quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

EXÉRCITO INICIA PROJETO CIMENTO SOCIAL NO MORRO DA PROVIDÊNCIA

DIA Online

13/12/2007 17:08:00


Exército inicia projeto Cimento Social no Morro da Providência

Rio - Quase dois anos depois de ter ocupado o Morro da Providência, no centro do Rio, o Exército voltou nesta quinta-feira à comunidade, com um efetivo de aproximadamente 200 soldados.
Mas, ao contrário da primeira vez, quando o objetivo era buscar fuzis roubados de um quartel, o que gerou tiroteios no local, agora a missão é trabalhar na recuperação de 780 casas, que ganharão reboco, pintura e novos telhados.
A operação Projeto Cimento Amigo é resultado de uma parceria entre o Ministério das Cidades e o Exército e conta com verba de R$ 12 milhões. Ainda este mês, serão reformadas 80 residências. As demais, ao longo de 2008, quando será utilizada mão-de-obra dos moradores nas obras.
A polícia tem informações de que os principais bandidos da favela já haviam deixado a comunidade no domingo. Eles estariam refugiados no Jacarezinho e no Alemão. Os traficantes teriam escapado porque dias antes houve uma reunião com moradores avisando da ocupação. Policiais militares continuam na favela.
A presença militar visa garantir a segurança dos trabalhadores, materiais e equipamentos, segundo o chefe da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Barcellos. “Enquanto durar o projeto, estaremos presentes aqui”, disse, acrescentando que o convênio com o Ministério das Cidades é de 12 meses. Os moradores acordaram assustados, ao verem filas de caminhões e jipes militares subindo as íngremes e tortuosas ladeiras da comunidade, ainda pavimentadas em paralelepípedos e ladeadas por casas antigas, algumas centenárias, do tempo em que o local se chamava Morro da Favela.
Gloria dos Santos Lins, 66 anos de idade, vive no morro desde que nasceu e conta ter ficado surpresa ao ver os militares.
“Comigo não falaram nada. Quando não é dia de PM [Polícia Militar], é o Exército. As crianças ficam presas dentro de casa e a gente não vai deixar elas brincarem na rua. Está o maior perigo aqui e a gente está com medo”.
Dona Glorinha, como prefere ser chamada, lembrou da última incursão do Exército na comunidade, em março de 2006, quando traficantes trocaram tiros com os militares por dias seguidos.
“Tá vendo tudo furado alí? Foi o Exército”, diz ela, que ainda hoje cobra das autoridades as caixas d´água que foram estouradas na época pelos tiros e que os próprios moradores tiveram que repor.
Outros moradores são mais otimistas e comemoram a vinda dos soldados. É o caso do estivador Elson Vieira de Oliveira, que trabalha próximo dali, no cais do porto.
Segundo ele, a missão é bem-vinda, mas a comunidade ainda está traumatizada pela última vez. “Se for para ter melhoras, vamos gostar e aplaudir. Mas para piorar, é melhor deixar como está”.
De acordo com o coronel Barcellos, além das obras nas casas, também serão realizados trabalhos sociais, com atendimento de saúde, apresentação de bandas e reforma em creches e locais públicos.
“A nossa participação neste projeto é ser a mão amiga. Vamos realizar ações cívicas e sociais. Trazer nossos médicos e dentistas, fazer recreação com as crianças, recuperar creches e associação dos moradores. Tudo para estreitar os laços com a comunidade”.
Ele ressaltou que ações criminosas, como tráfico de drogas, não serão toleradas. “Não há como conviver com esse tipo de ato ilícito”, reiterou, ao acrescentar que a tropa está preparada para um eventual confronto com os traficantes.
A maior parte dos soldados pertence à 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, que recentemente enviou um contingente ao Haiti. Muitos dos soldados destacados para o Morro da Providência fizeram parte da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), incluindo o comandante da ação, general Williams Soares.
“A orientação é a mesma. Em qualquer tipo de operação desenvolvida, respeitamos o princípio da proporcionalidade e da utilização da força na intensidade mínima para impedir qualquer tipo de ato hostil contra a tropa”, esclareceu o oficial, que conversou com a imprensa na quadra de esportes que à noite abriga bailes funk e que, a partir de agora, será uma das bases do policiamento.



PAULO RICARDO PAÚL

CORONEL

CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois é Dona Glorinha que chato né? Poxa tão bom quando a senhora abre as janelas de sua casa e vê somente os bandidos, assaltantes, assassinos, traficantes, estupradores e ladrões de sua comunidade ali quietinhos portando seus fuzis e granadas. Aí vêm o Exército e a PM tirarem sua paz. A senhora, do alto de seus 66 anos de idade, deveria protestar. Juntar mais moradores que pensam igual - e acho que não são poucos -e descerem o morro. Poderiam trazer faixas e cartazes exigindo que eles saiam de lá para a comunidade voltar a ter paz e os amiguinhos de seus netinhos e filhos poderem trabalhar mais tranquilos. Ah, Dona Glorinha! Pena que Deus não dá asa a cobra, como dizia minha mãe, porque se eu sou o governador desse estado Dona Glorinha a senhora ia reclamar muito, mas muito mais.
Atenção PMs e soldados do EB: se fizerem graça, se os " meninos " quiserem crescer pra cima de vcs já sabem, né? LARGUEM O AÇO!!!como diz nosso Wagner Montes.

Anônimo disse...

OK!! Mas vamos dar Chico o que é de Chico.
Quem ocupou o morro e preparou o terreno para a entrada triunfal do exército foi a mal paga PMERJ.
Minhas reverências aos verdadeiros herois.

Ass.: BP