quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CARTA ABERTA DOS POLICIAIS CIVIS AO GOVERNADOR DO ESTADO - QUEM SOMOS NÓS?


Cinco meses depois, a pergunta QUEM SOMOS NÓS ainda permanece sem resposta.

O texto que transcrevo nesse artigo circulou na internet no final do mês de julho, um texto que qualifico preliminarmente como “misterioso”.
A mídia praticamente ignorou a sua existência, condenando o seu conteúdo à obscuridade, permanecendo vivo por pouco tempo apenas em páginas da grande rede.
O texto circulou logo após o Comandante Geral da Polícia Militar ter declarado publicamente que o objetivo salarial dos Policiais Militares era a equiparação salarial com os Policiais Civis.
Equiparação mais do que justa, isso é um fato indiscutível.
E logo após a divulgação do documento “PRO LEGE VIGILANDA”, conhecido como “Carta dos Coronéis Barbonos”, documento assinado por 9 (nove) Coronéis da Ativa e entregue ao Comandante Geral, ao Secretário de Segurança Pública e ao Governador do Estado do Rio de Janeiro, oficialmente.
E por que qualifico o texto como “misterioso”?
O primeiro grande mistério é a autoria do texto, considerando que embora tenham sido relacionados 101 (cento e um) Delegados da Polícia Civil e 1 (um) Inspetor da Polícia Civil como signatários, eu desconheço até a presente data, que um único relacionado tenha confirmado ser signatário do texto.
E se os relacionados não são os signatários?
Quem são os autores ou quem é o autor?
Outra dúvida é a respeito do objetivo do texto, ridicularizar a Polícia Militar ou a própria Polícia Civil, considerando os erros grosseiros contidos no documento, sobretudo a respeito do seu tema central, o funcionamento do sistema de segurança pública.
O documento foi encaminhado realmente ao Governador do Estado?
E se foi, quem foi o portador?
E qual foi a resposta do Governo Estadual às pretensões dos “autores”?
O texto tem também o seu lado pitoresco, tendo em vista que embora a “carta aberta” seja atribuída a Policiais Civis, são relacionados como signatários 101 Delegados de Polícia e um único Inspetor, o que por si só já seria estranho.
E pior, o único Inspetor relacionado é exatamente o Inspetor que recentemente teria denunciado no Orkut, conforme o blog do Grupo PCERJ (http://grupopcerj.tumblr.com/), que Delegados de Polícia estavam negociando um acordo com o Governo Estadual para serem beneficiados com um aumento salarial diferenciado do restante da categoria.
E os 101 Delegados representariam a categoria dos “Policiais Civis”?
Por derradeiro, talvez a maior dúvida, a “carta aberta” é real ou pertence apenas ao mundo virtual?
Portanto, enquanto as dúvidas não forem esclarecidas, o documento é “um grande mistério”.
Salvo melhor juízo, a autoria do texto merece ser investigada, no mínimo para preservar a dignidade dos Policiais Civis relacionados como signatários.
A seguir transcrevo a “Carta Aberta dos Policiais Civis ao Governador do Estado”, com uma censura, devo destacar.

Sexta-feira, 27 de Julho de 2007

CARTA ABERTA DOS POLICIAIS CIVIS AO GOVERNADOR DO ESTADO

Exmo Sr Sérgio Cabral Filho, MD Governador do Estado do Rio de Janeiro.

Uma Polícia que melhor atenda aos cidadãos é o objetivo de todos.Oferecendo nossa parcela de contribuição, nós Delegados e Agentes da Polícia Civil, expomos agora nossa proposta de integração para as forças policiais.

Premissas:

1) Prática adotada com expressivo sucesso em inúmeros países é a absoluta desvinculação da Polícia em relação às Forças Armadas.Países nos quais prevalecem o Estado Democrático de Direito, a Cidadania e o Respeito aos Direitos Humanos têm órgãos policiais de natureza estritamente civil.
2) Tal tendência de desmilitarização, mundialmente adotada e exaltada, também ecoa na própria Polícia Militar, que não mais vislumbra as Forças Armadas como parâmetro quiçá para suas pretensões remuneratórias! Muito pelo contrário, demonstram estes, inequivocamente, seu desejo de aproximação à realidade da Polícia Civil, sendo suas últimas reivindicações clara evidência dessa posição.

Propostas:Em meio a propostas de desconstitucionalização das Polícias para que os estados possam organizá-las visando uma melhor efetividade, propomos então a criação de uma Polícia ÚNICA, com natureza investigativa e ostensiva, a ser organizada nos seguintes termos:

a) Coordenação, Chefia, Presidência das Investigações e Administração Superior pelos Delegados de Polícia, únicas Autoridades Policiais com assento constitucional, aprovados em concurso público com exigência de nível superior em Direito;
b) Divisão dos Agentes da Autoridade entre "efetivo de investigação" e "efetivo ostensivo".Ao efetivo de investigação caberiam as tarefas hoje executadas pela Polícia Civil;Ao efetivo ostensivo, caberia o Policiamento Ostensivo, hoje de atribuição da Polícia Militar;
c) Fim do policiamento fardado, que seria substituído por um policiamento uniformizado;
d) Integração salarial entre os efetivos de policiamento nos seguintes termos de igualdade:

Comissário de Polícia --- Coronel "Full" da PM

Inspetor de 1a Classe --- Coronel da PM

Inspetor de 2a Classe --- Tenente-Coronel da PM

Inspetor de 3a Classe --- Major da PM

Inspetor de 4a Classe --- Capitão da PM

Inspetor de 5a Classe --- 1o. Tenente da PM

Inspetor de 6a Classe --- 2o. Tenente da PM

Investigador de 1a Classe --- Aspirante da PM

Investigador de 2a Classe --- Sub-Oficial da PM

Investigador de 3aClasse --- 1o. Sargento da PM, 2o. Sargento da PM, Cabo da PM e Soldado da PM

Muito embora Inspetores da Polícia Civil ingressem na carreira, por exigência legal, com formação de 3 o grau completo em universidade, enquanto Oficiais da Polícia Militar ingressem em concurso cuja exigência é de 2o grau, uma vez que cursam, por três anos, o curso superior da própria instituição, pensamos que, em prol da integração, tal diferença possa e deva ser superada por nossos pares. Seria uma concessão em prol do interesse maior, que é a aspiração a uma Segurança Pública eficiente pela população.
Investigadores de Polícia, cuja exigência para o ingresso na PCERJ é de formação de 2 o grau completo, agora também exigido pelo último edital de concurso para os Praças da briosa Polícia Militar, encontrariam paralelo com os Praças da PMERJ no escalonamento apresentado.
e) Adotada a integração, uma possível movimentação interna entre integrantes dos efetivos investigativos e ostensivos se daria por avaliação de conhecimento e mérito, ressaltando que atividades investigativas exigem maior aplicação intelectual, enquanto as atividades ostensivas exigem maior vocação combativa, devendo estar sempre associada a elevado equilíbrio emocional.
f) Fim dos Batalhões da PMERJ, cujas instalações seriam convertidas em Delegacias de Polícia possivelmente destinadas às Centrais de Flagrantes, o que também geraria enorme economia ao erário com a redução das significativas despesas administrativas, fim das despesas com o "rancho", terceirização da mão de obra não especializada (evitando o uso de policiais militares para tarefas de limpeza e outras não afetas à atividade policial), etc.

Entendemos que nossa proposta de absoluta integração, muito embora ainda não autorizada pela Constituição da República Federativa do Brasil vigente, possa, desde já, ser aplicada no que se refere à tão desejada integração salarial pleiteada pelos srs. Oficiais da briosa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.Figuram também entre nossos objetivos o intuito de alcançarmos uma polícia com remuneração digna, capaz de assegurar a necessária estabilidade emocional e financeira a TODOS os seus integrantes, dos Delegados de Polícia aos Soldados.

Nossa proposta certamente corrigiria graves distorções como a enorme diferença salarial atualmente existente entre um 2o Tenente da PM e um Inspetor de Polícia de 6a Classe (ambos com formações compatíveis), entre um Coronel “Full” da PM e um Comissário de Polícia (ambos no topo de suas carreiras), etc.

Nossa proposta também elevaria de forma significativa e merecida os vencimentos dos Praças da Polícia Militar, hoje absurdamente achatados, criando um piso digno para tais profissionais, além de lhes oferecer a imprescindível assessoria e proteção jurídica fornecida por um Delegado de Polícia responsável pela sua atuação ostensiva.
Não mais é admissível que um Praça da Polícia Militar seja “atirado às ruas” sem contar com alguém que oriente juridicamente suas ações e lhe dê o necessário respaldo para o desgastante desempenho de suas atividades, recebendo de sua instituição, pelo contrário, apenas o formalismo da disciplina militar.

Temos a certeza de que nossa proposta ecoará com sucesso perante a sociedade, que anseia por uma Polícia cada vez mais sensível às necessidades de nosso povo.

Quem somos nós?

Somos apenas cidadãos que integram a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

1 Delegado de Polícia Adílson Palácio

2 Delegado de Polícia Adriana Cardoso Belém
3 Delegado de Polícia Adriana Pereira Mendes
4 Delegado de Polícia Adriano Leal Baptista
5 Delegado de Polícia Alan Luxardo
6 Delegado de Polícia Alberto de Oliveira Leite
7 Delegado de Polícia Alessandro Thiers
8 Delegado de Polícia Alexandre H. Duarte Braga
9 Delegado de Polícia Alexandre Capote Pinto
10 Delegado de Polícia Alexandre Otávio de Sena
11 Delegado de Polícia Alexandre Ziehe
12 Delegado de Polícia Aline di Renna
13 Delegado de Polícia André Drummond
14 Delegado de Polícia André Pieroni
15 Delegado de Polícia Andréa Nunes C. Menezes
16 Delegado de Polícia Anna Brum
17 Delegado de Polícia Antenor Lopes Martins Júnior
18 Delegado de Polícia Antônio Ricardo Lima Nunes
19 Delegado de Polícia Bárbara Gatti Nunes de Souza
20 Delegado de Polícia Carla Conceição Tavares
21 Delegado de Polícia Carlos Augusto Nogueira Pinto
22 Delegado de Polícia Carlos César Santos
23 Delegado de Polícia Célio Eduardo Alcântara Erthal Rocha
24 Delegado de Polícia Claudio Moreira Santos
25 Delegado de Polícia Cristiane Lopes Amorim
26 Delegado de Polícia Daniel Augusto Valença da Silva
27 Delegado de Polícia Daniel Mayr
28 Delegado de Polícia Elen Gomes Pereira Souto
29 Delegado de Polícia Fabio Cardoso Junior
30 Delegado de Polícia Fabio Oliveira Barucke
31 Delegado de Polícia Fabíola Mártire Machado Willis Fernandes
32 Delegado de Polícia Flávio Moura
33 Delegado de Polícia Felipe Bittencourt do Valle
34 Delegado de Polícia Fernando S. Veloso
35 Delegado de Polícia Fernando Vila Pouca
36 Delegado de Polícia Gabriel Rodrigues Carvalho
37 Delegado de Polícia Gabriela Von Beauvais da Silva
38 Delegado de Polícia Geraldo Assed Estefan
39 Delegado de Polícia Gilbert Uzeda Stivanello
40 Delegado de Polícia Gisele Rosemberg
41 Delegado de Polícia Glaudiston Galeano Lessa
42 Delegado de Polícia Gustavo Farah Goulart
43 Delegado de Polícia Inês Maria de Oliveira
44 Delegado de Polícia Jader Machado Amaral
45 Delegado de Polícia Janaína Cristina Peregrino
46 Delegado de Polícia Jaqueline Sá Diniz
47 Delegado de Polícia Jayme Berbat Filho
48 Delegado de Polícia João Dias
49 Delegado de Polícia João Luiz Garcia de Almeida e Costa
50 Delegado de Polícia Jorge Albuquerque Maranhão
51 Delegado de Polícia Jorge Barros de Castro
52 Delegado de Polícia José Carlos Bechara Gomes
53 Delegado de Polícia José Luiz Duarte
54 Delegado de Polícia Lauren de Jesus Carneiro de Faria
55 Delegado de Polícia Lauro César Lethier Rangel
56 Delegado de Polícia Leandro Gontijo
57 Delegado de Polícia Leila Goulart
58 Delegado de Polícia Leonardo Murilo Santos Salgado
59 Delegado de Polícia Luciana Mendonça Senise
60 Delegado de Polícia Luís Alberto Rodrigues Moreira de Oliveira
61 Delegado de Polícia Luiz Henrique Marques Pereira
62 Delegado de Polícia Luiz Lima R. Filho
63 Delegado de Polícia Marcelo Luiz Santos Matos
64 Delegado de Polícia Márcia Cristina Xavier Lopes
65 Delegado de Polícia Márcia Noeli
66 Delegado de Polícia Marco Antônio de A. Alves
67 Delegado de Polícia Marcos Célio Peralta
68 Delegado de Polícia Marcos Cipriano
69 Delegado de Polícia Marcos Galdino Balbi El-Jack
70 Delegado de Polícia Marcus Castro Nunes Maia
71 Delegado de Polícia Marcus Henrique de Oliveira Alves
72 Delegado de Polícia Marcus Vinicius Braga
73 Delegado de Polícia Mário Roberto Arruda
74 Delegado de Polícia Mário José Lamplet dos Santos
75 Delegado de Polícia Mário Luiz da Silva
76 Delegado de Polícia Mauricio Demétrio
77 Delegado de Polícia Mauro H. Braga
78 Delegado de Polícia Monique Vidal S. Muniz
79 Delegado de Polícia Nilton Coelho da Gama
80 Delegado de Polícia Nilton Fabiano Gama
81 Delegado de Polícia Othon Alves
82 Delegado de Polícia Pablo Henrique Lage Valentim
83 Delegado de Polícia Paulo Roberto Lima de Freitas
84 Delegado de Polícia Patricia Paiva Aguiar
85 Delegado de Polícia Pedro Henrique Brandão Medina
86 Delegado de Polícia Rafael Willis Fernandez
87 Delegado de Polícia Rafael Carvalho de Menezes
88 Delegado de Polícia Raíssa Maria dos Santos Celles
89 Delegado de Polícia Reginaldo Guilherme
90 Delegado de Polícia Renata Assis
91 Delegado de Polícia Ricardo César Fernandez Pinto
92 Delegado de Polícia Ricardo Codeceira Lopes
93 Delegado de Polícia Ricardo Vianna de Castro
94 Delegado de Polícia Rivelino Bueno
95 Delegado de Polícia Roberta C. Rocha
96 Delegado de Polícia Roberto da Costa Gomes
97 Delegado de Polícia Sânia Burlandi Cardoso
98 Delegado de Polícia Simone Santiago
99 Delegado de Polícia Soraia Vaz de Sant’Ana
100 Delegado de Polícia Tércia A. Silveira
101 Delegado de Polícia Vicente Maximiliano R. Barbosa
Inspetor de Polícia Francisco Chao de La Torre

A censura feita por mim foi a retirada de uma foto aérea do Cristo Redentor que ilustrava a "carta aberta", quando ela circulou pela internet.

A linda imagem não merece a companhia desse texto.

E retomando o questionamento contido na "carta aberta":

"Quem somos nós"?

Na qualidade de cidadão brasileiro, gostaria de saber:

Quem são vocês?

Quem são os autores dessa "Carta Aberta"?

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL
CORREGEDOR INTERNO

3 comentários:

Anônimo disse...

Coronel Paul. Realmente os srs mereceram esta carta como resposta. Tenho dito.

Anônimo disse...

Quem vai "apurar" a autoria?
A Polícia Civil?


Turma 76

Anônimo disse...

Comentário anônimo moderado pelo autor do blog:
E o mais decepcionante é que aqueles que são presos acabam postos na rua dias depois, como a lei manda. Recentemente no PI e MA políticos, entre eles prefeitos, empresários e secretários municipais foram presos. Desviaram mais de 200 milhões... O raciocínio é o seguinte: vamos supor que tenha cabido a cada um 15milhões de reais. Essa fortuna não se consegue juntar com trabalho lícito nem durante toda a vida. Salvo raríssimas exceções.
Agora me ponho no lugar deles e raciocino que basta roubar essa grana, ficar preso um, dois meses e quando for solto sumir do país ou simplesmente aguardar os trâmites legais correrem o que me permitirá continuar, eu e minha família, gozando do dinheiro por anos. Não posso crer que as pessoas que cometem e continuam cometendo esses crimes já não tenham pensado em um jeito de esconder o dinheiro em local seguro. Lembram da Georgina de Freitas? Tá rica!
Então, em vez de se pensar em uma maneira de impedir que esses ladrões se apropriem do nosso dinheiro, ou pelo menos decretar que eles ficassem presos até o julgamento cuja pena seria a perpétua, os governantes acham melhor expor essa pirotecnia qual seja a investigação da Federal que os mostra preso, algemados, mas não mostra que 90% deles são soltos dias depois...
De fato esse não é um país sério.
Não há outra maneira de tentar salvar nossa nação a não ser suspender os direitos provisoriamente; prender quem tem que ser preso; tirar do poder quem não é sério; .................. ; repensar salários, impostos e taxas; repensar a distribuição de renda; implantar leis duras de fato e de direito; rever direitos de criminosos ..............., aqueles que matam, estupram, traficam e roubam e mantê-los longe de tudo e de todos, pro resto da vida, nos moldes das piores prisões americanas.
Estas são algumas medidas que na minha opinião teriam de ser implantadas de imediato em um país como o nosso, caso alguém resolvesse consertar as coisas. Após estarem caminhando na direção do bem, e que todos os cidadãos brasileiros tivessem seus direitos respeitados e os cidadãos " tortos " recolhidos pro resto da vida, .........., após isso, aí sim poderíamos ter de volta a tal democracia nos moldes dos países de primeiro mundo, como no Brasil pensamos que temos e que exercemos.