domingo, 2 de dezembro de 2007

SER POLICIAL - CORONEL DA BRIGADA MILITAR BENGOCHEA

Indico a todos o blog do Coronel da Reserva da Brigada MIlitar JORGE BENGOCHEA, autor do artigo que transcrevo a seguir.


SER POLICIAL


É ser um agente público que age em ambientes a margem da lei, de enriquecimento ilícito e de exclusão política, social e terapêutica;
É ser, além de mediador de conflitos e pacificador, um agente coator nas violações da lei em cenários distintos e imprevistos;
É travar uma luta diária de inteligência, técnicas, táticas, limitações e riscos contra interesses escusos, desvios de comportamento, armas letais e influências de poderes paralelos;
É ser um técnico com habilidades e conhecimento especializado num campo do esforço humano adquiridos por educação e experiência prolongada;
É exercer uma profissão semelhante à militar regular, mas com habilidades diferenciadas, pois requer aplicar razão e capacidade de administrar a violência no meio civil.
É aquele que deve estar preparado para o inopino, arriscar a vida, utilizar e enfrentar armas letais;
É o profissional que deve controlar a força a ser exercida, para tanto depende do alto grau de especialização, controle emocional, prática, experiência e uma certa dose de coragem e sangue frio;
É aquele que, ao disparar sua arma de fogo ou utilizar seu instrumento de contenção, deverá manter o controle do ato mecânico e as vezes instintivo da violência;
É a pessoa especial, diferente que está lidando com a vida. Pode tirar como pode perder uma vida.
É o servidor e protetor da sociedade que, por integrar a polícia da uma unidade federativa, fica exposto à falta de amparo legal, às limitações estruturais, ao stress, à corrupção, ao bico, aos vícios, ao suicídio, aos conflitos familiares, à depreciação funcional e à rotina de Sísifo (trabalho que resulta em nada).
No Brasil, os chefões bandidos, com dinheiro do crime, são presos, mas não ficam muito tempo nas cadeias. Outros, com histórico de violência, vão para um regime fuga fácil ou cumprem apenas um sexto da pena e voltam às ruas desafiando as leis. Mafiosos do colarinho branco, enriquecidos com dinheiro alheio, ganham privilégios com a tolerância da justiça e das leis. Apenados e infratores não são recuperados e voltam a delinqüir e a enfrentar a polícia, matando inocentes.
Há uma desordem jurídica estimulando as divergências, os questionamentos e o desrespeito às leis. Existe uma desordem pública fomentando o crime e dificultando a ação policial. Enquanto isto, o povo fica referenciando e aplaudindo a mercê do terror que emanam dos poderes paralelos, diante da omissão, inércia e inoperância do Estado.
Mas um dia, será com indignação e com o exemplo dos feitos destes heróis que a nação brasileira se transformará numa massa reivindicatória contra esta situação de insegurança, corrupção e omissões, e vindicará, ao invés de palavras vãs, leis e atitude dos Legislativo e Judiciário em apoio ao Executivo, buscando a igualdade, a harmonia e o cumprimento eficaz de suas funções precípuas.É a minha homenagem à BM e à família Ventura que vivem a tristeza da perda de um filho e bravo policial que seguia a tradição operacional e uma linhagem que fez e faz história no glorioso 11° BM da Brigada Militar. (Foto publicada em ZH, em 10/111/2007).



Jorge Bengochea
Coronel da Brigada Militar-RS







E cada vez mais o JUNTOS SOMOS FORTES se espalha pelo Brasil, sendo o norte de esperança para uma segurança pública de qualidade e para o resgate da cidadania do Policial Militar (Brigada Militar) através da concessão de salários dignos e de adequadas condições de trabalho.


PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL
CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

Governo do Estado do Rio deve 50,2% de aumento para PMERJ e CBMERJ. Nenhum Militar deve ganhar menos de R$ 1.249,36 mensais. É pouco, mas é menos indigno!