A REALIDADE DAS FAVELAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO!
Trechos do Editorial do Globo de 20/11/2009.
1. "Um olhar mais crítico revela coisas diferentes. As favelas não sufocam o Rio. Ocupam 3,8% da extensão do município. De uma população de 6 milhões, 1 milhão é de favelados, 18% a 19% da população o que equivale ao cenário de SP ou dos EUA. A média de habitante por domicilio, no município, era de 3,25. Na favela de 3,6. Em sua esmagadora maioria de gente honesta.
2. São comunidades pobres, mas não miseráveis. Os serviços básicos já estão lá: 95% de casas de alvenaria, energia elétrica em 100% das casas; água 99%, esgoto servindo a 96%; coleta de lixo, a 96%.
3. Este é em boa parte, o resultado do FAVELA-BAIRRO, que beneficiou a 71% da população favelada. Nessas comunidades, o numero de pessoas ocupadas se parece com o restante da cidade: 23% trabalham no local e 37% no entorno, o que mostra que o transporte não é um gargalo. A escola pública ali é bem avaliada.
4. Sendo assim, qual é a demanda essencial? Por larga margem a segurança. Estado e sociedade estão presentes nas favelas. Mas não o policiamento ostensivo."
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
Interessante o raciocínio. Para não dizer sofismático. A função do Estado é promover o bem comum.
Vivemos em um Estado Democrático de Direito e já escolhemos o Capitalismo como o nosso regime
econômico, até porque o brasileiro (acho) não gostaria de viver sem as benesses do mundo ocidental
e todos querem fugir de Cuba, não, emigrar para lá! Assim sendo, existem regras de convívio e de
atuação de cada ser para alcançar a felicidade e a riqueza no nosso sistema. O Estado deve ser um
facilitador, um promovedor do sucesso de todos e de correção dos desequilíbrios, tudo dentro de uma
idéia nobre de bem estar comum. Não me parece razoável que os cidadãos que compram os seus lotes regularizados em locais distantes dos grandes centros, constróem dentro da Lei e pagam seus devidos impostos, concorrendo cada qual dentro de suas possibilidades para o bem comum, sejam discriminados nos investimentos do Estado.
Aí se encontrará o gargalo do transporte, da educação, do recolhimento de lixo, do fornecimento de água, de luz,
da falta de praças, esporte, divertimento, informática, das inundações, do esgoto etc. Basta passar os olhos na periferia.
Não faltam, entretanto, projetos, mídia e investimentos nas favelas em que o espaço privado ou público de preservação foi invadido ilegalmente, onde não se pagam os impostos. Olhando sob outro aspecto, a demanda essencial não é segurança;
trata-se de disciplinar e obrigar a cumprir a Lei; não a Lei penal ou apenas ela, mas a ambiental, a fiscal, tributária, código de obras, de posturas etc. Querem segurança nas favelas? Eu também quero na baixada e no interior. Será que lá o cidadão já foi atendido?
Na linha de raciocínio desta matéria, devem os cidadãos da baixada e do interior invadir e transformar em favelas os seus
locais de vivência, preferencialmente ao lado dos melhores e mais nobres locais de comércio e áreas residenciais. Assim não precisarão enfrentar os maravilhosos trens, ônibus e lotadas bem como logo terão instalados creches, escolas de boa
qualidade (segundo a matéria), internet banda larga sem fio gratuita etc. etc. etc. Ha!, já ia esquecendo, e também policiamento ostensivo!
Grato pelo comentário e concordo com a sua linha de raciocínio. Inclusive no aspecto patrimonial, logo uma pequena invasão em uma favela da Zona Sul, valerá muito mais que uma boa casa, toda legalizada, construída na Baixada ou na Zona Oeste. Parece que vivemos na dicotomia do Estado Pai e do Estado Padrasto, mau padrasto.
Eu já escrevi que sonho com uma UPP no Méier, onde moro, pois assim também me sentirei seguro e não precisarei pagar um dos seguros de carro mais caros do Rio.
Um abraço fraterno.
Juntos Somos Fortes!
Postar um comentário