domingo, 1 de novembro de 2009

MÁ GESTÃO GOVERNAMENTAL COM A SEGURANÇA PÚBLICA DESVALORIZA IMÓVEIS NO RIO DE JANEIRO.

JORNAL DO BRASIL:
Criminalidade desvaloriza imóveis cariocas
João Pequeno, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - Além do helicóptero da PM, os tiros disparados por traficantes que disputavam o controle do Morro dos Macacos, há 13 dias, ajudaram a derrubar mais ainda os já combalidos preços de imóveis em Vila Isabel.
A desvalorização gira em torno de 30% a 50% em locais próximos ao morro, especialmente onde há risco de balas perdidas, segundo agentes do mercado imobiliário.
O “pior tiroteio” do bairro, relatado ao JB por moradores com até 15 anos de moradia em Vila Isabel, aumentou neles o desejo de se mudar – o que no momento, é desaconselhado por corretores.
Segundo Rogério Quintanilha, gerente-geral de Imóveis da Apsa, pessoas que ficarem “aflitas” e quiserem fazer negócios no curto prazo vão perder de 30% a 40% do valor de seus imóveis.
– Depois dos períodos mais complicados, o preço volta ao patamar normal, que já tem uma desvalorização permanente – por se tratar de área de risco – explica Quintanilha. – Imóveis semelhantes que valem em torno de R$ 70 mil a R$ 80 mil em área de risco, saem por R$ 130 mil a R$ 140 mil fora dela.
Um quarteirão, dobro do preço
Com um quarto, mais “dependências reversíveis em outro quatro”, segundo a imobiliária RSG, um apartamento na Rua Visconde de Santa Isabel está à venda por módicos R$ 77 mil. Na paralela Teodoro da Silva – mais longe do morro e fora da linha de tiro – um apartamento com as mesmas características custa de R$ 160 a R$ 180 mil – mais do que o dobro – segundo a mesma imobiliária.
Embora a RSG informe que está vendendo o apartamento da Visconde de Santa Isabel há um mês, o porteiro, que se identificou apenas como Edmilson, afirmou que a placa anunciando a venda já estava no prédio quando ele foi trabalhar ali, “há mais de um ano”.
Morador do edifício há dois anos, o casal Bernardo Neto, 25 anos, e Tatiana Vieira, 26, procura outro lugar para viver desde o tiroteio de sábado retrasado, mesmo pagando somente R$ 250 de aluguel pelo apartamento, que ainda dá direito a vaga na garagem.
Mais adiante, na esquina das ruas Alexandre Calaza e Alexandre Bittencourt, Antonio tenta, há sete meses, vender um imóvel de dois andares, com uma oficina no térreo e um apartamento em cima, mas não consegue nem baixando o preço de R$ 220 mil para R$ 120 mil.
– Sei que é menos do que vale, mas nem assim. Ninguém quer – conta o dono do imóvel, que tem janelas furadas por balas.
Caso a situação não melhore, ele pode ter que baixar mais, como atesta José Fernando Schuster, diretor-secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ).
– Já tive que baixar de R$ 180 mil para R$ 80 mil e esperar dois anos para vender uma cobertura no Andaraí, outro bairro, mas com as mesmas características – lembra.
Também na Alexandre Calaza, a acompanhante de idosos Vera Lúcia Souza, 47, mostra uma cápsula de pistola que achou no corredor de casa após o tiroteio, e outra casa à venda, “há quase um ano”.
– O pior é que minhas sobrinhas saltam na Visconde de Santa Isabel às 22h30, 23h, e não tem um carro de polícia – protesta.
Tiroteio fere dois na Tijuca, também depreciada pelo crime
Dois homens foram baleados durante um tiroteio no início da tarde dessa quinta, próximo ao Largo da Segunda-Feira, na Tijuca. Eles foram atingidos durante uma perseguição de policiais militares a um ladrão que roubara um cliente de uma agência bancária na Rua Hadddock Lobo, no golpe conhecido popularmente como “saidinha de banco”.
Segundo testemunhas, as vítimas dos disparos foram um agente do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) e um idoso. Vítima dos assaltantes, o agente teria sido ferido após reagir ao assalto. O idoso, de acordo com as testemunhas, passava pelo local no momento em que começou a perseguição policial ao ladrão.
Socorridas pelos policiais, as vítimas foram levadas para o Hospital Santa Terezinha, próximo ao local do tiroteio. O assaltante, de acordo com as testemunhas, teria conseguido fugir em uma motocicleta.
Em julho, o Jornal do Brasil informou que, enquanto completava 250 anos, a Tijuca havia se tornado o bairro com maior desvalorização imobiliária na última década, principalmente devido o crescimento da violência, de acordo com a avaliação de corretores e agentes do mercado imobiliário.
No mesmo mês, o cabo PM Ênio Roberto Santiago, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi morto com um tiro na nuca ao tentar impedir um assalto no Largo da Segunda-Feira, próximo ao tiroteio dessa sexta.
Após um ano, “pacificação” valoriza Botafogo
Após um ano de policiamento permanente no Morro Dona Marta, em Botafogo, os imóveis em volta começaram a se valorizar, embora timidamente.
O aluguel de apartamentos de um quarto em ruas como Sorocaba e da Matriz, que dão vista para o morro, passou de “R$ 800, R$ 900, em média, para R$ 1.200”, de acordo com o gerente geral de imóveis da Apsa.
Segundo Rogério Quintanilha, o investidor demora a apostar em ações como a chamada “pacificação” da favela.
– Ele desconfia do estado e observa se vai ser uma ação séria, duradoura, ou só um balão japonês, que sobe e cai na mesma hora. Como parece haver continuidade, os preços subiram, mas isso não aconteceu de imediato – pondera.
Para Rubem Vasconcellos, vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), a presença da polícia e de serviços públicos, como no Dona Marta, é o exemplo a ser seguido no Rio.
– Quando todas as favelas virarem Dona Marta, teremos um Rio melhor – afirma.
O dirigente imobiliário admite, porém, que as áreas muito próximas ao morro em Botafogo ainda valem menos do que o resto do bairro.
– Qualquer casa naquela pracinha (Praça Corumbá) no pé do morro vale muito menos do que na Sorocaba, por exemplo.
Vasconcellos ressalta ainda que a desvalorização não é exclusiva de Vila Isabel, nem da Zona Norte.
– Em Ipanema, a esquina da Barão de Torre com a Teixeira de Melo (junto ao Morro do Cantagalo) vale 70% menos do que com a Joana Angélica. Passando três, quatro quadras da favela, o carioca já esquece o perigo.
Em maio, tanto Vasconcellos quanto Quintanilha ponderaram com JB que os preços dos imóveis próximos ao Dona Marta ainda não haviam se valorizado".
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

A CULPA É DA SOCIEDADE FLUMINENSE QUE NÃO SABE ESCOLHER SEUS GOVERNANTES,ELEGEM TODO E QUALQURE DESPREPARADO E MULEQUE.

JORGE PEREIRA MENDO~ÇA