os petardos de natureza política, e o ministro da Propaganda, Franklin Martins, se encarrega do viés terrorista — é bom nisso — na tal “mídia”, contando com a ajuda de seus despachantes — alguns na reportagem, outros no colunismo. No melhor dos mundos, depois de devidamente sabotada, a CPI termina constatando que a Petrobras é um exemplo de eficiência e transparência.
Pode desandar?
A rigor, com essa maioria esmagadora, a CPI só vai convocar quem o governo quiser. Se a ordem de fazer presidente e relator for mantida, a comissão pode se transformar naquele debate sobre o pré-sal que Mercadante quer fazer.
Seria uma inovação e tanto do petismo: a CPI se transformaria numa peça publicitária do oficialismo.
A receita pode desandar? Pode.
É aí que entra a imprensa — e, por isso, o trabalho do ministro da Propaganda é tão importante.
Por mais que tentem, CPIs não conseguem “se lixar” para evidências ou provas de falcatruas. Se o jornalismo cumprir a sua tarefa e noticiar o que tem e sabe, a CPI não poderá se dispensar de fazer algumas investigações. Aliás, o governo teme menos a ação do Congresso propriamente do que o rastro de notícias que segue a instalação de uma comissão de investigação. Por isso era tão importante que ela não fosse aprovada. Uma vez aprovada, agora a prioridade é torná-la inoperante. Vamos ver".
O PT não queria a instauração da CPI da Petrobras, após instalada, o PT quer a Presidência e a Relatoria para conduzir o que deve ser investigado.
No mundo civilizado, alguém já estaria preso!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIACORONEL BARBONO
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