PARECE MENTIRA, MAS NÃO É...
POLICIAL É TRATADO COMO BANDIDO.
Agora realmente estamos vivendo o terror psicológico e moral, com as anunciadas investidas da corregedoria da Polícia Militar, o que já era de se esperar, pois a filosofia que esta sendo empregada, reflete o perfil do atual comandante e demonstra a visão que o comando tem sobre nossos valorosos policiais militares.
Parece-me incoerente a idéia de termos incluído em nosso currículo escolar de formação a disciplina de Direitos Humanos e ao mesmo tempo desrespeitarmos o direito dos militares como cidadãos. Já pararam para pensar no reflexo que a criação da patrulha correcional denotará nas ruas? No trato do militar com o cidadão? Afinal ninguém pode dar o que não tem.
Quando soube da notícia fiquei perplexo e voltei pelo menos a uns 25 ou 30 anos atrás, época em que a violação de direitos era a regra, e que a repressão não poupava ninguém, prova disto são os incontáveis policiais militares que também sofreram a perseguição e retaliação dos detentores do poder, simplesmente por discordar do regime.
Imaginemos a seguinte cena: uma guarnição composta por um sargento, um cabo e dois soldados sendo abordada e literalmente revistada no meio da rua, e o pior por policiais militares armados de fuzis pertencentes à patrulha correcional, como se estivessem prontos para uma ocorrência em que uma troca de tiros é atual e iminente, e isto sendo observado pelos desavisados cidadãos. Parece mentira, mas não é...policial tratado como bandido nas ruas da capital mineira.
Esta ação além de odiosa, demonstra como pretendemos que os policiais militares respeitem os direitos, garantias fundamentais e a dignidade da sociedade. Dignidade que para os policiais militares é somente uma palavra, seja na constituição federal ou em manuais escritos por quem deveria ter o dever de promover e elevar estes princípios a regra natural de fácil observância no ambiente organizacional da Polícia Militar.
Muitas vezes, chegamos mesmo a desacreditar e perder a confiança na instituição, talvez mais em razão de políticas equivocadas do comando atual, que acaba por perder as melhores oportunidades para melhorar e tornar a instituição mais democrática e afinada com o respeito aos direitos humanos, a começar pelos seus homens.
Como se pode constatar, o rancor e o ressentimento resultantes do movimento de 1997, ainda não foram totalmente erradicados, mas temos razões de sobra para estar preocupados e conscientes com as possíveis reações e os efeitos que a medida da corregedoria pode causar, o que merece ser analisado com mais cuidado e prudência, por pessoas com capacidade de enxergar e prever acontecimentos graves e danosos a imagem da Polícia Militar, e ao irreversível linchamento da dignidade humana e profissional de seus homens.
A cena de uma guarnição armada de fuzil, que aborda outra guarnição e a submete a uma busca, sob os olhares curiosos e surpresos dos cidadãos, fica sem entender nada, mas já deduzem que são policiais militares “bandidos” que estão cometendo algum tipo de crime. Medida assim, somente produzirá revolta, insatisfação, podendo causar reações violentas e imprevisíveis. Concordamos que deve haver controle e, que já existe até em demasia, mas com respeito e resguardando princípios fundamentais do estado democrático de direito, sem isto estaremos retrocedendo e jogando por terra todos os avanços que conquistamos, seja na melhoria da segurança pública, bem como na valorização daqueles que sacrificam suas vidas em defesa da liberdade, da justiça e da igualdade de todos perante a lei.
Ficamos imaginando se já não é sem tempo varrermos de nossa instituição todo resquício autoritário, arbitrário e ilegal de nosso relacionamento hierárquico e disciplinar, assim poderemos colaborar na construção de um ambiente livre da subserviência, bajulação, dissimulação e falsidade, sentimentos e valores que são contrários ao que tanto ensinamos e pregamos. A democracia não permite a violação de garantias fundamentais sob qualquer pretexto. Não podemos passar para a sociedade e para o público interno a idéia de que o fim justifica os meios. A primeira experiência da patrulha quase terminou em tragédia. O projeto inicial era bem pior, pois a abordagem era feita por uma viatura descaracterizada e com militares a paisana. Cinco pessoas sem farda com armas em punho tentaram abordar uma viatura policial no meio da rua em Santa Luzia. Na primeira semana, quase um banho de sangue. A viatura caracterizada recebeu os “militares” de arma em punho. Mudou-se a estratégia, mas não os métodos.
Parece-nos que estamos vendo a reprise de um filme que já foi rodado nas telas da instituição militar, com o título “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Respeitando posições divergentes, não vejo em que as ditas patrulhas de prevenção e qualidade podem acrescentar no aprimoramento intelectual, moral e ético dos militares estaduais.
Por qualquer motivo instauram uma sindicância ou inquérito policial militar, o que nem nos surpreende mais, nossa opinião é para que todos que se sentirem humilhados, aviltados e desrespeitados que tenham amor próprio e expressem sua opinião e denunciem, pois a liberdade de expressão é garantida pelos incisos IV, IX do art. 5º da Constituição Federal, até porque precisamos dar visibilidade a indignação que sentimos e mostrar a toda sociedade como somos submetidos a vexame e a tratamento desumano e degradante.
Seja mais um a enfrentar o problema, pois todos são parte da solução, não obstante ainda acreditarmos que esta situação pode ser facilmente resolvida, bastando para tanto que o comando reavalie tal medida com senso de justiça e compromisso com o bem republicano mais precioso que temos: a dignidade do ser humano.
A situação da classe vem piorando a cada dia. A cada dia as relações interpessoais pioram. Esquecem que a motivação que levou a greve de 1997 não foi apenas a questão salarial. E os personagens daquela tragédia se repetem. O mesmo personagem que tratava mal os oficiais e praças sob seu comando, abre sua sacola de maldades e desrespeito, agora com uma dimensão mais abrangente. Cuidado! Os problemas podem ser também na mesma proporção.
Que saudade do Comando do Coronel Junior. Os discursos de saber o que a base da pirâmide sofria por ser filho de um sargento não eram somente discurso, era uma pratica que se transformava em respeito. Tirem-no do pijama e tragam-no de volta.
Vereador CABO JÚLIO
Líder da Bancada do PMDB
Comissão de Direitos Humanos
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIAAgora realmente estamos vivendo o terror psicológico e moral, com as anunciadas investidas da corregedoria da Polícia Militar, o que já era de se esperar, pois a filosofia que esta sendo empregada, reflete o perfil do atual comandante e demonstra a visão que o comando tem sobre nossos valorosos policiais militares.
Parece-me incoerente a idéia de termos incluído em nosso currículo escolar de formação a disciplina de Direitos Humanos e ao mesmo tempo desrespeitarmos o direito dos militares como cidadãos. Já pararam para pensar no reflexo que a criação da patrulha correcional denotará nas ruas? No trato do militar com o cidadão? Afinal ninguém pode dar o que não tem.
Quando soube da notícia fiquei perplexo e voltei pelo menos a uns 25 ou 30 anos atrás, época em que a violação de direitos era a regra, e que a repressão não poupava ninguém, prova disto são os incontáveis policiais militares que também sofreram a perseguição e retaliação dos detentores do poder, simplesmente por discordar do regime.
Imaginemos a seguinte cena: uma guarnição composta por um sargento, um cabo e dois soldados sendo abordada e literalmente revistada no meio da rua, e o pior por policiais militares armados de fuzis pertencentes à patrulha correcional, como se estivessem prontos para uma ocorrência em que uma troca de tiros é atual e iminente, e isto sendo observado pelos desavisados cidadãos. Parece mentira, mas não é...policial tratado como bandido nas ruas da capital mineira.
Esta ação além de odiosa, demonstra como pretendemos que os policiais militares respeitem os direitos, garantias fundamentais e a dignidade da sociedade. Dignidade que para os policiais militares é somente uma palavra, seja na constituição federal ou em manuais escritos por quem deveria ter o dever de promover e elevar estes princípios a regra natural de fácil observância no ambiente organizacional da Polícia Militar.
Muitas vezes, chegamos mesmo a desacreditar e perder a confiança na instituição, talvez mais em razão de políticas equivocadas do comando atual, que acaba por perder as melhores oportunidades para melhorar e tornar a instituição mais democrática e afinada com o respeito aos direitos humanos, a começar pelos seus homens.
Como se pode constatar, o rancor e o ressentimento resultantes do movimento de 1997, ainda não foram totalmente erradicados, mas temos razões de sobra para estar preocupados e conscientes com as possíveis reações e os efeitos que a medida da corregedoria pode causar, o que merece ser analisado com mais cuidado e prudência, por pessoas com capacidade de enxergar e prever acontecimentos graves e danosos a imagem da Polícia Militar, e ao irreversível linchamento da dignidade humana e profissional de seus homens.
A cena de uma guarnição armada de fuzil, que aborda outra guarnição e a submete a uma busca, sob os olhares curiosos e surpresos dos cidadãos, fica sem entender nada, mas já deduzem que são policiais militares “bandidos” que estão cometendo algum tipo de crime. Medida assim, somente produzirá revolta, insatisfação, podendo causar reações violentas e imprevisíveis. Concordamos que deve haver controle e, que já existe até em demasia, mas com respeito e resguardando princípios fundamentais do estado democrático de direito, sem isto estaremos retrocedendo e jogando por terra todos os avanços que conquistamos, seja na melhoria da segurança pública, bem como na valorização daqueles que sacrificam suas vidas em defesa da liberdade, da justiça e da igualdade de todos perante a lei.
Ficamos imaginando se já não é sem tempo varrermos de nossa instituição todo resquício autoritário, arbitrário e ilegal de nosso relacionamento hierárquico e disciplinar, assim poderemos colaborar na construção de um ambiente livre da subserviência, bajulação, dissimulação e falsidade, sentimentos e valores que são contrários ao que tanto ensinamos e pregamos. A democracia não permite a violação de garantias fundamentais sob qualquer pretexto. Não podemos passar para a sociedade e para o público interno a idéia de que o fim justifica os meios. A primeira experiência da patrulha quase terminou em tragédia. O projeto inicial era bem pior, pois a abordagem era feita por uma viatura descaracterizada e com militares a paisana. Cinco pessoas sem farda com armas em punho tentaram abordar uma viatura policial no meio da rua em Santa Luzia. Na primeira semana, quase um banho de sangue. A viatura caracterizada recebeu os “militares” de arma em punho. Mudou-se a estratégia, mas não os métodos.
Parece-nos que estamos vendo a reprise de um filme que já foi rodado nas telas da instituição militar, com o título “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Respeitando posições divergentes, não vejo em que as ditas patrulhas de prevenção e qualidade podem acrescentar no aprimoramento intelectual, moral e ético dos militares estaduais.
Por qualquer motivo instauram uma sindicância ou inquérito policial militar, o que nem nos surpreende mais, nossa opinião é para que todos que se sentirem humilhados, aviltados e desrespeitados que tenham amor próprio e expressem sua opinião e denunciem, pois a liberdade de expressão é garantida pelos incisos IV, IX do art. 5º da Constituição Federal, até porque precisamos dar visibilidade a indignação que sentimos e mostrar a toda sociedade como somos submetidos a vexame e a tratamento desumano e degradante.
Seja mais um a enfrentar o problema, pois todos são parte da solução, não obstante ainda acreditarmos que esta situação pode ser facilmente resolvida, bastando para tanto que o comando reavalie tal medida com senso de justiça e compromisso com o bem republicano mais precioso que temos: a dignidade do ser humano.
A situação da classe vem piorando a cada dia. A cada dia as relações interpessoais pioram. Esquecem que a motivação que levou a greve de 1997 não foi apenas a questão salarial. E os personagens daquela tragédia se repetem. O mesmo personagem que tratava mal os oficiais e praças sob seu comando, abre sua sacola de maldades e desrespeito, agora com uma dimensão mais abrangente. Cuidado! Os problemas podem ser também na mesma proporção.
Que saudade do Comando do Coronel Junior. Os discursos de saber o que a base da pirâmide sofria por ser filho de um sargento não eram somente discurso, era uma pratica que se transformava em respeito. Tirem-no do pijama e tragam-no de volta.
Vereador CABO JÚLIO
Líder da Bancada do PMDB
Comissão de Direitos Humanos
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL BARBONO
Um comentário:
Gostaria de saber qual o critério utilizado pelo policiamento do bairro Eldorado em Contagem para fazer revistas pessoais.
Acredito que o critério utilizado seja preconceito e racismo. Ontem meu filho estava no ônibus 2580, havia pago a passagem e foi retirado do veículo e espancado porque um grupo de rapazes estava fazendo bagunça no ônibus.
Primeiro que não acredito que este seja o procedimento adquado. Quase todos os dias ele e seus amigos são revistados nas ruas aqui em volta, uma viatura já parou em frente a minha casa e pediu que meu filho e um amigo levantassem a roupa para verem. Um amigo dele foi revistado em frente a padaria em que trabalha saindo do emprego. Um policial falou ao meu filho que pensou que a carteira dele era arma. Já cansei de ver grupos de adolescentes serem parados na Av. João Cesar.Coincidentemente todos negros. Além disso, se abordam todos os dias as mesmas pessoas, acho que estão procurando no lugar errado...
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