Texto extraído do blog da amiga CHRISTINA ANTUNES FREITAS:
É triste constatarmos a atualidade do tema:
PARECE QUE FOI ESCRITO HOJE !
SOBRE A VERGONHA DE SER BRASILEIRO
Affonso Romano de Sant'Anna
"Que vergonha, meu Deus!
ser brasileiro
e estar crucificado num cruzeiro
erguido num monte de corrupção.
Antes nos matavam de porrada e choque
nas celas da subversão.
Agora
nos matam de vergonha e fome
exibindo estatísticas na mão.
Estão zombando de mim.
Não acredito.
Debocham a viva voz e por escrito
É abrir jornal, lá vem desgosto.
Cada notícia é um vídeo-tapa no rosto.
Cada vez é mais difícil ser brasileiro.
Cada vez é mais difícil ser cavalo
desse Exu perverso
nesse desgoverno terreiro.
Nunca vi tamanho abuso.
Estou confuso, obtuso,
com a razão em parafuso:
a honestidade saiu de moda
a honra caiu de uso.
De hora em hora a coisa piora:
arruinado o passado,
comprometido o presente,
vai-se o futuro à penhora.
Valei-me Santo Cabral
nessa avessa calmaria
em forma de recessão
e na tempestade da fome
ensinai-me a navegação.
Este é o país do diz e do desdiz,
onde o dito é desmentido
no mesmo instante em que é dito.
Não há lingüista e erudito
que apure o sentido inscrito
nesse discurso invertido.
Aqui o discurso se trunca:
o sim é não.
O não, talvez.
O talvez, nunca.
Eis o sinal dos tempos
este o país produtor
que tanto mais produz
tanto mais é devedor.
Um país exportador
que quando mais exporta
mais importante se torna
como país mau pagador.
E, no entanto, há quem julgue
que somos um bloco alegre
do ‘‘Comigo Ninguém Pode’’
quando somos um país de cornos mansos
cuja história vai dar bode.
Dar bode, já que nunca deu bolo,
tão prometido pros pobres
em meio a festas e alarde
onde quem partiu, repartiu
ficou com a maior parte
deixando pobre o Brasil.
Eis uma situação
totalmente pervertida
uma nação que é rica
consegue ficar falida,
o ouro brota em nosso peito,
mas mendigamos com a mão,
uma nação encarcerada
que doa a chave ao carcereiro
para ficar na prisão.
Cada povo tem o governo que merece?
Ou cada povo
tem os ladrões a que enriquece?
Cada povo tem os ricos que o enobrecem?
Ou cada povo tem os pulhas
que o empobrecem?
O fato é que cada vez mais
mais se entristece esse povo num rosário de contas
e promessas num sobe e desce de prantos e preces.
C’est n’est pas um pays sérieux!
já dizia o general.
O que somos afinal?
Um país-pererê?
folclórico?
tropical?
misturando morte e carnaval?
Um povo de degradados?
Filhos de degredados
largados no litoral?
Um povo-macunaíma
sem caráter-nacional?
Por que só nos contos de fada
os pobres fracos vencem os ricos nobres?
Por que os ricos dos países pobres
são pobres perto dos ricos
dos países ricos?
Por que
os pobres ricos dos países pobres
não se aliam aos pobres dos países pobres
para enfrentar os ricos dos países ricos,
cada vez mais ricos,
mesmo
quando investem nos países pobres?
Espelho, espelho meu!
há um país mais perdido que o meu?
Espelho, espelho meu!
há um governo mais omisso que o meu?
Espelho, espelho meu!
há um povo mais passivo que o meu?
E o espelho respondeu
algo que se perdeu
entre o inferno que padeço
e o desencanto do céu."
Aff!
Mais contemporâneo, impossível!!!!
Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Fico pensando sobre as mentiras que teremos que inventar para os nossos descendentes para justificar o país que estamos deixando para eles.
Talvez, só usando a "DUALÉTICA"
Blog do Reinaldo Azevedo - 13 de dezembro - quinta-feira
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL
CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
Cel. Paúl:
No que diz respeito a meus descententes diretos, fico pensando em netos e bisnetos comentando sobre minha pessoa:
1ª "Eu acho que a vó era pirada!"
2ª "Eu acho que a vó era cínica!"
3ª "Eu acho que a vó era cega, surda e muda!"
Espero que eles optem pela primeira conclusão!
Um abraço e obrigado pela nominação em seu Blog!
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Comentário anônimo, moderado pelo autor:
E o mais decepcionante é que aqueles que são presos acabam postos na rua dias depois, como a lei manda. Recentemente no PI e MA políticos, entre eles prefeitos, empresários e secretários municipais foram presos. Desviaram mais de 200 milhões... O raciocínio é o seguinte: vamos supor que tenha cabido a cada um 15milhões de reais. Essa fortuna não se consegue juntar com trabalho lícito nem durante toda a vida. Salvo raríssimas exceções.
Agora me ponho no lugar deles e raciocino que basta roubar essa grana, ficar preso um, dois meses e quando for solto sumir do país ou simplesmente aguardar os trâmites legais correrem o que me permitirá continuar, eu e minha família, gozando do dinheiro por anos. Não posso crer que as pessoas que cometem e continuam cometendo esses crimes já não tenham pensado em um jeito de esconder o dinheiro em local seguro. Lembram da Georgina de Freitas? Tá rica!
Então, em vez de se pensar em uma maneira de impedir que esses ladrões se apropriem do nosso dinheiro, ou pelo menos decretar que eles ficassem presos até o julgamento cuja pena seria a perpétua, os governantes acham melhor expor essa pirotecnia qual seja a investigação da Federal que os mostra preso, algemados, mas não mostra que 90% deles são soltos dias depois...
De fato esse não é um país sério.
Não há outra maneira de tentar salvar nossa nação a não ser suspender os direitos provisoriamente; prender quem tem que ser preso; tirar do poder quem não é sério; .............; repensar salários, impostos e taxas; repensar a distribuição de renda; implantar leis duras de fato e de direito; rever direitos de criminosos ................, aqueles que matam, estupram, traficam e roubam e mantê-los longe de tudo e de todos, pro resto da vida, nos moldes das piores prisões americanas.
Estas são algumas medidas que na minha opinião teriam de ser implantadas de imediato em um país como o nosso, caso alguém resolvesse consertar as coisas. Após estarem caminhando na direção do bem, e que todos os cidadãos brasileiros tivessem seus direitos respeitados e os cidadãos " tortos " recolhidos pro resto da vida, ou ..........., após isso, aí sim poderíamos ter de volta a tal democracia nos moldes dos países de primeiro mundo, como no Brasil pensamos que temos e que exercemos
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