quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

LIDERANÇA, ÉTICA, COMPETÊNCIA E MOBILIZAÇÃO


Um comentarista anônimo encaminhou as duas matérias transcritas nesse artigo.
Ele defende a idéia de que devemos tirar a Polícia Militar da posição de “vidraça”, o que ocorre em razão das nossas mazelas serem expostas publicamente, a todo o momento.
Nos meus mais de 31 anos de exercício profissional posso afirmar que muitos Policiais Militares, inclusive Oficiais, pensam igual ao comentarista, ou seja, devemos preservar à Instituição, escondendo os nossos erros.
Respeito e entendo essa posição, não discuto se é certa ou errada, entretanto não consigo entender um serviço público que não seja transparente.
Um serviço público que não divulgue os seus números, os seus dados, inclusive os ruins.
A preservação da Polícia Militar, em minha opinião, não passa pela simples exposição dos problemas de outras Instituições Públicas.
Isso é nivelar pelos erros, nivelar por baixo, por assim dizer.
A nossa preservação está diretamente relacionada com os nossos compromissos éticos e com a nossa mobilização no sentido de dedicarmos as nossas ações à consecução dos objetivos institucionais e não pessoais.
Cada um de nós precisa pensar e agir como Instituição, esse é o grande foco, respeitando todas as posições contrárias.
O documento PRO LEGE VIGILANDA, assinado e ratificado pela maioria dos Coronéis, precisa ser um documento institucional.
Não pelo fato de ter sido escrito por Coronéis.
E sim, pelo fato de ter sido a primeira demonstração pública do quadro atual de deteriorização Institucional.
Um brado por mudanças!
O documento significa o início da luta pelo resgate da nossa cidadania através de salários dignos e de adequadas condições de trabalho.
A nossa preservação passa pela ética, pela competência e pela responsabilidade dos líderes institucionais.
O PRO LEGE VIGILANDA é um manifesto redigido por Coronéis de Polícia, líderes, que ao elaborarem, assinarem e divulgarem o documento, simultaneamente, assumiam as suas culpas pelo estado atual dos Militares de Polícia.
Coronéis precisam ser líderes, precisam comandar os destinos da Polícia, caso contrário, passam a ser vistos apenas como emissários de ordens e de sanções, bem como, meros destinatários de deferências e de condecorações.
Portanto, ética, competência, liderança, idealismo, destemor e coesão interna corporis são alguns dos valores, alguns dos meios para alcançarmos esse fim, a preservação dos Militares de Polícia.
A seguir transcrevo os textos encaminhados, considerando que eles são oriundos da mídia, portanto públicos.


Blog do Jornalista GUSTAVO DE ALMEIDA

INTRIGAS NO MP

A segunda-feira no Ministério Público foi de tensão e verdadeira cizânia, com o surgimento de uma carta apócrifa com ataques ao presidente da Associação do Ministério Público, Eduardo Gussem.
Segundo a carta anônima, que seguiu em email para todos os promotores do órgão, o presidente Gussem, principal candidato da situação à sucessão de Marfan Martins Vieira, teria gastado 40 mil da Amperj a fim de comprar ingressos (normalmente vendidos a R$ 100) para a festa de fim de ano no Copacabana Palace.
Sobre o luxo da festa dos promotores, é desnecessário dizer qualquer coisa. Basta dizer que foi no Copacabana Palace, ora.
De acordo com a denúncia anônima, que deixou todos os promotores acachapados, os ingressos teriam sido distribuídos entre integrantes da Administração Superior, do Órgão Especial e do Conselho Superior do MP.
A carta vai mais além: critica os problemas de caixa da associação e denuncia que Gussem teria gasto R$ 70 mil com uma viagem de promotores ao Maranhão para... jogar futebol.
Se são verdadeiras as denúncias, não sei.
Tenho informações A-1 de que houve, sim, este ano, uma grande viagem de promotores ao Maranhão, no entanto desconheço o esporte por lá praticado.
E é fato que muitos - para não dizer todos - estranharam a ausência do governador Sérgio Cabral nos dois eventos mais importantes do MP no fim de ano: a festa de confraternização no Copacabana Palace e a entrega do Colar do Mérito do MP. E, diga-se: foi convidado para os dois eventos.
Para quem trabalha com "sinalização", como os políticos, é uma mensagem clara.
Mesmo que não sejam comprovadas as denúncias no documento apócrifo, é mais um desgaste neste fim de ano em que pouca gente no poder público pôde comemorar uma "saída por cima". Talvez no contexto final, nestes desgastes do MP, ganhe força um que está por cima, principalmente depois da operação que culminou na prisão do fiscal de rendas Chico Olho-de-boi: o coordenador de Inteligência e promotor Astério Pereira dos Santos aparece cada vez mais forte como sucessor de Marfan nas eleições do fim de 2008.
Postado por Gustavo de Almeida às
22:27


O GLOBO

19/12/2007 - Às 00h57m

JAILTON DE CARVALHO


NEPOTISMO

Conselho Nacional de Justiça manda demitir mulher do desembargador Cavalieri

BRASÍLIA - Por 13 votos a 0, o plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou na terça-feira que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro demita imediatamente a servidora Irene Meire Cavalieri.
Contratada sem concurso público, Irene Meire é mulher do desembargador Sérgio Cavalieri Filho, ex-presidente do tribunal.
Para o relator do caso, professor Joaquim Falcão, a contratação dela fere a lei que proí­be a contratação de parentes.
Uma das principais atribuições do Conselho Nacional de Justiça ao coibir o nepotismo no Judiciário, prática antiga em muitos setores do serviço público.
Esta é a segunda vez que o Conselho Nacional de Justiça determina o afastamento da mulher do ex-presidente do Tribunal de Justiça.
A resolução, uma das primeiras medidas do CNJ, vedava a contratação de parentes por juí­zes, desembargadores e ministros. Mas Irene Meire retornou ao cargo graças a uma decisão do próprio Tribunal de Justiça favorável a sua permanência no serviço público.
O Tribunal do Rio informou que não tinha localizado o desembargador Sérgio Cavalieri Filho para comentar a decisão.
O TJ só deverá demitir a mulher do desembargador depois que for notificado oficialmente da decisão do CNJ.


Todos nós, brasileiros, precisamos estar mobilizados para mudar o Brasil.

Caso contrário, a nossa descendência - as próximas gerações - terá vergonha de nós!


PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL
CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado corregedor, sou o tal "comentarista anônimo" e gostaria apenas de sugerir uma pequena retificação na forma como o senhor interpretou minha colocação.

Eu JAMAIS propus que escondêssemos nossas mazelas! Propus sim é que déssemos visibilidade às mazelas de outros órgãos que posam de "imaculados" e ainda têm a hipocrisia de fingir indignação e discursar como detentores da ética e da moral quando algo errado acontece em nossa casa.

Minha idéia não é de mascarar a polícia e passar uma impressão maqueada para a população, mas sim mostrar a população que as mazelas que nos acometem também estão presentes em muitas outras casas onde seus ocupantes são muito melhor remunerados por sinal.

Tenho certeza que os dois casos que mencionei, se tivessem se passado na PMERJ dariam capa de jornal e escândalos. Por que com o judiciário, MP, etc. não é assim?

Será que nosso comandante não cairia se fizesse 1% do que o sr. Cavalieri apronta no judiciário?

Acredito que o fato de a imagem deles ser muito menos arranhada pela mídia que a nossa torne muito mais fácil para que eles consigam politicamente seus intuitos, até porque enfrentam menos rejeição e resistência popular.

Se não dá para passarmos um imagem de lisura absoluta, que ao menos mostremos ao povo que nossa instituição procura se depurar e não varre seus erros para baixo do tapete, enquanto outras maqueiam e escondem suas mazelas. Para o povo enxergar isso, só expondo e repetindo em nossos blogs aquilo que os jornais, quando comentam, fazem em notas beeem pequenas.

Eu não sugeri escondermos nossos erros, mas sim mostrarmos explicitamente os erros escondidos do MP, Judiciário, etc...

Anônimo disse...

Mais claro que isto, impossível!
Concordo com o colaborador ANÔNIMO>


Turma 76