terça-feira, 16 de novembro de 2010

GOVERNO SÉRGIO CABRAL - SEGURANÇA PÚBLICA: JOGO DOS BICHOS DESMORALIZA A POLÍCIA CIVIL E A POLÍCIA MILITAR.

JORNAL EXTRA
Enviado por Felipe Sáles.
"Na cabeça
Ferramenta do google flagra apontadores do bicho em ruas do RioLonge dos olhos da polícia carioca, os apontadores do jogo do bicho estão a um clique de qualquer cidadão do planeta via Google Street View — ferramenta que permite ao internauta fazer um passeio virtual pelo Rio sob o ponto de vista dos pedestres. Longe também de causar qualquer constrangimento, as imagens mostram um carro da Polícia Militar próximo a um apontador, que chega até a expor um quadro na rua com os resultados do bicho, além de se avizinhar à Chefia de Polícia Civil e ao Quartel General da PM.
É o caso da esquina das ruas Mem de Sá e Gomes Freire — onde um carro da PM foi flagrado do outro lado da rua. A esquina fica ainda a 300 metros da 5ª DP (Lapa) e da Chefia de Polícia Civil, na própria Rua Gomes Freire, além de circunvizinha do 13º BPM (Praça Tiradentes) e do Quartel General da PM.
Em frente ao Sambola, na Avenida Dom Hélder Câmara, na Abolição, a ostensividade — dos bicheiros, claro — é tanta que os apontadores penduraram num muro um quadro com os “resultados dos jogos”. O ponto fica a 800 metros da Delegacia de Roubos e Furtos.
Os arredores das escolas de samba não ficariam de fora dessa. Na esquina das ruas Alberto Teixeira da Cunha e Travessa Alentejano, em Nilópolis — ao lado da quadra da Beija-Flor — as câmeras do Google flagraram três supostas máquinas de caça-níqueis dentro de um botequim.
A movimentação financeira é tanta que, de dez pontos “visitados” pelo EXTRA, em quatro havia jogadores justamente no momento em que passava um dos dez carros do Google. As imagens de 360 graus, colhidas no primeiro semestre deste ano, foram feitas por nove câmeras instaladas em cada carro que circulou por boa parte do Grande Rio — de Niterói a Japeri, passando por Itaguaí e até Volta Redonda.
Graças ao sistema de privacidade adotado pelo Google, os rostos de todos os fotografados foram borrados. Mas de modo insuficiente para esconder a profusão do crime, como sabe qualquer cidadão — menos, a polícia.
Por essas e outras que, por um “erro de tradução”, o Rio de Janeiro chegou a ser descrito como “Landfill”, que significa... aterro sanitário.
Inércia
A inércia da Polícia Militar em coibir a contravenção — comprovada até pelas imagens do Google — é apoiada pela própria corporação. A contravenção, aliás, foi classificada pela polícia, em nota enviada ao EXTRA, como um crime à parte. Já a Secretaria de Segurança se recusou a comentar o fato.
Na nota, a assessoria de imprensa da PM afirmou que sua “Coordenadoria de Análises Criminais tem capacidade técnica de produzir relatórios e estatísticas a respeito de crimes e contravenções penais”. Porém, “no momento, o foco está nos crimes, tendo em vista a prioridade da aplicação de policiamento para esse tipo de delito”. Detalhe é que a própria PM utiliza imagens do Google para mapear seus batalhões.
Especialistas criticam
Já a Polícia Civil, também em nota, garantiu que vem agindo “de forma efetiva e estratégica nos combates aos jogos de azar”. A instituição diz que “tem priorizado o estouro de bingos e a apreensão de máquinas de caça-níqueis, que só esse ano somam mais de 9 mil apreensões e um prejuízo em torno de R$ 10 milhões”.
Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais, acredita que a “vista grossa” da polícia dá carta branca para a corrupção.
— Quando a contravenção não é prioridade, permite ao policial querer levar vantagem — afirma.
Já a antropóloga Ana Paula Miranda, especialista em segurança pública, acha que não haverá constrangimento da corporação com as imagens expostas ao mundo.
— Fazem de conta que o problema não existe. A ferramenta poderia ajudar, se a polícia quisesse ajuda".
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO