quarta-feira, 3 de junho de 2009

SEGREGAÇÃO TERRITORIAL E VIOLÊNCIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - PESQUISA IPEA.

Ontem, nós comparecemos à apresentação da pesquisa "Segregação Territorial e Violência no Município do Rio de Janeiro" no Instituto de Pesquisa Ecônomica Aplicada (IPEA).
Além da apresentação dos resultados e da apresentação de um documentário sobre a pesquisa, muito bem elaborado, foi promovido um debate que contou com a presença dos pesquisadores Ana Paula Miranda, Luiz Antônio Machado da Silva e Fernando Cavaliere.
O Tenente-Coronel de Polícia, um dos entrevistados para o documentário, também estava presente ao evento.
Na oportunidade, ao longo do debate, embora saindo do tema principal, abordamos o fato do sistema policial brasileiro adotar um modelo único no mundo e que não está dando certo há décadas; tratamos da necessidade da adoção do ciclo completo de Polícia em todas as instituições policiais; a necessidade urgente da sociedade (cliente) participar das discussões sobre segurança pública e ainda, discorremos sobre as missões constitucionais da Polícia Federal na prevenção e repressão ao tráfico de drogas e ao contrabando de armas.
Leiam a reportagem sobre o evento:
O DIA.
Polícia mata mais na Zona Norte.
Pesquisa aponta que número de prisões é maior na Zona Sul.
Rio - "De cada quatro pessoas assassinadas no Rio, uma é morta por policiais durante confrontos. A maioria dos homicídios acontece em bairros das zonas Norte e Oeste, onde estão concentradas as maiores favelas da cidade. As informações fazem parte da pesquisa ‘Segregação Territorial e Violência no Município do Rio’, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea.
É um nível altíssimo que vem se repetindo ao longo dos anos”, avalia a pesquisadora do Ipea Rute Imanishi, acrescentando que “os índices são altos porque faltam órgãos de controle, como uma ouvidoria mais atuante, que poderia inibir os casos.”
O estudo também mostra que, em bairros de classe média, como Botafogo e Copacabana, as taxas de prisões são maiores que na Zona Norte, como São Cristóvão, Méier e Rocha Miranda. É nessa região também que o número de mortes em confrontos com a polícia é bem maior.
Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria das vítimas de homicídios no Rio morava a menos de um quilômetro do local do assassinato — grande parte delas no entorno das comunidades. Segundo o estudo, nos bairros onde ocorrem a maioria dos homicídios estão também 60% das favelas. O estudo cita as proximidades dos complexos da Maré, do Alemão, de São Carlos e bairros da Zona Oeste como áreas com o maior número de vítimas.
Segundo levantamento feito no estudo do Ipea, o único bairro da cidade que registrou taxa zero de homicídios foi o Joá, pequeno bairro entre São Conrado e Barra da Tijuca.
Na metodologia de cálculo do Ipea para mapear a situação do Rio, foram utilizados os números de homicídios dolosos (com intenção de matar), latrocínios (roubo seguido de morte) e também o chamado auto de resistência, que compila as pessoas mortas durante os confrontos entre policiais e criminosos".
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

Um comentário:

RONALDO DE SOUZA CORREA disse...

Prezado Paul,

Essa idéia de duas polícias (PMERJ e PCERJ) fazendo o ciclo completo (prevenção e repressão) ou só a PMERJ com esse status, não tem lógica alguma nos dias de hoje, porque os conflitos entre as duas tenderia a aumentar ainda mais, em razão da disputa que iria ocorrer por mais espaço na mídia, poder, além de outros conflitos que todos nós conhecemos. Assim, entendo que este modelo não deve ser copiado dos Países que o adotam, por já estar ultrapassado, razão pela qual acredito que a idéia de polícia mais moderna para o século XXI seria uma só organização, militarizada (facilita o controle), unida, forte e com seus integrantes bem pagos, dividida em dois departamentos (polícia ostensiva e polícia judiciária). Com isso, ninguém vai ser inimigo de ninguém e nem vai torcer para a desgraça do outro, porque todos nós estaríamos do mesmo lado, por vestirmos a mesma camisa. Pense nisso!
Um abraço.

RONALDO DE SOUZA CORRÊA - CEL PM