segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O ESTADO QUE NÃO RESPEITA ÀS LEIS ou A "DITADURA" DO RIO DE JANEIRO.

“O relações públicas da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Henrique Lima Castro, afirmou ser necessário forçar a entrada em casas aparentemente vazias. “No momento em que você conquista um território, tem de fazer a varredura. Só tem essa forma de procurar armas e drogas. Lógico que se desapareceram objetos de valor, peço que o morador registre a ocorrência imediatamente”, afirma o representante da corporação”.
Destaquei esse trecho de artigo anterior e peço que o analise com cuidado.
Nós temos o hábito de justificar os erros do ESTADO, em face dos erros dos criminosos, esquecendo que o ESTADO não pode ser criminoso também.
A explicação do RP parece lógica. Realmente, como apreender armas não entrando nas casas vazias, considerando que bastaria que os traficantes tivessem algumas casas a sua disposição para guardar armas e drogas, as quais a Polícia não teria acesso.
É fácil de engolir lendo ou ouvindo pela primeira vez.
Só que o ESTADO (o GOVERNO) não pode usar tal lógica, o ESTADO deve obedecer fielmente os preceitos legais, pois quando o próprio ESTADO descumpre as leis, estamos diante de um ESTADO DITATORIAL.
Por favor, me acompanhe em outro lado da mesma moeda.
As Polícias do Rio nunca tiveram problemas para invadir comunidades carentes, confrontar com criminosos, matar e morrer, hasteando bandeiras no final da ocupação. Elas fizeram isso incontáveis vezes nos últimos anos, inclusive no Complexo do Alemão, em 2007.
O grande problema nessas ações era evitar o confronto que produzia muitas mortes, inclusive de inocentes e ter efetivo para ocupar definitivamente os espaços. O atual governo abriu as portas da PMERJ para arranjar efetivo, não importa a qualidade, o importante são números e evitou os confrontos “deixando” os criminosos fugir, avisando antes da invasão, como ocorreu nas UPPs e se repetiu na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão.
O ESTADO não pode transferir criminosos de uma comunidade para outra.
Voltando ao nosso caso específico, basta fazer uma analogia.
Uma quadrilha de assaltantes em fuga entra em um prédio do Leblon, na orla da Zona Sul. A Polícia cerca o prédio e começa a vasculhar os apartamentos, solicitando permissão aos moradores, porém não acha nenhum assaltante ou arma e esbarra em alguns apartamentos fechados. Diante do impasse a Polícia arromba as portas e vasculha os apartamentos.
Imagine a “GRANDE M” que daria.
A declaração do RP da Polícia Militar pode explicar para os leigos, mas não isenta do crime todos os que arrombaram residências fechadas, violando domicílios, nem os que realizaram as detenções para sarqueamento, também sem amparo legal.
O governo do Rio de Janeiro praticou uma série de abusos e deve responder por isso, sobretudo, considerando que a ação foi dolosa, como bem explica o RP da PMERJ.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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