segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ELES ESTÃO MUITO PREOCUPADOS...


Logo após assumir o comando geral Mário Sérgio determinou a retirada da minha equipe de segurança, algo absolutamente natural à primeira vista, considerando que essa proteção não poderia perdurar indefinidamente. Ao receber a ordem, nada contraditei com relação à determinação, apenas solicitei que ela fosse feita formalmente por escrito, o que foi providenciado pelo então diretor geral de pessoal, Luiz Antônio, pois assim ficaria clara a responsabilidade pela supressão da segurança pessoal.
A minha única queixa foi a respeito das movimentações dos Policiais Militares da equipe para unidades operacionais, o que considerei injustificável, tendo em vista que eles trabalhavam há anos na área correcional e diretamente com o Corregedor Interno, função que torna o titular odiado pela denominada “banda podre” de qualquer instituição policial, sentimento que acaba alcançando os que trabalham diretamente com ele.
Todos os que trabalharam diretamente comigo sabem que um dos meus grandes defeitos no curso da minha vida na atividade correcional, mais de dez anos, foi nunca ter dado a necessária atenção a minha segurança pessoal, apesar dos evidentes riscos decorrentes da missão e talvez isso justifique a naturalidade com que recebi a ordem, embora mantivesse um “pé trás” como se diz.
Confesso que vivo muito bem sem essa estrutura de segurança e quando percebia que estava sendo seguido sempre creditei a preocupação da inteligência em conhecer os meus passos e nunca como uma forma de ameaça.
Apesar disso periodicamente escrevo sobre esse fato, pois considero que a segurança pessoal de um ex-Corregedor Interno é uma responsabilidade do comando da Polícia Militar, sobretudo após Pitta ter mantido a equipe e Mário Sérgio tê-la retirado imediatamente.
Sinceramente, ser ameaçado não é uma situação agradável, muito menos cômoda, todavia quem trabalha na atividade correcional não pode fugir dessa realidade e eu encarei com naturalidade as ameaças que recebi no exercício da função, apenas lamento não ter sido cientificado pelo comando da Polícia Militar, embora tenha solicitado por escrito mais de uma vez, sobre o resultado da investigação sobre a última ameaça que recebi.
Não compreendo esse silêncio.
Hoje volto ao assunto em razão de um fato novo, embora não ele não seja tão novo assim para os leitores dos comentários do nosso espaço democrático: as especulações sobre a minha provável candidatura a um cargo eletivo em 2010.
Tenho recebido comentários sobre o quanto isso tem causado preocupações dentro e fora da Polícia Militar, sobretudo em grupos com interesses políticos comuns.
Sem dúvida, não sou bem-vindo no mundo político existente no Rio de Janeiro, careço de muitas “qualidades” presentes em alguns políticos fluminenses e em muitos de seus aliados na Polícia Militar.
A possibilidade de eu participar das eleições de 2010 e a remota possibilidade de consegui eleger-me tem incomodado algumas pessoas, isso é preocupante para todos que se relacionam comigo.
Diariamente recebo conselhos para não participar da eleição com os mais variados fundamentos, os quais gravitam invariavelmente nos riscos a que estaria me submetendo.
Certamente, eu seria um enorme incômodo no parlamento, para alguns políticos fluminenses, embora fosse um forte aliado para a “banda boa” da casa legislativa.
Se um Coronel de Polícia honesto consegue fazer esse estrago, imaginem um Coronel de Polícia honesto que fosse também deputado estadual ou federal?
Portanto, a preocupação desses grupos é justificável.
Aos meus amigos e leitores informo que seguirei trilhando o mesmo caminho, desenvolvendo todas as atividades do “Movimento Cívico Juntos Somos Fortes!” e cada vez mais presente nas ruas do Rio de Janeiro, com o Excluído Fardado, com faixas, com o megafone e distribuindo panfletos com minha foto. Inclusive, continuarei informando nesse espaço democrático os atos cívicos, com a antecedência necessária.
Nesse sentido, informo novamente que amanhã estarei no Calçadão de Caxias, entre 11:00 e 13:00 horas.
A vida deve seguir em frente, eles que se danem!
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Imagine então como se comportarão tais desafetos quando souberem da sua indicação para SESEG na próxima gestão.

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelo comentário.
Caramba, vai piorar...