segunda-feira, 16 de novembro de 2009

BOLSA FAMÍLIA - ALGUMAS VERDADES.

Nas 85 cidades do país com maior cobertura do Bolsa Família, só 1,3% da população trabalha com carteira assinada
PRESIDENTE VARGAS, MA - O emprego formal é praticamente inexistente nos municípios brasileiros no topo da lista de beneficiários do Bolsa Família. Em Presidente Vargas, no Maranhão, contam-se nos dedos de uma mão empregos com carteira assinada no setor privado. Segundo reportagem de Regina Alvarez na edição deste domingo do jornal O GLOBO, o município tem 10 mil habitantes e 2.292 domicílios; 1.832 famílias (80%) recebem o auxílio do governo e só quatro pessoas têm emprego com carteira, segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.
A reportagem mostra ainda que, entre os cem municípios com maior cobertura do programa, 85 têm informações disponíveis sobre emprego formal. Juntos, abrigam um milhão de habitantes e 259 mil domicílios, sendo que 184,3 mil famílias recebem o Bolsa Família - 71%. Já os empregos com carteira assinada no setor privado somam 14,1 mil, o equivalente a 1,3% dessa população.
A precariedade do emprego formal nessas cidades - municípios pobres, com população abaixo de 30 mil habitantes - não tem relação direta com a concessão do Bolsa Família. Existem barreiras anteriores ao programa que impedem o acesso dos trabalhadores a empregos: a baixa escolaridade e a falta de capacitação profissional. As parcas vagas com carteira assinada no comércio de Presidente Vargas exigem ensino médio.
Segundo a reportagem de Regina Alvarez, os beneficiários do Bolsa Família em Presidente Vargas não estão no mercado formal nem no informal. O programa mantém as crianças na escola, mas a maioria das famílias está acomodada com o benefício, que varia de R$ 22 a R$ 200. Elas têm medo de perdê-lo ao adicionar outra fonte ao rendimento familiar. Assim, não demonstram interesse em cursos de qualificação profissional.
- Relutei em aceitar a ideia, mas é a realidade. As famílias estão acomodadas, e não tem sido fácil tirá-las da acomodação. Acreditam que podem se manter com cento e poucos reais - afirma Ivete Pereira de Almeida, secretária de Assistência Social da prefeitura de Presidente Vargas.
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Donos de estabelecimentos em município maranhense sabem até a senha dos beneficiários
CAJAPIÓ E PRESIDENTE VARGAS, MA - Sem agência bancária nas cidades, todo mês, 3.300 benefícios do Bolsa Família são pagos pela Caixa por meio de máquinas instaladas em pequenos comércios, e os abusos são recorrentes. Quem recebe um valor quebrado, de R$ 112 ou R$ 132, por exemplo, tem que levar R$ 2 em mercadorias do próprio estabelecimento. De acordo com reportagem de regina Alvarez na edição de domingo do jornal O GLOBO, na maioria dos casos, são os comerciantes que digitam a senha do cartão do beneficiário e boa parte do dinheiro já fica por ali para pagar a "compra fiado".
- Eu peço troco (dinheiro trocado) no Bradesco, mas é difícil. Se não tem troco, o jeito é levar os R$ 2 em mercadorias - diz José de Ribamar Amaral.
Proprietário do Comércio do Amaral, ele é o "correspondente bancário" credenciado pela Caixa em Cajapió, um pequeno município de dez mil habitantes, distante 330 quilômetros de São Luís, se o percurso for feito por terra.
Segundo a reportagem, Amaral acha tudo perfeitamente normal. Tem conta no Bradesco de uma cidade vizinha e todo final de mês retira os recursos do Bolsa Família para repassar às 1.500 famílias que recebem o benefício no seu município. Também não vê problema em digitar a senha na hora de sacar o dinheiro do caixa.
- O problema é que 90% não sabem digitar. Me dão a senha e eu digito.
Se o benefício é de R$ 102, eles pagam R$ 100 e dizem que tem que pegar alguma coisa no valor de R$ 2 - diz Maria do Espírito Santo, 25 anos, dois filhos, moradora de Presidente Vargas.
O município tem 1.800 beneficiários do Bolsa Família, que enfrentam todo mês filas enormes debaixo de um sol escaldante na frente do Armazém do Puluca. Este é o apelido de Edson Nicário, dono do único estabelecimento credenciado para o pagamento do auxílio federal.
Os abusos cometidos pelo comerciante já foram denunciados ao Ministério Público e à superintendência da Caixa, em São Luís, mas nenhuma providência foi tomada, informa a secretária de Assistência Social da Prefeitura de Presidente Vargas, Ivete Pereira de Almeida.
fonte:
http://tinyurl.com/yfdo9m4
Reportagem Jornal O Globo
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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